26.04.2013 Views

Educação em Rede - Sesc

Educação em Rede - Sesc

Educação em Rede - Sesc

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

26<br />

EJA: de ensino<br />

supletivo à<br />

condição de um<br />

novo paradigma<br />

para a educação<br />

no t<strong>em</strong>po<br />

presente<br />

A escola: entre a dominação e a transformação social<br />

Para a maioria das matrizes teóricas cont<strong>em</strong>porâneas que analisam a t<strong>em</strong>ática<br />

do Estado, não há nenhuma possibilidade de crítica e transformação da sociedade<br />

que passe pelo papel da escola. 1 Para os jusnaturalistas, 2 por ex<strong>em</strong>plo, a escola se<br />

vincula às atribuições do contrato social, que criam as bases para o “Estado civil”,<br />

garantindo ao povo a condição de civilizado, abrindo mão de certas prerrogativas<br />

como a liberdade, conciliando-a à sujeição. Desse modo, a escola acaba-se constituindo<br />

num instrumento que promove o alcance da razão por parte da soma de<br />

indivíduos, de modo que saiam do seu “estado de natureza”, sendo, portanto, uma<br />

instituição fundamental para a <strong>em</strong>ancipação e a promoção dos indivíduos civilizados,<br />

tendo um caráter afirmativo, de avanço, de conquista <strong>em</strong> direção ao progresso<br />

da humanidade.<br />

Para uma parte dos marxistas, por outro lado, ela está ligada direta ou<br />

indiretamente à teoria da reprodução, constituindo-se para alguns autores no pilar<br />

fundamental para a constituição de uma dada dominação. Segundo Althusser<br />

(apud CARNOY, 1994, p. 125-126), por ex<strong>em</strong>plo, a escola, entendida como “aparelho<br />

ideológico de Estado”, tal como outras instituições, como a Igreja e o Exército, está<br />

fadada a reproduzir um conjunto de valores e saberes, sob bases teóricas e práticas<br />

que garantam a sujeição da classe operária à ideologia dominante ou às manobras<br />

operadas pela mesma. Essa afirmação baseia-se no fato de que a reprodução da<br />

força de trabalho exige não somente uma reprodução da qualificação, mas também<br />

a submissão às regras da ord<strong>em</strong> social estabelecida, o que sugere que o momento<br />

da formação educacional seja na verdade a oportunidade para estabelecer como<br />

conjunto de códigos sociais um conjunto de regras que ampliam e garant<strong>em</strong> a<br />

eficácia da ideologia dominante para os agentes da exploração e da repressão, a<br />

fim de que possam assegurar por todos os meios a dominação de classe. E essa<br />

ideologia é comum a todos, de modo que cada qual des<strong>em</strong>penhe a sua tarefa,<br />

sejam os proletários, os explorados, sejam os capitalistas, os exploradores. Nesse<br />

sentido, o papel do educador aqui ou é o de agente da exploração, ou, por outro<br />

lado, o de militante solitário contra a ideologia, contra o sist<strong>em</strong>a e contra as práticas<br />

1. escola, aqui, obviamente não se refere a um espaço físico dedicado à instrução de alunos; é um conceito que está<br />

relacionado ao conjunto de relações sociais que envolv<strong>em</strong> a educação e a formação do indivíduo, voltado para sua<br />

integração ao mundo e à sociedade, tornando-o sujeito de sua própria história, um intelectual, no sentido gramsciano,<br />

um ser crítico e leitor do mundo, no sentido freireano.<br />

2. Defensores da existência de um “direito natural” do indivíduo, que prevalece às normas jurídicas.<br />

Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!