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BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

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falar da ‘cultura da oficina’ ou ‘cultura da prisão’” (ibid., p.167) e não<br />

deve ser confundida, segundo o autor, com a cultura escolar. Mas,<br />

numa conceituação ampliada, é um ângulo que permite observar uma<br />

certa peculiaridade e singularidade de uma unidade escolar, realçando<br />

suas particularidades. Tal conceituação faz sentido, em minha interpretação,<br />

porque, em parte, é observar como se realiza a cultura<br />

escolar em um estabelecimento de ensino, de uma escola em particular.<br />

É um ângulo que permite ver a peculiaridade da instituição escola,<br />

daquele “mundo social”, fazendo emergir as diferenças importantes<br />

para compreensão de um processo de escolarização.<br />

McLaren é outro autor que nos oferece interessante contribuição<br />

para estudar o cotidiano escolar, ao operar com o conceito de ritual:<br />

examinados no contexto da ação simbólica, os rituais podem ser percebidos<br />

como transmissores de códigos culturais (informação cognitiva<br />

e gestual) que moldam as percepções e maneiras de compreensão dos<br />

estudantes; os rituais inscrevem tanto a “estrutura superficial” quanto a<br />

“gramática profunda” da cultura da escola (McLAREN, 1991, p. 30).<br />

Procurando entender o campo cultural da escola e considerando<br />

que a cultura é formada por sistemas de rituais e rituais interrelacionados,<br />

ele observa os estudantes classificando quatro estilos de<br />

interação, dentre os quais o “estado de estudante” e o “estado de<br />

esquina de rua”. O primeiro refere-se aos comportamentos e hábitos<br />

esperados do que é ser um estudante. O segundo seria quando<br />

os alunos deixariam o “palco” para serem o que eles são. Embora<br />

em ambos os estados estejam sustentando padrões sociais esperados<br />

deles, o comportamento mais formal leva os alunos a se entregarem<br />

aos mecanismos de controle e coerção à disposição dos professores e<br />

direção, permitindo a estes dominar sem usar a força. No “estado de<br />

esquina de rua” os alunos mostram uma exuberância não controlada<br />

e há muito contato físico, com comportamentos de aparência irrestrita<br />

e desgovernada, ainda que os alunos estejam no seu ritmo.<br />

Para efeito da minha discussão, e levando em conta as contribuições<br />

citadas, que enriquecem nossa percepção do espaço e do cotidiano<br />

escolar, trabalho com o conceito ampliado de cultura escolar. Portanto,<br />

reconhecendo a forte relação entre este conceito e o de cultura da<br />

SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 46-77 | mAio > AgoSto 2010<br />

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