Educação em Rede - Sesc

More documents

Recommendations

Info

EJA: de ensino supletivo à condição de um novo paradigma para a educação no tempo presente José Carlos Lima de Souza* RESUMO Na última década, sob inspiração da declaração da Unesco, documento resultante da V Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea), realizada em julho de 1997, em Hamburgo, Alemanha, os educadores de EJA vêm ressignificando alguns fundamentos da educação, entre eles, o papel do currículo na educação e da própria organização curricular, elegendo novos objetivos, incorporando novas preocupações e desenvolvendo novas abordagens. Assim, destaca-se o papel da EJA como uma demanda social vinculada à ampliação da cidadania aos segmentos excluídos da sociedade brasileira, ressaltando suas potencialidades como instrumento de ampliação e aprofundamento da democracia no Brasil. Para isso, é fundamental refletir acerca do papel da educação na luta contra as desigualdades sociais e na construção de uma sociedade mais justa. PAlAVRAS-CHAVE: Educação de Jovens e Adultos; cidadania; leitor de mundo; intelectual orgânico. ABSTRACT In the last decade, under the inspiration of the UNESCO Declaration, a document resulting from the Fifth International Conference on Adult Education (Confintea), held in July 1997 in Hamburg, Germany, the Youth and Adult educators are giving new meaning to some educational fundamentals, among them, the role of the curriculum in education and the organization of the curriculum itself, electing new objectives, incorporating new concerns and developing new approaches. Thus, the role of Youth and Adult Education is stressed as a social demand linked to the expansion of citizenship to the excluded segments of Brazilian society, highlighting its potential as a tool to broaden and deepen democracy in Brazil. To this end, it is crucial to reflect on the role of education in combating social inequalities and building a fairer society. KEYwords: Youth and Adult Education; citizenship; world reader; organic intellectual. Serviço Social do Comércio Educação em Rede
* Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em História pela UFF, bacharel e licenciado em História pela UFF, bacharel em Informática, pós-graduado em História do Brasil pela UFF, professor de História na Rede Municipal do Rio de Janeiro, colaborador do Grupo de Trabalho de Atualização Curricular em EJA na Secretaria Munici- pal do Rio de Janeiro (disciplinas História e Geografia), colaborador do Grupo de Trabalho para a Elaboração de Material Didático em EJA na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (disciplinas História e Geografia), professor do Colégio Santa Mônica, pes- quisador na UFF. A construção e o permanente aprofundamento da democracia não são tarefas restritas ao domínio da política, pois demandam a ampliação de horizontes também no campo social, e, dentro dele, as ações no campo da cultura e da educação merecem destaque como duas dentre as diversas iniciativas promotoras da emancipação das classes menos favorecidas. O objetivo deve ser tornar essas ações parte integrante e ativa na formação de um sujeito coletivo crítico e, portanto, formador de uma coesão social baseada na diversidade cultural e no respeito às diferenças, fundados sobre um humanismo de caráter coletivista e popular, estabelecendo uma convergência entre a pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, e a escola de Gramsci. Nesse sentido, esta reflexão ganha cientificidade à medida que situa a Educação de Jovens e Adultos como uma síntese entre a pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, e a proposta gramsciana de escola. Portanto, cria um novo conceito de escola, já não mais colocada como um mero espaço físico dedicado à educação. Ao contrário, escola é um conjunto de relações sociais que envolvem a educação e a formação do indivíduo social, que está voltado para a sua integração ao mundo e à sociedade, tornando-o sujeito de sua própria história, um intelectual, no sentido gramsciano, um ser crítico e leitor do mundo, no sentido freireano. Tendo como suporte o referencial teórico delimitado no parágrafo anterior, esta abordagem sobre a EJA se desenvolve a partir das seguintes indagações. • qual será o papel da escola e da escolaridade nesse processo de construção de uma sociedade mais justa e cidadã? • que responsabilidade tem a escola no estabelecimento e na consolidação de uma dada forma de dominação nas sociedades humanas contemporâneas? • Não seria a escola uma instância apassivadora dos segmentos sociais mais explorados, marginalizados e discriminados da sociedade, ou mesmo um aparelho reprodutor dessas disparidades? Educação em Rede Currículos em EJA: saberes e práticas de educadores 25 EJA: de ensino supletivo à condição de um novo paradigma para a educação no tempo presente
