Para um pensamento do sul : diálogos com Edgar Morin - BVS-Psi

More documents

Recommendations

Info

emprego com o ressignificado de valores da e para nossa civilização. Dar novo significado ao termo política significa manter o que há de positivo nele e eliminar os seus efeitos negativos. Para Morin, "trata-se de refundar e renovar a política. A política de civilização visa a salvaguardar as antigas solidariedades, lá onde elas não foram destruídas, e/ou instaurar novas solidariedades" (2010, p. 262). O termo não pretende reduzir a política à política de civilização, mas integrar a política de civilização àquela. Não se trata de criar uma nova ética, mas de regressar à ética. "Pretende ser uma política multidimensional na qual todos os problemas humanos têm hoje uma dimensão política" (MORIN; NAIR, 1997, p. 149). Morin aponta imperativos de uma política de civilização (idem, pp. 151- 159): solidarizar (contra a paralisia e a compartimentação); revitalizar as identidades culturais (contra a padronização); conviver (contra a degradação da qualidade de vida — material/existencial/ ambiental); moralizar (contra egocentrismo e irresponsabilidade). Conviver com a transitoriedade e com a incerteza é um desafio constante que o pensamento complexo nos impõe. é preciso renovar a esperança nas aspirações e possibilidades criativas, libertárias e fraternais dos seres humanos. O pensamento complexo propõe a conjugação da ciência com as culturas, as artes e a filosofia para a construção de uma política planetária que contemple uma educação comprometida com a formação de cidadãos planetários, éticos e mais felizes. é nessa direção que um pensamento do Sul poderia se estabelecer, garantindo uma educação disposta e capaz de operar transformações. uma nova política de civilização será possível? Será uma uTOPIA? U = não; TOPOS = lugar: O que não tem lugar no presente! O que não significa que, em algum dia possa ser possível ou viável. Morin nos convida ainda a distinguir duas utopias (idem, pp. 191-197): 1ª) O melhor dos mundos — inviável, impossível e terrível; 2ª) um mundo melhor — possível, improvável? um mundo melhor se constrói com o fim das guerras; com a melhoria das relações com o meio ambiente; com a regulação dos conflitos; com a possibilidade de remediar infelicidades humanas a partir da melhoria das condições sociais e políticas; com a preservação do planeta. Isso tudo pode ser possível, ainda que improvável. Por isso, é tão necessário quanto difícil. E, qualquer que seja a intensidade na melhoria do mundo, impõe às civilizações esperança e, ao mesmo tempo, coautoria. Trata-se de um problema antropológico e histórico, pois os seres humanos possuem as melhores e as piores potencialidades. Essa dialógica exige esperança na proporção da coautoria de um planeta civilizado. Civilizar a Terra é urgente! E, para isso, a educação é fundamental! 175
176 REFERÊNCIAS MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução: Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000a. MORIN, E. Complexidade e transdisciplinaridade: a reforma da universidade e do ensino fundamental. Tradução: Edgard de Assis Carvalho. Natal: Ed. da uFRN, 1999. MORIN, E. Meu caminho. Entrevistas com Djénane Kareh Tager. Tradução: Edgard de Assis Carvalho e Mariza Perassi Bosco. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução: Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez; Brasília: unesco, 2000b. MORIN, E.; CIuRANA, E-R; MOTTA, R. D. Educar na era planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem no erro e na incerteza humana. Tradução: Sandra T. Valenzuela. São Paulo: Cortez; Brasília: uNESCO, 2003. MORIN, E.; NAIR, S. Uma política de civilização. Tradução: Armando Pereira da Silva. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
Page 2 and 3:
diálogos com Edgar morin SESC DEPA
Page 4 and 5:
5 CONvITE AO ENCONTRO INTERNACIONAL
Page 6 and 7:
Convite ao encontro internacional P
Page 8 and 9:
escritas dos participantes que conf
Page 10 and 11:
Para um pensamento do Sul O que é
Page 12 and 13:
A partir de Paulo de Tarso surgiu u
Page 14 and 15:
Comecemos por problematizar a mundi
Page 16 and 17:
de uma maneira extremamente diferen
Page 18 and 19:
Cronometrada e hiperespecializada,
Page 20 and 21:
se trata de uma sabedoria que pode
Page 22 and 23:
monia na nossa vida cotidiana na me
Page 24 and 25:
a esperança vem do Sul Norte e Sul
Page 27 and 28:
26 AGuIRRe, julIO leONIDAs Licencia
Page 29 and 30:
28 Es por esta cualidad multidimens
Page 31:
30 cias de los paradigmas dominante
Page 34 and 35:
Pensamento do Sul como reserva antr
Page 36 and 37:
apresentadas em Alfabetização eco
Page 39 and 40:
38 AlMeIDA, ROsIleNe sOusA Pedagoga
Page 41 and 42:
40 Por outro lado, como nos alerta
Page 43:
