Educação em Rede - Sesc
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A EJA e o direito<br />
à diversidade:<br />
por uma<br />
valorização da<br />
escola da vida<br />
Iniciando as reflexões...<br />
É impossível pensar uma classe de <strong>Educação</strong> de Jovens e Adultos homogênea.<br />
Aliás, não há classe homogênea <strong>em</strong> etapa ou modalidade de educação alguma. Os<br />
alunos são s<strong>em</strong>pre indivíduos com histórias pessoais próprias, desejos diferenciados<br />
e saberes e habilidades diversas que os faz<strong>em</strong> ímpares.<br />
Especificamente na EJA, é preciso que os educadores encar<strong>em</strong> a heterogeneidade<br />
não como um probl<strong>em</strong>a, e sim como algo precioso que potencializa a construção<br />
do conhecimento <strong>em</strong> sala de aula e possibilita/exige uma flexibilização do<br />
currículo oficial.<br />
Dentre as razões que justificam a validade do resgate dos saberes e experiências<br />
dos alunos estão a convicção de que os estudantes da EJA têm muito a contribuir<br />
para a construção das práticas cotidianas da escola e a certeza de que isso confere<br />
maior protagonismo a suas trajetórias escolares. Sobre a importância da valorização<br />
dos saberes anteriores dos alunos jovens e adultos para a construção do espaço de<br />
ensino e aprendizag<strong>em</strong>, Miguel Arroyo (2005) destaca:<br />
Quando só os interlocutores falam de coisas diferentes, o diálogo é possível. Quando só<br />
os mestres têm o que falar, não passa de um monólogo. Os jovens e adultos carregam<br />
as condições de pensar sua educação como um diálogo. Se toda educação exige uma<br />
deferência pelos interlocutores, mestres e alunos(as), quando esses interlocutores são jo-<br />
vens e adultos carregados de tensas vivências, essa deferência deverá ter um significado<br />
educativo especial.<br />
Na introdução do livro Atenção à diversidade (2002, p. 11), Artur Parcerisa Aran<br />
diz que aceitar a existência dessa heterogeneidade é fácil, difícil é tratar educativamente<br />
as diferenças e <strong>em</strong>pregá-las para o enriquecimento do processo de ensino e<br />
de aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Utilizar as diferentes identidades, vivências e crenças dos alunos é uma tarefa<br />
desafiadora, árdua até, mas altamente compensatória. Pois quando a escola parte<br />
do cotidiano dos alunos, de seus conhecimentos e habilidades adquiridos no meio<br />
<strong>em</strong> que viv<strong>em</strong>, além de os educandos sentir<strong>em</strong>-se respeitados e valorizados, ganham<br />
motivação e possibilidades de trabalhar<strong>em</strong> suas zonas de desenvolvimento<br />
proximal.<br />
A esse respeito, Vygotsky (1991) afirma que as funções mentais superiores são<br />
construídas ao longo da história social do hom<strong>em</strong> e que toda aprendizag<strong>em</strong> recai<br />
sobre a zona de desenvolvimento proximal. Esta é o espaço entre o nível de desen-<br />
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