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BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc

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mentais apontando para o conteúdo proposicional (o item b): gerais<br />

vs. singulares.<br />

O ponto importante aqui é que a maneira geralmente privilegiada<br />

de abordar o problema do pensamento singular é a maneira transcendental,<br />

isto é, em termos de condições a serem satisfeitas pelo pensamento<br />

para ser irredutivelmente a respeito de indivíduos no mundo.<br />

Por exemplo, é claro que esta é a abordagem de Strawson (1959)<br />

em Individuals, mesmo que seja uma abordagem metafísica descritiva,<br />

que nunca conteste essa possibilidade. E é também a abordagem<br />

de Evans (1980; 1985) em seu artigo intitulado “Things Without the<br />

Mind”. O problema nesse contexto é saber quais são os traços da<br />

estrutura de nosso pensamento a respeito do mundo que asseguram<br />

que esse pensamento seja acerca de indivíduos no mundo e nosso<br />

esquema conceitual (de referência aos indivíduos) seja globalmente<br />

um esquema realista. Para Strawson (1959), esses traços envolvem a<br />

primazia de certas categorias ontológicas de particulares, os corpos<br />

materiais e as pessoas, do ponto de vista da identificação e da reidentificação<br />

destes indivíduos.<br />

Mas o ponto mais específico em que temos interesse aqui é o contraste<br />

entre um contato direto da mente com o mundo assegurado por<br />

um tipo de relação epistêmica especialmente estreita ou “íntima”, a<br />

relação russelliana de familiaridade (acquaintance) ou qualquer outra<br />

relação epistêmica equivalente, e um contato mais indireto assegurado<br />

por meio de “sentidos fregeanos” identificados a condições descritivas<br />

a serem satisfeitas pelo objeto específico do pensamento. Esse<br />

contraste é conhecido na literatura sobre o problema do pensamento<br />

singular referencial sob a forma de uma contraposição entre duas concepções,<br />

russelliana vs. fregeana, dos próprios constituintes do conteúdo<br />

proposicional expresso por sentenças singulares (do tipo “João está<br />

feliz”). A concepção russelliana é a concepção segundo a qual existem<br />

pensamentos que são irredutivelmente acerca de um indivíduo<br />

particular (no mundo), além de ser também acerca de propriedades<br />

instanciadas por esse indivíduo, em virtude do fato de esse indivíduo<br />

ser um constituinte direto ou imediato do pensamento mesmo. A repre -<br />

sentação formal apropriada da forma lógica do conteúdo proposicional<br />

expresso por uma frase declarativa (autônoma ou encaixada num<br />

relatório de atitude epistêmica do tipo: “A acredita que p”) é a de um<br />

SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 128-151 | mAio > AgoSto 2010<br />

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