BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc
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nos últimos anos. Ao se analisar a evolução do emprego desses grupos<br />
ao longo do ano (Gráfico 7), fica clara a aceleração no aumento do<br />
emprego nos grupos sem carteira e por conta própria no segundo semestre,<br />
sobretudo contra uma relativa estabilidade no grupo com carteira<br />
assinada (ou mesmo ligeira desaceleração). A intensidade da aceleração<br />
registrada para os trabalhadores por conta própria no segundo<br />
semestre chama atenção, e sugere que esta pode ter sido a opção de<br />
muitos dos que perderam seus empregos no primeiro semestre.<br />
A evolução do grau de informalidade –, fruto do contraste entre os resultados<br />
dos grupos de empregados com e sem carteira, reflete os fatos<br />
positivos e negativos mencionados. Por um lado, o valor médio do nível<br />
de informalidade ficou em 38,4%, que representa tanto uma queda de<br />
0,8 p.p. em relação a 2008 quanto a menor média anual desde 2003.<br />
Por outro lado, o Gráfico 8 revela uma tendência de aumento deste<br />
indicador, sobretudo no segundo semestre. É plausível supor que, em<br />
alguma extensão, esse recrudescimento do grau de informalidade esteja<br />
subordinado ao processo de expansão da ocupação por setor de atividade,<br />
haja vista que aqueles que mais cresceram – segmentos de serviços<br />
e comércio – possuem níveis de informalidade acima da média .<br />
Por fim, cabe notar que a subocupação por insuficiência de renda,<br />
conceito de precariedade associado aos postos de trabalho que oferecem<br />
uma remuneração horária inferior ao marco estabelecido pelo<br />
salário mínimo/hora, em que pese ter crescido menos que a ocupação<br />
como um todo, permaneceu em níveis elevados: em dezembro do<br />
ano passado, 16,6% dos trabalhadores, o que equivale basicamente a<br />
um entre cada seis deles, encontravam-se nessa situação de inserção<br />
precária no mercado de trabalho. Isso é indicativo de que, apesar dos<br />
progressos qualitativos recentes, há muito ainda a ser percorrido em<br />
termos de melhoria da qualidade dos postos de trabalho.<br />
3 RENDimENto E mASSA SALARiAL<br />
O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos<br />
apresentou um ganho de 0,9% durante 2009, alcançando o patamar<br />
de R$ 1.377,40, em valores correntes, no mês de dezembro último.<br />
Ao contrário dos demais anos, todavia, esse não foi o valor mais<br />
elevado do ano: janeiro e fevereiro foram os maiores, e dezembro<br />
120 SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 104-127 | mAio > AgoSto 2010