Educação em Rede - Sesc
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Reconhecer a<br />
identidade do<br />
aluno: fator<br />
fundamental<br />
para a construção<br />
de um currículo<br />
<strong>em</strong> EJA<br />
inclusos como para os que desejam se inserir. Esses fatores dev<strong>em</strong> influir bastante<br />
no momento de pensarmos <strong>em</strong> qual deverá ser a nossa postura pedagógica perante<br />
os nossos alunos.<br />
Contudo, t<strong>em</strong>os a nossa responsabilidade cada vez mais acentuada, pois dev<strong>em</strong>os<br />
dar conta dos equívocos e das faltas que a escolarização regular cometeu<br />
com alguns deles. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, dev<strong>em</strong>os proporcionar àqueles que nunca<br />
tiveram acesso a um processo educativo sist<strong>em</strong>atizado uma educação que aborde<br />
a multiplicidade de culturas, resgate a autoestima, possua qualidade, juntamente<br />
com a segurança de que os alunos necessitam para continuar a caminhar dentro<br />
desse processo educativo.<br />
Construção de um currículo para a EJA<br />
Tendo <strong>em</strong> vista que os alunos pertencentes à EJA possu<strong>em</strong> origens diferenciadas,<br />
podendo ser adolescentes ou até mesmo idosos, surg<strong>em</strong> alguns questionamentos<br />
<strong>em</strong> relação ao currículo a ser elaborado. Como trabalhar com pessoas tão<br />
distintas de forma padronizada? Por que não estabelecer uma proximidade entre<br />
os saberes curriculares fundamentais, os alunos e a experiência social que eles têm<br />
como indivíduos? Segundo Freire (2005, p. 30), a resposta para essas questões é<br />
bastante complexa. Pois se estabelecermos como meta chegar a um patamar igualitário<br />
de conhecimento estar<strong>em</strong>os cometendo um enorme erro, já que desprezar<strong>em</strong>os<br />
o capital intelectual e a cultura desses indivíduos.<br />
A cultura é, portanto, esfera de lutas, de diferenças, de relações de poder desiguais. essas<br />
diferenças são s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> relação a algo, não diferenças absolutas. São diferenças políticas,<br />
não apenas diferenças textuais, linguísticas, formais. São diferenças construídas com base<br />
<strong>em</strong> relações de poder estruturais e globais que não dev<strong>em</strong> ser secundarizadas (mclAren<br />
apud mOreirA, 1999, p. 84).<br />
McLaren(1999) fala na citação anterior justamente sobre o que é cultura e como<br />
esta se constitui, e, também, nos leva a refletir sobre a importância de não desvalorizá-la.<br />
Afinal, somos todos inseridos <strong>em</strong> um contexto cultural no qual ocorre um<br />
jogo de poder, e os valores provindos das esferas dominantes são assimilados de<br />
forma mais rápida e coercitiva por nós. Em muitas situações n<strong>em</strong> perceb<strong>em</strong>os a<br />
assimilação desses valores, entretanto, <strong>em</strong> cada ambiente social, alguns deles são<br />
reconhecidos e apreciados; desse modo, ao trabalharmos com a diversidade de atores,<br />
não pod<strong>em</strong>os desprezar as distintas manifestações culturais e identitárias.<br />
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