26.04.2013 Views

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ativos de didatização, constituem habitualmente o objeto de uma transmissão<br />

deliberada no contexto das escolas (FORQUIN, 1993, p. 167).<br />

Forquin (1992; 1993) nos fala que a escola seleciona uma ínfima<br />

parte do que a humanidade produziu para que seja transmitida às<br />

gerações futuras. A seleção do que será transmitido – a cultura escolar<br />

– está intimamente ligada aos dispositivos cognitivos e simbólicos que<br />

estão em ação no campo social, o que não significa que sejam simples<br />

reflexo da cultura dominante.<br />

Gimeno Sacristán (1995; 1996) vê a cultura escolar como algo mais<br />

do que conteúdos cognitivos e simbólicos. Entende que “a cultura<br />

escolar é uma caracterização ou, melhor dito, uma reconstrução da<br />

cultura, feita em razão das próprias condições nas quais a escolarização<br />

reflete suas pautas de comportamento, pensamento e organização”<br />

(SACRISTÁN, 1996, p. 34). A prática educativa é elemento<br />

constituinte que explica a cultura escolar. Nessa discussão, ele diferencia<br />

currículo formal do real. Entende por currículo formal aquilo que<br />

consta nos documentos oficiais sobre objetivos, conteúdos e temas<br />

que devem ser tratados na sala de aula. Por currículo real, aquele que<br />

propõe e impõe todo um sistema de comportamentos e de valores<br />

além dos conteúdos.<br />

Outro autor, Pérez Gómez, propõe<br />

considerar a escola como um espaço ecológico de cruzamento de<br />

culturas, cuja responsabilidade específica, que a distingue de outras<br />

instituições e instâncias de socialização e lhe confere sua própria identidade<br />

e sua relativa autonomia, é a mediação reflexiva daqueles influxos<br />

plurais que as diferentes culturas exercem de forma permanente<br />

sobre as novas gerações, para facilitar seu desenvolvimento educativo<br />

(PÉREZ GÓMEZ, 2001, p. 17).<br />

Segundo ele, é este cruzamento de culturas que dá sentido e consistência<br />

ao que os estudantes aprendem na vida escolar e aponta a<br />

realização de uma “mediação reflexiva” pela escola entre<br />

as propostas da cultura crítica, alojada nas disciplinas científicas, artísticas<br />

e filosóficas; as determinações da cultura acadêmica, refletida nas<br />

SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 46-77 | mAio > AgoSto 2010<br />

57

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!