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Educação em Rede - Sesc

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qualidade de vida. Exist<strong>em</strong> outros fatores que também desfavorec<strong>em</strong> o acesso escolar,<br />

como a não existência de escolas ou a distância de suas moradas.<br />

No entanto, é muito importante garantir para os alunos jovens e adultos o direito<br />

à escolarização de qualidade que lhes foi negado. De acordo com Arroyo:<br />

A eJA nomeia jovens e adultos pela realidade social: oprimidos, pobres, s<strong>em</strong> terra, s<strong>em</strong> teto,<br />

s<strong>em</strong> horizontes. pode ser um retrocesso encobrir essa realidade brutal sob nomes mais<br />

novos de nossos discursos como escolares, como pesquisadores ou formuladores de polí-<br />

ticas: repetentes, defasados, aceleráveis analfabetos, candidatos a suplência, discriminados.<br />

<strong>em</strong>pregáveis... esses nomes escolares deixam de fora dimensões de sua condição humana<br />

que são fundamentais para as experiências de educação (in: ArrOYO, 2001, p. 12).<br />

Esses são apenas alguns dentre tantos outros rótulos que receb<strong>em</strong> os alunos<br />

da EJA. Mas o que deve ser feito para minimizar tal situação e possibilitar a inserção<br />

desse público de maneira que tenha oportunidade de iniciar ou continuar a escolarização,<br />

podendo gozar de direitos mínimos, como autonomia, reconhecendose<br />

enquanto sujeito ativo e participativo das decisões intrínsecas à sociedade? Ao<br />

abordar os aspectos igualitários na função equalizadora, Ciavatta faz uso da afirmação<br />

de Santos (1996, p.3), quando diz que “t<strong>em</strong>os o direito a ser iguais quando<br />

a diferença nos inferioriza, t<strong>em</strong>os o direito a ser diferentes quando a igualdade nos<br />

descaracteriza”.<br />

Acerca dessa afirmação seria relevante questionarmos se as políticas públicas<br />

educacionais impl<strong>em</strong>entadas para a EJA têm levado <strong>em</strong> consideração necessidades<br />

como o universo ao qual pertence esse público, suas histórias de vida, sua visão de<br />

mundo conforme seus traços culturais e sua vivência social, familiar e profissional;<br />

se o que está sendo efetivado como ensino e aprendizag<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>pla aqueles alunos<br />

que anteriormente abandonaram a escola (ou deixaram de inserir-se nela) por<br />

motivos diversos, ou se o que está sendo desenvolvido é mera reposição do que foi<br />

perdido na idade regular (neste caso, tratando-se dos conteúdos curriculares).<br />

A discussão é bastante ampla acerca do processo educativo que envolve esse<br />

público. No entanto, é necessário que haja uma valorização, um compromisso e o<br />

respeito pelos saberes prévios dos educandos. Não pod<strong>em</strong>os esquecer de que o<br />

aluno da EJA, quando v<strong>em</strong> para a escola, traz consigo um leque de informações<br />

e conhecimentos de mundo e que esse conhecimento, quando b<strong>em</strong> aproveitado,<br />

servirá de ponte para ampliar novos saberes. Não valorizar esse conhecimento sig-<br />

<strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong> Currículos <strong>em</strong> EJA: saberes e práticas de educadores<br />

227<br />

Especificidades<br />

da EJA:<br />

trajetória e<br />

desafios para o<br />

saber docente

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