Page 1: Educação em Rede Currículos em E
Page 4 and 5: SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Presid
Page 7: No cenário atual, identifica-se o
Page 10 and 11: RECONHECER A IDENTIDADE DO ALUNO: F
Page 12 and 13: Introdução Gerência de Educaçã
Page 14 and 15: 14 Introdução está inter-relacio
Page 16 and 17: 16 Introdução um de avaliação.
Page 18 and 19: 18 Introdução O artigo de Tamára
Page 20 and 21: 20 Introdução Marlucia Oliveira d
Page 22 and 23: 22 Introdução forma breve, os pen
Page 26 and 27: 26 EJA: de ensino supletivo à cond
Page 38 and 39: As teorias críticas do currículo
Page 40 and 41: 40 As teorias críticas do currícu
Page 54 and 55: 54 Parte I Serviço Social do Comé
Page 56 and 57: A importância do espaço de vivên
Page 58 and 59: 58 A importância do espaço de viv
Page 68 and 69: Sujeitos da EJA e o currículo Kelm
Page 70 and 71: 70 Sujeitos da EJA e o currículo s
Page 72 and 73: 72 Sujeitos da EJA e o currículo r
Page 74 and 75:
74 Sujeitos da EJA e o currículo N
Page 76 and 77:
76 Sujeitos da EJA e o currículo c
Page 78 and 79:
Educação de Jovens e Adultos, um
Page 80 and 81:
80 Educação de Jovens e Adultos,
Page 82 and 83:
Page 84 and 85:
Page 86 and 87:
As diretrizes curriculares da Educa
Page 88 and 89:
88 As diretrizes curriculares da Ed
Page 90 and 91:
Page 92 and 93:
Page 94 and 95:
Page 96 and 97:
Page 98 and 99:
Reconhecer as necessidades do educa
Page 100 and 101:
100 Reconhecer as necessidades do e
Page 102 and 103:
Page 104 and 105:
Page 106 and 107:
Page 108 and 109:
Reconhecer a identidade do aluno: f
Page 110 and 111:
110 Reconhecer a identidade do alun
Page 112 and 113:
Page 114 and 115:
Page 116 and 117:
Page 118 and 119:
O desafio do professor na construç
Page 120 and 121:
120 O desafio do professor na const
Page 122 and 123:
122 O desafio do professor na const
Page 124 and 125:
Conteúdos significativos: desafio
Page 126 and 127:
126 Conteúdos significativos: desa
Page 128 and 129:
Page 130 and 131:
Page 132 and 133:
Page 134 and 135:
Page 136 and 137:
Práticas educativas e construção
Page 138 and 139:
138 Práticas educativas e constru
Page 140 and 141:
Page 142 and 143:
Page 144 and 145:
Page 146 and 147:
Reflexões para a constituição de
Page 148 and 149:
148 Reflexões para a constituiçã
Page 150 and 151:
Page 152 and 153:
Page 154 and 155:
Page 156 and 157:
Page 158 and 159:
Page 160 and 161:
160 Parte II Serviço Social do Com
Page 162 and 163:
Avaliação da aprendizagem escolar
Page 164 and 165:
164 Avaliação da aprendizagem esc
Page 166 and 167:
Page 168 and 169:
Page 170 and 171:
Page 172 and 173:
Page 174 and 175:
Page 176 and 177:
Page 178 and 179:
Recordações: complemento para uma
Page 180 and 181:
180 Recordações: complemento para
Page 182 and 183:
Page 184 and 185:
Page 186 and 187:
Page 188 and 189:
Page 190 and 191:
Diagnosticar saberes significativos
Page 192 and 193:
192 Diagnosticar saberes significat
Page 194 and 195:
Page 196 and 197:
Page 198 and 199:
Page 200 and 201:
Avaliar: um ato político que poder
Page 202 and 203:
202 Avaliar: um ato político que p
Page 204 and 205:
Page 206 and 207:
Page 208 and 209:
Page 210 and 211:
210 parte III Serviço Social do Co
Page 212 and 213:
Um novo olhar à formação docente
Page 214 and 215:
214 Um novo olhar à formação doc
Page 216 and 217:
Page 218 and 219:
Page 220 and 221:
Page 222 and 223:
Page 224 and 225:
Especificidades da EJA: trajetória
Page 226 and 227:
226 Especificidades da EJA: trajet
Page 228 and 229:
Page 230 and 231:
Page 232 and 233:
Page 234 and 235:
A EJA e o direito à diversidade: p
Page 236 and 237:
236 A EJA e o direito à diversidad
Page 238 and 239:
Page 240 and 241:
Page 242 and 243:
Page 244 and 245:
Page 246 and 247:
Page 248 and 249:
Currículo e prática docente Rosim
Page 250 and 251:
250 Currículo e prática docente T
Page 252 and 253:
252 Currículo e prática docente O
Page 254 and 255:
254 Currículo e prática docente q
Page 256 and 257:
256 Currículo e prática docente C
Page 258:
esta revista foi impressa pela mce
show all

Educação em Rede - Sesc

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?