BIBLIOTECA E CIDADANIA ESCOLA E SAMBA: SILÊNCIO ... - Sesc
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O Caged/MTE fornece uma visão complementar sobre o emprego e sua<br />
composição setorial nas metrópoles cobertas pela PME. Ao se inspecionar<br />
as informações desse registro administrativo, por intermédio do Gráfico<br />
7, que contempla o recorte metropolitano dentro do Caged, percebe-se<br />
que a variação trimestral por setor de atividade mostra divergências não<br />
desprezíveis, sobretudo para a indústria e para o comércio. Enquanto na<br />
indústria o Caged registra uma piora considerável no quarto trimestre, e<br />
no comércio é registrada uma melhora contínua do emprego, na PME<br />
não se verificam tais movimentos. Cabe salientar os desempenhos ao longo<br />
de 2009 dos setores de construção e serviços, que fecham o ano com<br />
desempenhos bem superiores aos registrados no primeiro trimestre. Por<br />
fim, os dados do Caged revelam uma variação acumulada positiva do emprego<br />
ao longo de 2009 em todos os setores, exceto no agropecuário.<br />
Um dos aspectos que mais chama a atenção em relação à composição<br />
da força de trabalho ocupada é o recorte por escolaridade, em particular<br />
o crescimento do número de trabalhadores com maior nível de instrução<br />
(11 ou mais anos completos de estudo), conforme pode ser visto no Fluxograma<br />
1. Em dezembro de 2008 eles representavam 56,8% do total,<br />
e no final do ano passado chegaram a 57,3%, tendo crescido 2,3% em<br />
termos relativos e, o que é particularmente interessante, em termos absolutos,<br />
praticamente o mesmo que o nível de ocupação como um todo<br />
(além dele só o grupo de 8 a 10 anos de estudo também cresceu) 14 .<br />
No âmbito da distribuição da população ocupada por forma de inserção<br />
no mercado de trabalho, ou posição na ocupação, o Fluxograma<br />
1 revela que o crescimento mais expressivo foi observado para<br />
os assalariados sem carteira e os trabalhadores por conta própria.<br />
Na verdade, essas duas categorias, usualmente associadas à ideia de emprego<br />
não protegido ou informal, respondem por 2/3 da expansão do<br />
nível de ocupação, contrariando a tendência que vinha se delineando<br />
14 Esse é um fenômeno de cunho estrutural que vem ocorrendo há mais de<br />
duas décadas (TAFNER, 2006), refletindo tanto uma maior exigência por qualificação<br />
do lado da demanda, resultado da adoção de tecnologias mais intensivas<br />
nesse tipo de mão de obra, quanto uma maior oferta de mão de obra<br />
com maior grau de instrução, resultado dos avanços na educação das coortes<br />
mais jovens, que acaba por deslocar a utilização de trabalhadores com menor<br />
grau de instrução.<br />
118 SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.4 nº13 | p. 104-127 | mAio > AgoSto 2010