Revista Palavra 2012 - Sesc
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A escritora ficaria chocada com o cenário atual:<br />
internet, games, TV a cabo, iPads e um número<br />
quase sem fim de novidades tecnológicas. Espantada<br />
também com o fato de que, apesar de tanta<br />
“concorrência”, a literatura infantojuvenil brasileira<br />
cresceu nos últimos anos. “Essa é uma história longa,<br />
que começou com Monteiro Lobato e na segunda<br />
metade do século XX vai se expandindo. Podemos<br />
A venda de livros aumentou.<br />
Nem tanto pela frequência dos leitores<br />
em livrarias, é preciso admitir, mas<br />
pela compra de títulos por parte do<br />
Governo para escolas e bibliotecas<br />
públicas do país.<br />
dizer que o cenário mudou graças a um esforço<br />
conjunto de todos que acreditam na literatura:<br />
escritores, professores, editores, educadores”, defende<br />
Elizabeth Serra, secretária-geral da Fundação<br />
Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).<br />
A venda de livros aumentou. Nem tanto pela fre-<br />
quência dos leitores em livrarias, é preciso admitir,<br />
mas pela compra de títulos por parte do Governo<br />
para escolas e bibliotecas públicas do país. Em<br />
2011, por exemplo, o Governo Federal investiu<br />
R$ 1,3 bilhão na aquisição, avaliação e distribuição<br />
de livros. “A compra de literatura ainda não é tão<br />
grande quanto a de livros didáticos. Para nós, deveria<br />
ser o contrário, porque acreditamos na importância<br />
da obra literária para a formação da criança e do<br />
jovem”, opina Elizabeth.<br />
dez • julho <strong>2012</strong> REVISTA PALAVRA<br />
O fato é que as aquisições estimularam as editoras<br />
a investirem no setor. Para citar alguns exemplos, a<br />
editora Objetiva criou um selo exclusivo para abrigar<br />
os livros infantojuvenis e publica principalmente<br />
autores já consagrados que escrevem para esse<br />
gênero, como João Ubaldo Ribeiro, Mario Quintana<br />
e Ronaldo Correia de Brito. Está reeditando também<br />
os títulos infantis e juvenis da premiada Ana Maria<br />
Machado, com novo projeto gráfico. A editora Rocco<br />
tem um best-seller na área, a escritora infantojuvenil<br />
Thalita Rebouças, que já vendeu mais de 1,2 milhão<br />
de exemplares de seus 14 títulos. A Zahar, embora<br />
não tenha tradição no setor, investe na personagem<br />
criada pela escritora Flávia Lins e Silva: Pilar, uma<br />
menina viajante que vem crescendo junto com o público,<br />
já virou boneca e está prestes a ser comercializada<br />
pelas livrarias do país. Todo ano, a editora lança<br />
um livro novo com as aventuras da Pilar em alguma<br />
parte do mundo, como na Grécia e na Amazônia.<br />
E há até editora nova, dedicada exclusivamente ao<br />
setor. A Escrita Fina Edições surgiu em 2010 e tem<br />
cerca de 50 livros publicados. “Sou uma apaixonada<br />
pelas literaturas infantil e juvenil. Acredito, como<br />
sempre digo, que elas não são um degrau para a<br />
literatura destinada ao público adulto, não são um<br />
vir a ser”, afirma a coordenadora editorial Laura van<br />
Boekel, apostando na crescente valorização da área.<br />
Além das compras feitas pelo Governo, séries es-<br />
trangeiras como Harry Potter, que chegou às livra-<br />
rias nacionais em 2000, estimularam adolescentes<br />
a devorarem livros e procurarem publicações com o<br />
mesmo clima aventureiro do bruxinho inglês. “Essas<br />
séries importadas mudaram o mercado e tem muito<br />
autor nacional agora bebendo na mesma fonte. É o