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Educação em Rede - Sesc

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32<br />

EJA: de ensino<br />

supletivo à<br />

condição de um<br />

novo paradigma<br />

para a educação<br />

no t<strong>em</strong>po<br />

presente<br />

classes subalternas, alcançando “o bom senso”, passam a imprimir um movimento<br />

orgânico <strong>em</strong> direção a sua <strong>em</strong>ancipação.<br />

Diferent<strong>em</strong>ente de muitos pensadores clássicos da educação, como Jean Jacques<br />

Rousseau, que subordinavam o processo pedagógico à natureza, sugerindo que a<br />

própria evolução das crianças daria conta de grande parte do aprendizado, Gramsci<br />

tinha outra ideia. Segundo o pensador italiano, a educação é uma luta contra os<br />

instintos, ligados às funções biológicas el<strong>em</strong>entares, uma luta contra a natureza, para<br />

dominá-la e criar o hom<strong>em</strong> “atual” a sua época. Trata-se de uma polêmica acerca do<br />

papel da educação como sendo o de distanciar o hom<strong>em</strong> da natureza. Gramsci, s<strong>em</strong><br />

dúvida, atribui à escola um caráter mais dinâmico e mais socializante.<br />

Porém, tomar a análise do papel da escola <strong>em</strong> Gramsci não significa ignorar<br />

que as visões de Althusser, Poulantzas e Bourdieu, e os probl<strong>em</strong>as que colocaram,<br />

estejam superadas pelo primeiro. Pelo contrário, trata-se, aqui, de reconhecer os<br />

desafios por eles apontados, buscando superá-los. Gramsci, nesse caso, aponta uma<br />

direção que abre novos horizontes para a educação, para a qual converge tanto o<br />

seu pensamento, como também o de Paulo Freire, <strong>em</strong> que a educação é vista como<br />

um ato político, já que t<strong>em</strong> um objetivo político, que é a libertação das massas de<br />

uma verdadeira cegueira ideológica, cuja importância já havia sido expressa por<br />

Marx <strong>em</strong> O capital – Tomo III, quando afirma que “se toda essência se confundisse<br />

com a sua aparência, o hom<strong>em</strong> não precisaria de ciência”. Escola é o conjunto de<br />

relações sociais que envolv<strong>em</strong> a educação e a formação do indivíduo, voltando-se<br />

para a sua integração ao mundo e à sociedade, tornando-o sujeito de sua própria<br />

história, um intelectual, no sentido gramsciano, um ser crítico e leitor do mundo, no<br />

sentido freireano.<br />

As funções da EJA e a revolução cidadã<br />

Após analisarmos as possibilidades e potencialidades da escola, dev<strong>em</strong>os também<br />

ter <strong>em</strong> conta nesta discussão um outro aspecto fundamental, que é o sujeito da<br />

aprendizag<strong>em</strong> e do processo educativo, a saber: o educando. Sab<strong>em</strong>os que o melhor<br />

Projeto Político-Pedagógico, o melhor planejamento, a melhor Lei de Diretrizes e Bases<br />

da <strong>Educação</strong> não surtirão o menor efeito se não se buscar mobilizar outros el<strong>em</strong>entos<br />

e outras esferas da sociedade, na tentativa de ampliar ao máximo a divisão<br />

das tarefas ligadas à inclusão desses sujeitos sociais que são os educandos da EJA.<br />

Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>

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