26.04.2013 Views

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

esportivo”. Assumem-se códigos próprios da instituição esportiva que<br />

o autor resume em: “princípios de rendimentos atlético-desportivos,<br />

competição, comparação de rendimentos, regulamentação rígida e formal,<br />

racionalização de meios e técnicas” (ibid., p. 169, grifos meus).<br />

O fato de não haver o tradicional recreio aponta para a intenção de<br />

disciplinar, condicionar, regular, controlar, “organizar” e “administrar”<br />

os estudantes e a escola. A diretora justifica o fim do recreio (desde<br />

1998) argumentando que se serve café da manhã e depois almoço, na<br />

saída do turno da manhã e na entrada do turno da tarde, com lanche<br />

na saída deste último turno, e acrescenta: “acabamos com aquela correria”<br />

(grifo meu), dizendo que conversou com professores e pais ou<br />

responsáveis para implantar tal procedimento. Se tal discussão foi feita<br />

devidamente, não consegui identificar, mas durante toda a minha observação<br />

e entrevistas, apenas um aluno reclamou da falta de recreio.<br />

De qualquer forma, o recreio seria o espaço para os estudantes assumirem<br />

uma relativa autonomia, de experimentar, de criar e resolver<br />

conflitos, de estabelecer alianças, de usar o corpo fora da disciplina de<br />

sala de aula, de ocupar um espaço-presença. Na Escola Azul, o estado<br />

de esquina de rua (McLAREN, 1991) dos estudantes acaba por acontecer<br />

realmente na rua. Por um lado, o recreio é algo da cultura da<br />

escola, que, neste caso, é negado na Escola Azul; por outro, é uma característica<br />

daquele espaço escolar, quando estendemos o conceito.<br />

Regra geral, a escola conta com estudantes interessados e ativos,<br />

como atestam depoimentos de professoras a respeito da participação<br />

estudantil nos projetos da escola. A existência do Núcleo de Adolescentes<br />

Multiplicadores, do jornal e do grêmio mostra um certo empenho<br />

da direção e iniciativa dos alunos. No entanto, apesar destes<br />

fatos, nem sempre se efetiva o protagonismo de seus estudantes, pois<br />

as atividades, na prática, são muito atreladas à orientação da direção.<br />

Existe, na prática social da escola – faz parte da cultura escolar/cultura<br />

da escola –, o aspecto disciplinar, que é zelosamente cuidado. Assim<br />

como o funcionamento da escola, este aspecto é elogiado tanto pelos<br />

pais ou responsáveis, quanto por estudantes e docentes. Há, por parte da<br />

direção, um movimento constante em busca de parcerias que auxiliam a<br />

melhorar a oferta de atividades pedagógicas. De maneira que existe um<br />

alto grau de satisfação dos pais ou responsáveis com as práticas pedagógicas<br />

da escola. Quanto às relações escola-comunidade, há diferentes<br />

64 SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 46-77 | mAio > AgoSto 2010

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!