BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc
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que defende um novo sistema educacional, baseado em John Dewey,<br />
famoso educador americano. Essa proposta educacional influenciaria<br />
a política de educação do país e, consequentemente, a política de<br />
bibliotecas. O pensamento de Teixeira marcou diversas gerações de<br />
educadores, tendo como um dos seus defensores Darcy Ribeiro, que<br />
décadas depois desenvolveria uma experiência interessante no Rio<br />
de Janeiro. Em 1926, foi fundada em São Paulo a Biblioteca Municipal,<br />
depois chamada Mário de Andrade. É a maior biblioteca pública<br />
do país e a segunda em quantidade de acervo. A primeira era, e continua<br />
sendo, a Biblioteca Nacional. Essas experiências serão revistas<br />
mais adiante.<br />
4.2 PoLÍtiCA DE BiBLiotECAS<br />
O marco de uma política para a área de cultura surge efetivamente<br />
no Ministério de Capanema, durante o governo Vargas. Curiosamente,<br />
a política cultural nasce em um momento de exceção, em pleno<br />
Estado Novo. Assim, a partir de 1937 organiza-se a área cultural por<br />
meio da instalação de uma estrutura guiada por diversos e importantes<br />
intelectuais, como Carlos Drummond de Andrade, Rodrigo Melo Franco<br />
de Andrade e Mário de Andrade. Cria-se o Serviço do Patrimônio<br />
Histórico e Artístico Nacional (Sphan), o Museu Nacional de Belas Artes,<br />
o Serviço Nacional do Teatro e o Instituto Nacional do Livro (INL).<br />
Pode-se falar, aí, no advento de uma política específica para o setor<br />
de bibliotecas.<br />
O INL, criado pelo Decreto nº. 93, de 21 de dezembro de 1937,<br />
surge com a finalidade de elaborar a Enciclopédia Brasileira e o Dicionário<br />
da Língua Nacional, editar obras raras ou de interesse cultural,<br />
além de um serviço voltado a incentivar a criação de bibliotecas públicas<br />
no Brasil. Capanema tinha especial apreço pelo livro e considerava<br />
importante a criação de bibliotecas dentro de uma visão cultural e de<br />
autoformação. Mário de Andrade, após experiência bem-sucedida à<br />
frente do Departamento de Cultura de São Paulo, é convidado a participar<br />
do Ministério. Escolhe engajar-se no projeto do INL. Possivelmente,<br />
foi um dos principais mentores da necessidade de uma ação<br />
efetiva para a área.<br />
26 SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 10-45 | mAio > AgoSto 2010