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Educação em Rede - Sesc

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202<br />

Avaliar: um ato<br />

político que<br />

poderá levar à<br />

transformação<br />

social<br />

tas, ignorando-se, totalmente, a consciência e os estados mentais. <strong>em</strong> suas experiências<br />

com ratos, observou que eles, ao receber<strong>em</strong> determinado estímulo, mudavam de compor-<br />

tamento e aprendiam. esse processo era estimulado pelo reforço, que podia ser positivo<br />

(como ofertas de queijo) ou negativo (como deixá-los com fome, mas s<strong>em</strong> chegar a ser um<br />

sofrimento físico, opondo-se, assim, à punição).<br />

Pode-se dizer que esta ideia de condicionamento operante também se aplica<br />

ao ato de avaliar de maneira tradicional, ou seja, o aluno “aprende” porque é condicionado<br />

pelos estímulos. qu<strong>em</strong> não se l<strong>em</strong>bra dos bolos com palmatória (reforço<br />

negativo) ou das notas coroadas de estrelinhas e dos chocolates que ganhávamos<br />

de nossas professoras (reforço positivo)? Esse tipo de método não prova a verdadeira<br />

aprendizag<strong>em</strong>, pois o condicionamento, com o passar do t<strong>em</strong>po, fica no esquecimento,<br />

enquanto que a aprendizag<strong>em</strong> real leva à solução de vários tipos de probl<strong>em</strong>as<br />

<strong>em</strong> contextos multiformes. L<strong>em</strong>bramos ainda do que diz o autor (2007, p. 26).<br />

Sendo assim, o professor que opta por esse estilo de prática pedagógica é um treinador.<br />

na década de 70, todos nós l<strong>em</strong>bramos daqueles prêmios que recebíamos, quer dos pro-<br />

fessores ou dos pais, quando tirávamos boas notas ou apresentávamos bons exercícios.<br />

esses prêmios funcionavam, ou ainda hoje pod<strong>em</strong> funcionar, como um reforço positivo,<br />

enquanto o castigo aparece como modo de punir os supostos “erros”.<br />

Tais erros deveriam ser um indicador positivo daquilo que precisa ser modificado<br />

na prática pedagógica. O erro otimizado leva os professores a descobrir <strong>em</strong> que<br />

lugar e <strong>em</strong> qual momento deverão redimensionar o seu trabalho docente para que<br />

o aluno aprenda. O aluno errou porque tentou acertar, buscou estratégias para isso,<br />

e se tentar novamente, de outros modos, com certeza acertará.<br />

Faz<strong>em</strong>os, portanto, uma relação entre o currículo tradicional estereotipado, local<br />

das escolhas do professor e das ideologias políticas do momento, e esse modo<br />

de avaliação que oprime, condena e que leva o aluno a ser um reprodutor dos livros<br />

didáticos e dos professores: o que chamamos “cultura de caderno”. O aluno não conseguirá<br />

ir além dos apontamentos tirados do quadro na sala de aula e dos exercícios<br />

s<strong>em</strong> desafios do livro didático, na maioria das vezes, descontextualizados. A respeito<br />

disso, Silva (2004, p. 36) informa-nos:<br />

A função de sist<strong>em</strong>a educativo não se restringe a apenas garantir a entrada e a perma-<br />

nência dos aprendentes na escola e lhes oferecer merenda. Seu desafio maior está <strong>em</strong><br />

possibilitar as condições necessárias para que haja aprendizagens de qualidade social. A<br />

partir desse ponto de vista, é relevante superar as aprendizagens mecânicas, baseadas nas<br />

m<strong>em</strong>orizações, na repetição, na reprodução e na cópia.<br />

Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>

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