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BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

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A Escola Azul (nome fictício) foi inaugurada em 1977, atendendo<br />

à necessidade da população dos blocos de apartamentos construídos<br />

no bairro a toque de caixa para receber a população de baixa renda<br />

removida de algumas favelas da zona sul e norte da cidade. Trata-se<br />

de uma construção funcional, sem preocupações arquitetônicas singulares,<br />

com três pisos, janelas com basculantes grandes, pátio gradeado<br />

no andar térreo, com salas bem iluminadas, biblioteca, sala de<br />

dança, pequeno auditório, sala de informática, circuito interno de TV<br />

e equipada com aparelhos necessários para o trabalho pedagógico.<br />

Tem pouco mais de 900 alunos, de Educação Infantil a 8ª série, e<br />

uma turma de Progressão. Os estudantes são oriundos em sua maioria<br />

do próprio bairro. Paralelo a ela passa um rio que recebe esgoto diretamente<br />

e lixo, por vezes exalando forte mau cheiro. Contrariando<br />

uma percepção generalizada na sociedade, é uma escola pública com<br />

excelente infraestrutura, organizada, sem pichações e querida pelos<br />

estudantes e pela comunidade 10 .<br />

2 o SAmBA DoS CoNCEitoS: CULtURA ESCoLAR/CULtURA DA ESCoLA<br />

Para melhor compreender os saberes e os modos de fazer do objeto<br />

de estudo, a escola, seus atores e o bairro, escolhi o conceito de cultura.<br />

O termo cultura é polissêmico e se presta a várias abordagens. Para<br />

este estudo interessaram seus possíveis usos no campo da educação,<br />

refutando-se o uso que se faz no senso comum, de uma compreensão<br />

enviesada, que encobre relações de poder. Isso se dá, por exemplo,<br />

quando se define cultura como equivalente aos conhecimentos legitimados<br />

e selecionados, relacionados aos saberes possuídos pelas classes<br />

dominantes. Deste modo, no caso da escola, passei a operar com<br />

os conceitos de cultura escolar/cultura da escola, buscando observar<br />

e entender os “conteúdos cognitivos e simbólicos”, “os ritmos, ritos,<br />

linguagens, imaginários e modos próprios de regulação” (FORQUIN,<br />

1993, p. 167) do espaço escolar.<br />

10 Para uma descrição mais detalhada, ver Lima (2005), tópico 2.2 A Escola<br />

Azul, pp. 49-58.<br />

SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 46-77 | mAio > AgoSto 2010<br />

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