Educação em Rede - Sesc
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Considerações finais<br />
S<strong>em</strong> querer cometer injustiças, verificam-se esforços de professores e coordenadores<br />
pedagógicos da <strong>Educação</strong> de Jovens e Adultos no sentido de desvelar essas<br />
incongruências da avaliação e as ideologias subjacentes, notadamente quando<br />
iniciam a construção do Projeto Político-Pedagógico da escola.<br />
A partir das vozes de professores, alunos e coordenadores, pode-se constatar<br />
que esse tipo de educação sofre discriminação de diretores, professores e coordenadores<br />
que não atuam nessa modalidade. Isso é perceptível quando tratam a EJA<br />
como uma modalidade “intrusa” na escola. Isso, de certa forma, legitima o preconceito,<br />
a discriminação. Desconstruir esse paradigma não é nada fácil, posto que está<br />
no nível de formação de consciência e discurso.<br />
A Universidade Federal do Amapá, através de seu curso de Pedagogia, não t<strong>em</strong><br />
perspectivas de preparar professores para atuar<strong>em</strong> nessa modalidade. Faz-se necessário<br />
o desenvolvimento de políticas mais eficazes quanto à formação e pesquisa<br />
nas áreas de ensino e aprendizag<strong>em</strong> na <strong>Educação</strong> de Jovens e Adultos.<br />
Apesar de a avaliação ter uma característica essencial, que é a tomada de decisão,<br />
infelizmente, o que as escolas vêm fazendo é simplesmente a verificação. E<br />
mesmo que o professor esteja predisposto a realizar a avaliação como diagnose,<br />
ele enfrentará um probl<strong>em</strong>a sério – a exigência no cumprimento dos conteúdos<br />
curriculares, defrontando-se com situações conflitantes: primeiro, o idealismo pedagógico,<br />
o querer assumir a avaliação como caráter diagnóstico — essa atitude<br />
perpassa uma definição pedagógica e política — segundo, verificar que, apesar da<br />
avaliação ser uma tomada de decisão, o professor precisa, necessariamente, cumprir<br />
as exigências acerca dos conteúdos programáticos.<br />
Apesar das tentativas de colocar a avaliação no âmbito da diagnose como retomada<br />
de decisão, o que vale mesmo é a classificação <strong>em</strong> média do aluno. Vista<br />
assim, a avaliação classificatória, apesar das análises como injusta e arbitrária, o professor<br />
ainda utiliza, e vai utilizar por muito t<strong>em</strong>po, como efeito de comprovação de<br />
que avaliar é necessariamente ter que aprovar ou reprovar alguém.<br />
Também há que considerar que a finalidade da <strong>Educação</strong> de Jovens e Adultos é<br />
corrigir a distorção entre idade e série dos alunos oriundos do ensino regular e que<br />
após a correção dessa distorção retornariam para este ensino. Entretanto, o que se<br />
<strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong> Currículos <strong>em</strong> EJA: saberes e práticas de educadores<br />
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Avaliação da<br />
aprendizag<strong>em</strong><br />
escolar nos cursos<br />
da <strong>Educação</strong> de<br />
Jovens e Adultos:<br />
uma discussão<br />
acerca das<br />
possibilidades<br />
de rediscuti-la<br />
nos currículos<br />
escolares.