Educação em Rede - Sesc
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Avaliar: um ato<br />
político que<br />
poderá levar à<br />
transformação<br />
social<br />
já que está <strong>em</strong> constante mutação a partir das observações avaliativas. Neste momento,<br />
não poderíamos deixar de mencionar, ainda, Silva (2007), que, ao dialogar<br />
com Giroux, Derrida e outros, sugere a construção de um currículo multicultural <strong>em</strong><br />
que se respeit<strong>em</strong> as identidades dos alunos, <strong>em</strong> nosso caso, os de EJA, sobretudo<br />
no que concerne a etnia, raça, credo religioso, variedades linguísticas... Estando o<br />
processo avaliativo atrelado às práticas de ensino e ao currículo não se poderá esquecer,<br />
<strong>em</strong> sua construção, da diversidade cultural de nossos alunos; entendendo<br />
cultura também como os determinados pontos de vista dos alunos, s<strong>em</strong>pre a partir<br />
de um lugar social.<br />
Conforme o mesmo autor, <strong>em</strong> um processo de construção de currículo deverse-á<br />
levar <strong>em</strong> consideração o discurso do saber, do poder e da formação de subjetividades.<br />
Nesse sentido, vê-se que, <strong>em</strong>butidas nas propostas curriculares estão as<br />
ideologias e crenças. Assumimos para a EJA uma proposta curricular pós-crítica que<br />
busca cont<strong>em</strong>plar o ser humano como um todo e, por isso mesmo, a avaliação também<br />
deverá considerar todas as dimensões da integralidade do hom<strong>em</strong>: a física,<br />
sensorial, <strong>em</strong>otiva, mental e espiritual.<br />
Todo processo avaliativo, desse modo, liga-se à construção curricular, a qual deverá<br />
ter mobilidade de acordo com o perfil de cada aluno, por isso faz-se necessário<br />
perguntar: o que avaliar? Para quê? Por quê? Como? As três primeiras indagações situam-se<br />
naquilo que é significativo para o aluno a fim de que possa intervir <strong>em</strong> seu<br />
contexto social e, consequent<strong>em</strong>ente, na transformação da realidade. No que se<br />
refere aos aspectos metodológicos (o como), deve-se atentar para os vários instrumentos<br />
avaliativos: trabalhos, projetos, provas, observação da capacidade criativa.<br />
O ensino, portanto, deverá ser contextualizado, aplicado às diversas realidades,<br />
tornando-se cada vez mais significativo para as existências dos alunos, que, por sua<br />
vez, deverão agir <strong>em</strong> busca da autenticidade, ou seja, do conhecimento seguro,<br />
que dará firmeza às verdadeiras teorias e não somente a modismos. Nesse sentido,<br />
professores e alunos deverão estar <strong>em</strong> constante conversação, s<strong>em</strong>pre abertos às<br />
novas aprendizagens.<br />
O acompanhamento do desenvolvimento de um aluno (o seu processo avaliativo)<br />
ocorre a partir da visualização por parte do professor (parceiro do ato educacional)<br />
dos conceitos formulados e reformulados, por meio de várias ações educativas<br />
e com diversos instrumentos. Dessa perspectiva, Hoffmann (1998) diz que essas<br />
ações educativas deverão ser desafiadoras, com tarefas de aprendizag<strong>em</strong> sucessivas<br />
e gradativas, permitindo ao professor o acompanhamento dos graus de evolu-<br />
Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>