26.04.2013 Views

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

par ordenado objeto indivíduo-propriedade: (o, P). A concepção fregeana<br />

é a concepção segundo a qual todo pensamento a respeito de<br />

indivíduos concretos no mundo é descritivo, isto é, mediatizado por<br />

uma condição descritiva (um conceito) a ser satisfeita pelo indivíduo,<br />

mas cuja contribuição ao valor de verdade do conteúdo proposicional<br />

expresso é independente do fato de que ela seja ou não satisfeita 25 . A<br />

representação apropriada da forma lógica do conteúdo proposicional<br />

seria, neste caso, a seguinte: sentido completo ou incompleto de t,<br />

sentido incompleto da expressão predicativa, onde t designa um termo<br />

singular qualquer (nome próprio, demonstrativo ou descrição definida)<br />

cujo sentido é dado por uma descrição ou série de descrições<br />

definidas (do tipo “o tal e tal”) 26 . Segundo essa concepção, apenas um<br />

sentido pode ser constituinte do sentido completo expresso pela frase<br />

em seu uso declarativo, não o próprio indivíduo referido pelo termo<br />

singular no contexto de uma sentença singular 27 .<br />

Dependendo da aceitação da posição singularista, isto é, a posição<br />

segundo a qual existem ou devem existir proposições/pensamentos<br />

singulares ou de re, a resposta à questão de saber como a mente pode<br />

entrar em contato diretamente com particulares no mundo filosófico<br />

será tipicamente colocada em termos transcendentais no sentido<br />

em que se tratará de determinar as condições a serem satisfeitas pelo<br />

conteúdo proposicional ou pelos estados mentais, apontando para<br />

estes como sendo realmente singulares ou de re. No entanto, é possível<br />

mostrar que esse modo de colocar o problema (o problema da<br />

possibilidade de um contato imediato da mente com o mundo como<br />

problema transcendental) se apoia em uma falsa antinomia entre duas<br />

maneiras supostamente irredutíveis uma à outra pela mente de entrar<br />

em contato com o mundo: ou “diretamente”, por meio de uma rela-<br />

25 Para uma apresentação geral da contraposição, cf. Fitch & Nelson, 2009. A<br />

fonte da contraposição é certamente o artigo de D. Kaplan intitulado “How to<br />

Russell a Frege-Church”, The Journal of Philosophy, vol. LXXII, nº 19, 1975, pp.<br />

716-729. Ver, em especial, p. 724.<br />

26 A melhor descrição da teoria fregeana da estrutura do conteúdo proposicional<br />

é provavelmente a de J. Perry em “Frege on Demonstratives”, The<br />

Philosophical Review, v. 86, 1977, pp. 474-497<br />

27 Pode-se acrescentar que as duas concepções pressupõem uma concepção<br />

determinada da proposição como entidade estrutural. Cf. King, 2008.<br />

144 SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 128-151 | mAio > AgoSto 2010

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!