Educação em Rede - Sesc
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EJA: de ensino<br />
supletivo à<br />
condição de um<br />
novo paradigma<br />
para a educação<br />
no t<strong>em</strong>po<br />
presente<br />
classes subalternas, alcançando “o bom senso”, passam a imprimir um movimento<br />
orgânico <strong>em</strong> direção a sua <strong>em</strong>ancipação.<br />
Diferent<strong>em</strong>ente de muitos pensadores clássicos da educação, como Jean Jacques<br />
Rousseau, que subordinavam o processo pedagógico à natureza, sugerindo que a<br />
própria evolução das crianças daria conta de grande parte do aprendizado, Gramsci<br />
tinha outra ideia. Segundo o pensador italiano, a educação é uma luta contra os<br />
instintos, ligados às funções biológicas el<strong>em</strong>entares, uma luta contra a natureza, para<br />
dominá-la e criar o hom<strong>em</strong> “atual” a sua época. Trata-se de uma polêmica acerca do<br />
papel da educação como sendo o de distanciar o hom<strong>em</strong> da natureza. Gramsci, s<strong>em</strong><br />
dúvida, atribui à escola um caráter mais dinâmico e mais socializante.<br />
Porém, tomar a análise do papel da escola <strong>em</strong> Gramsci não significa ignorar<br />
que as visões de Althusser, Poulantzas e Bourdieu, e os probl<strong>em</strong>as que colocaram,<br />
estejam superadas pelo primeiro. Pelo contrário, trata-se, aqui, de reconhecer os<br />
desafios por eles apontados, buscando superá-los. Gramsci, nesse caso, aponta uma<br />
direção que abre novos horizontes para a educação, para a qual converge tanto o<br />
seu pensamento, como também o de Paulo Freire, <strong>em</strong> que a educação é vista como<br />
um ato político, já que t<strong>em</strong> um objetivo político, que é a libertação das massas de<br />
uma verdadeira cegueira ideológica, cuja importância já havia sido expressa por<br />
Marx <strong>em</strong> O capital – Tomo III, quando afirma que “se toda essência se confundisse<br />
com a sua aparência, o hom<strong>em</strong> não precisaria de ciência”. Escola é o conjunto de<br />
relações sociais que envolv<strong>em</strong> a educação e a formação do indivíduo, voltando-se<br />
para a sua integração ao mundo e à sociedade, tornando-o sujeito de sua própria<br />
história, um intelectual, no sentido gramsciano, um ser crítico e leitor do mundo, no<br />
sentido freireano.<br />
As funções da EJA e a revolução cidadã<br />
Após analisarmos as possibilidades e potencialidades da escola, dev<strong>em</strong>os também<br />
ter <strong>em</strong> conta nesta discussão um outro aspecto fundamental, que é o sujeito da<br />
aprendizag<strong>em</strong> e do processo educativo, a saber: o educando. Sab<strong>em</strong>os que o melhor<br />
Projeto Político-Pedagógico, o melhor planejamento, a melhor Lei de Diretrizes e Bases<br />
da <strong>Educação</strong> não surtirão o menor efeito se não se buscar mobilizar outros el<strong>em</strong>entos<br />
e outras esferas da sociedade, na tentativa de ampliar ao máximo a divisão<br />
das tarefas ligadas à inclusão desses sujeitos sociais que são os educandos da EJA.<br />
Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>