Educação em Rede - Sesc
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Introdução<br />
* Profissional integrada à <strong>Educação</strong> Básica na Modalidade <strong>Educação</strong> de Jovens e Adultos<br />
na IF-SC; professora de Geografia e Filosofia, no curso de ensino médio modalidade EJA no<br />
SESC-SC; m<strong>em</strong>bro do Fórum Estadual de EJA e professora/tutora a distância do polo de<br />
Florianópolis, no curso de aperfeiçoamento de professores de EJA da UFSC.<br />
O presente trabalho está organizado <strong>em</strong> quatro partes: na primeira, traço<br />
um panorama de como a educação brasileira está inserida no contexto político<br />
mundial e nacional e defendo a importância do professor como agente crítico de<br />
mudança; na segunda parte, apresento os principais desafios e dil<strong>em</strong>as enfrentados<br />
pelos professores da EJA e desenvolvo a ideia de que é possível e necessária a<br />
constituição de um currículo mais adequado às especificidades dessa modalidade<br />
de ensino; na terceira, relato como a teoria e a prática pedagógica se recriam e se<br />
contextualizam no cotidiano escolar do Centro de Atendimento de Florianópolis<br />
(CAF); e na quarta e última parte concluo com a mesma questão que o inicia,<br />
será mesmo possível a constituição de uma proposta curricular baseada <strong>em</strong> um<br />
outro paradigma?<br />
O conhecimento crítico como poder de<br />
transformação<br />
A educação é um campo onde as decisões simbólicas são tomadas a partir de<br />
uma luta <strong>em</strong> que diferentes classes estão envolvidas. A cultura dominante integra<br />
a classe dominante ao distingui-la das outras e ao desmobilizar a classe dominada<br />
a partir dos sist<strong>em</strong>as simbólicos que serv<strong>em</strong> para impor e legitimar a dominação.<br />
Nesse contexto a escola funciona como o aparelho ideológico central do Estado,<br />
transmitindo a ideologia da cultura dominante por meio de seu currículo, o que<br />
garante a reprodução mais ampla da sociedade capitalista (SILVA, 2001).<br />
Assistimos, nas últimas décadas, à construção de um discurso ideológico divulgado<br />
pelas classes dominantes <strong>em</strong> todo o mundo, inclusive aqui no Brasil, no qual a<br />
educação quase s<strong>em</strong>pre esteve relacionada a padrões e modelos que não atend<strong>em</strong><br />
às necessidades da sua população, mas a uma lógica externa. Ao longo da história,<br />
a dominação se fez presente nas mais diversas áreas: econômica, institucional e política,<br />
estando esse discurso representado, entre outros, <strong>em</strong> documentos legais que<br />
legitimam políticas educacionais neoliberais.<br />
<strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong> Currículos <strong>em</strong> EJA: saberes e práticas de educadores<br />
147<br />
Reflexões para<br />
a constituição<br />
de um currículo<br />
possível <strong>em</strong><br />
<strong>Educação</strong> de<br />
Jovens e Adultos