Educação em Rede - Sesc
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Ocorre que é preciso ter ciência de que um projeto da EJA t<strong>em</strong> <strong>em</strong> sua própria<br />
nomenclatura algo que deveria ser fundamento: o fato de a palavra projeto ser originada<br />
do latim projectio, que significa movimento para frente, deveria possibilitar<br />
ao aluno avanço, crescimento, qualificação.<br />
É muito difícil promover um ensino significativo convincente de que a educação<br />
é um processo de construção do ser humano ao longo da vida s<strong>em</strong> um bom<br />
projeto político-pedagógico, feito com a participação da comunidade <strong>em</strong> que a<br />
classe de EJA está inserida, que aponte formas de valorizar e potencializar as diferenças<br />
entre os aluno, respeite os ritmos de aprendizag<strong>em</strong>, avalie qualitativa e não<br />
quantitativamente, e que, além do currículo, se preocupe com o espaço físico, com<br />
o planejamento participativo, os instrumentos de avaliação, os horários das aulas,<br />
enfim, s<strong>em</strong> um projeto político pedagógico que realmente tenha <strong>em</strong> vista os alunos<br />
e suas necessidades.<br />
No livro As dimensões do Projeto Político-Pedagógico (2003), os autores Anna<br />
Rosa Fontella Santiago e José Vieria de Sousa (2003, p. 141-173 e 215-237) reflet<strong>em</strong>,<br />
respectivamente, sobre a importância da flexibilização da organização curricular estar<br />
garantida no Projeto Político-Pedagógico e sobre a atitude ética da construção<br />
da identidade do sujeito, perpassando a construção da identidade da escola. Indicando<br />
o quão valoroso é o PPP quando construído coletivamente <strong>em</strong> prol da união<br />
da vida cotidiana com o conhecimento formal/escolar.<br />
Pois, quando aquilo que os alunos ve<strong>em</strong> na escola não é útil para a vida, ou<br />
quando o que aprenderam na vida não serve para a escola, o aluno de EJA perde<br />
seu direito à individualidade, seu direito a ser respeitado, t<strong>em</strong> a imag<strong>em</strong> de si mesmo<br />
abalada e acaba inflando os índices de desistências dessa modalidade.<br />
Será que o fracasso escolar está na falta de interesse e competência do aluno ou<br />
é gerado pela própria escola?<br />
Essa é uma questão conflitante que perpassa instâncias governamentais e políticas,<br />
mas que não isenta o educador. O que se sabe é que, conforme aponta o<br />
Cadernos de EJA nº 1, 2006, p. 17,<br />
o fracasso escolar tece uma espécie de teia, onde o aluno se enreda e custa a sair. na maio-<br />
ria dos casos, a teia torna-se tão <strong>em</strong>aranhada que não oferece saída e o desfecho dessa<br />
situação é tão comum à realidade brasileira, é o abandono da escola. mais tarde, quan-<br />
do retornam aos bancos escolares, os jovens e adultos ficam extr<strong>em</strong>amente suscetíveis a<br />
enredar<strong>em</strong>-se novamente, a vivenciar<strong>em</strong> outro fracasso escolar.<br />
<strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong> Currículos <strong>em</strong> EJA: saberes e práticas de educadores<br />
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A EJA e o direito<br />
à diversidade:<br />
por uma<br />
valorização da<br />
escola da vida