Educação em Rede - Sesc
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EJA: de ensino<br />
supletivo à<br />
condição de um<br />
novo paradigma<br />
para a educação<br />
no t<strong>em</strong>po<br />
presente<br />
vigentes. Daí a educação ser um ato político, ou seja, ter uma intencionalidade, que<br />
t<strong>em</strong>, e t<strong>em</strong> que ter mesmo, uma dimensão politizante, para muito além da dicotomia<br />
do “educar para ser mandado e educar para mandar”.<br />
Por outro lado, como pensar <strong>em</strong> virar essa página da história da sociedade brasileira<br />
s<strong>em</strong> que aqueles que são os sujeitos da mudança venham a ser não só partícipes,<br />
mas, sobretudo, formuladores da mesma? E é aqui que se insere a relevância do<br />
papel da <strong>Educação</strong> de Jovens e Adultos. Ela deve dar conta dessa d<strong>em</strong>anda e desse<br />
papel. E, nesse sentido, ela pode vir a se constituir num dos pilares de mudança,<br />
ajudando a construir uma sociedade mais justa, mais d<strong>em</strong>ocrática, na qual os valores<br />
coletivos e o compromisso com a promoção da cidadania alcanc<strong>em</strong> a todos. Por<br />
isso, pod<strong>em</strong>os estabelecer um elo muito forte entre as funções da EJA expressas por<br />
Cury (2000, apud SOARES, 2002, p. 32-35) no Parecer 11/2000, a saber, “reparadora”,<br />
“equalizadora” e “qualificadora”, e o “leitor do mundo” freireano, assim como o “intelectual<br />
orgânico” gramsciano.<br />
A articulação de todos esses princípios faz da EJA uma estratégia fundamental<br />
para a legitimação de qualquer projeto de transformação social voltado para a<br />
<strong>em</strong>ancipação das massas populares. Para Gramsci, é de fundamental importância<br />
que se promova uma reforma ético-moral que eleve as classes subalternas do estado<br />
de atordoamento frente ao caráter multifacetado da dominação e subordinação<br />
às quais estão submetidas. Assim, a “reparação” de uma grande dívida social <strong>em</strong><br />
relação ao direito à escola de qualidade não pode abrir mão da reparação desse ser,<br />
que, isolado da educação, também se viu trancado pelo lado de fora da sociedade<br />
e teve seu acesso negado a tantas e tantas oportunidades.<br />
A “equalização” compreende o dever de garantir não só o acesso, mas também<br />
o de socializá-lo ao máximo, tendo <strong>em</strong> vista o horizonte da igualdade de oportunidades<br />
para todos, s<strong>em</strong> distinções de qualquer espécie. E, por fim, a “qualificação”<br />
t<strong>em</strong> como objetivo produzir nesse “educando” uma consciência crítica, que o leve<br />
a ser capaz de fazer uma análise concreta de si mesmo, de sua história, tornando-o<br />
sujeito de seu próprio viver. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, deve despertá-lo para a realidade de<br />
que é um ator social e que t<strong>em</strong> o compromisso de ajudar na construção de uma sociedade<br />
mais justa, solidária, fraterna e d<strong>em</strong>ocrática, <strong>em</strong> que a diversidade cultural<br />
torna a vida mais rica de possibilidades, o que, ao contrário do que pode parecer,<br />
viabiliza a busca do universalismo, segundo Frigotto (2002, p. 13-25).<br />
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