Educação em Rede - Sesc
Educação em Rede - Sesc
Educação em Rede - Sesc
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
102<br />
Reconhecer as<br />
necessidades<br />
do educando<br />
para qualificar o<br />
currículo<br />
Mesmo que a escola tenha como base o padrão de uma determinada classe<br />
social, se deparará com as diferenças culturais. Sab<strong>em</strong>os que as instituições de ensino<br />
se baseiam no modo capitalista da classe elitista, que tenta negar o modo de<br />
vida das classes <strong>em</strong>pobrecidas, rejeitando sua cultura, sua linguag<strong>em</strong>. Porém, essa<br />
influência não é descartada no momento da construção do conhecimento, porque<br />
o educando não se separa dela quando entra na sala de aula. Ela faz parte da sua<br />
essência e necessita ser explorada para dialogar com os conhecimentos escolhidos<br />
na grade curricular.<br />
quando o aluno é inserido no ambiente escolar, as bagagens culturais entram<br />
<strong>em</strong> conflito, principalmente no aspecto da linguag<strong>em</strong>, que na escola é mais rebuscada,<br />
formal, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre compreendida pelo sujeito. Além disso, esse espaço se<br />
traduz muitas vezes <strong>em</strong> ambiente de preconceitos e discriminações, porque educadores<br />
despreparados não aceitam outro tipo de linguag<strong>em</strong> que não seja a oferecida<br />
pela escola.<br />
Em alguns casos, o professor faz uma avaliação muito rigorosa e equivocada<br />
das produções textuais, ou mesmo da própria fala do aluno. Uma avaliação nesse<br />
nível pode ser motivo de constrangimento na sala de aula, ou pode contribuir para<br />
aumentar a distância entre educando e educador, dificultando ainda mais a relação<br />
entre eles, que necessita de interação constante para o desenvolvimento do processo<br />
de ensino-aprendizag<strong>em</strong>, o que acaba sendo prejuízo para ambas as partes.<br />
Dev<strong>em</strong>os entender que nesse processo não é só o aluno que aprende, o professor<br />
aprende junto com o aluno.<br />
O professor deve ensinar. É preciso fazê-lo. Só que ensinar não é transmitir conhecimento.<br />
para que o ato de ensinar se constitua como tal, é preciso que o ato de aprender seja pre-<br />
cedido do, ou concomitante ao, ato de apreender o conteúdo ou o objeto cognoscível,<br />
com que o educando se torna produtor também do conhecimento que lhe foi ensinado<br />
(Freire, 1994, p. 118).<br />
Para que um sujeito construa conhecimento é preciso que aquilo que é apresentado<br />
na aula tenha significado e, a partir daí, ele possa repensar as noções<br />
preconcebidas e reconstruir novos saberes com base naquilo que já teve oportunidade<br />
de aprender. Ele precisa encontrar na escola um espaço onde possa refletir<br />
sobre suas experiências de vida, as coisas do senso comum e as teorias oferecidas<br />
pela escola, para criar uma visão crítica desses conteúdos, construindo suas<br />
próprias concepções a respeito do mundo que o cerca. É importante também<br />
Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>