42 REFERÊNCIAS BRANDãO, Carlos Ro
Page 46 and 47:
Pensamento do Sul: uma bússola par
Page 48 and 49:
Merece destaque a produção de pol
Page 50 and 51:
temas centrales que inspiran el pen
Page 52 and 53:
ase en una mirada a la vez técnica
Page 54 and 55:
contribuições "Para um pensamento
Page 56 and 57:
tem como vocação não se cerrar,
Page 58 and 59:
REFERÊNCIAS JuLLIEN, François. O
Page 60 and 61:
Quais os temas centrais que inspira
Page 62 and 63:
as solidariedades tradicionais, ger
Page 64 and 65:
fundamental importância para a ela
Page 66 and 67:
) Formação de professores para a
Page 68 and 69:
Page 70 and 71:
Aqui não posso deixar de fazer um
Page 73 and 74:
72 estARQue, teRezA MeNDONCA Psicó
Page 75 and 76:
74 O modelo do homo economicus defe
Page 77:
76 Não entra na contabilidade das
Page 80 and 81:
Page 82 and 83:
durante séculos colonizados pelos
Page 84 and 85:
Como último exemplo, tomemos São
Page 86 and 87:
eligar la experiencia del Sur y el
Page 88 and 89:
como una construction auto-eco-orga
Page 90 and 91:
REFERÊNCIAS ChARTIER, D.; LERBET,
Page 92 and 93:
temas centrales que inspiran el pen
Page 94 and 95:
nidos (poco variados). En el mundo
Page 97 and 98:
96 IRVING, MARtA De AzeVeDO Profess
Page 99 and 100:
98 individualismo como sinônimo de
Page 101 and 102:
100 dicionais, antes marginalizadas
Page 103 and 104:
102 Gerente de Cultura do Departame
Page 105 and 106:
104 Claro que é preciso haver diá
Page 107 and 108:
106 MAlDONAtO, MAuRO Médico e psiq
Page 109 and 110:
108 A globalização em andamento e
Page 111 and 112:
110 Começamos a pensar o Sul ali o
Page 113 and 114:
112 espINOsA Doctora en Educación
Page 115 and 116:
114 complejidad. El aporte al encue
Page 117 and 118:
116 o Existencial (Reintroducción
Page 119 and 120:
118 poesía, fotografía, literatur
Page 121 and 122:
120 MARtINs, pAulO HeNRIQue Profess
Page 123 and 124:
122 este debate de integração da
Page 125 and 126: 124 na ásia (Spivak, Chaterjee, Ch
Page 127 and 128: 126 MeDeIROs, ClAuDIA sANtOs De Mes
Page 129 and 130: 128 os vencedores, mas a história
Page 131 and 132: 130 MIRANDA, DANIlO sANtOs De Diret
Page 133 and 134: 132 superior culminaria com o padr
Page 135 and 136: 134 Do humanismo, o autor critica a
Page 137 and 138: 136 Doutora em Educação pela PUC-
Page 139 and 140: 138 Assim, acreditamos que é urgen
Page 141 and 142: 140 danças paradigmáticas e tamb
Page 143 and 144: 142 banização, da economia, do di
Page 145 and 146: 144 bilidades, do resgate de sua au
Page 147 and 148: 146 Cirurgião-dentista graduado pe
Page 149 and 150: 148 ram sendo criadas articulaçõe
Page 151 and 152: 150 NAsCIMeNtO, elIMAR pINHeIRO DO
Page 153 and 154: 152 da produtividade agrícola, o a
Page 155 and 156: 154 NeIRA, HuGO Sociólogo, histori
Page 157 and 158: 156 de cosas. De un lado, un uso se
Page 159 and 160: 158 conocimientos. (ver Relier les
Page 161 and 162: 160 NuOVO, sANtO DI Born on June 3
Page 163 and 164: 162 in harmony with a South that is
Page 165 and 166: 164 vocational counselling motivate
Page 167 and 168: 166 OspINA, GustAVO lOpez Director
Page 169 and 170: 168 b) ¿Pensamiento radical, ilusi
Page 171 and 172: 170 los usos de la vida misma, obli
Page 173 and 174: 172 petRAGlIA, IzABel Pós-doutora
Page 175: 174 do poético da existência huma
Page 179 and 180: 178 RIeRA, elBA Del CARMeN Doctora
Page 181 and 182: 180 racionalidad e irracionalidad e
Page 183 and 184: 182 seBIlIA, ANDRes sAlOMON COHeN F
Page 185 and 186: 184 do Norte? Os problemas ambienta
Page 187 and 188: 186 sua colonização, cujo modelo
Page 189 and 190: 188 sIMOes, CARlOs ARtexes Engenhei
Page 191 and 192: 190 material dos países "ricos" do
Page 193 and 194: 192 e capacidades humanas, nas mais
Page 195 and 196: 194 sORIANO, luz INMACulADA MADeRA
Page 197 and 198: 196 to del Sur transformador. El hu
Page 199 and 200: 198 Dominicana) —, desde distinta
Page 201 and 202: 200 sOtOlONGO, peDRO luIs CODINA Ph
Page 203 and 204: 202 aludido hegemonismo proveniente
Page 205 and 206: 204 sin la suficiente perspectiva h
Page 207 and 208: 206 sOuzA, MARIA AlICe lOpes Pós-g
Page 209 and 210: 208 é preciso entender que a razã
Page 211 and 212: 210 dial Econômico de Davos, tão
Page 213 and 214: 212 VAllejO-GOMez, NelsON Es filós
Page 215 and 216: 214 f) Mundialización/globalizaci
Page 217 and 218: 216 VelAsCO, juAN MIGuel GONzAles P
Page 219 and 220: 218 uno de los procesos reflexivos
Page 221 and 222: 220 política civilizatoria más in
Page 223 and 224: 222 Licenciado en Ciencia Política
Page 225 and 226: 224 d) La crítica y denuncia de lo
Page 227 and 228:
226 democrática y el tratamiento d
Page 229:
Esta publicação foi composta na t
show all

Para um pensamento do sul : diálogos com Edgar Morin - BVS-Psi

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?