25.04.2013 Views

DISFUNÇÃO DA ARTICULAÇÃO ... - CEFAC

DISFUNÇÃO DA ARTICULAÇÃO ... - CEFAC

DISFUNÇÃO DA ARTICULAÇÃO ... - CEFAC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>CEFAC</strong><br />

CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA<br />

MOTRICI<strong>DA</strong>DE ORAL<br />

<strong>DISFUNÇÃO</strong> <strong>DA</strong> <strong>ARTICULAÇÃO</strong><br />

TEMPOROMANDIBULAR (DTM) E MASTIGAÇÃO<br />

Uma relação de causa e efeito<br />

MONIA FERRARI NOGUEIRA<br />

RECIFE<br />

2001


RESUMO<br />

A presente pesquisa tem como objetivo desbravar dentro da<br />

Fonoaudiologia, a relação existente entre as desordens temporomandibulares<br />

(DTM) e as funções estomatognáticas, mais precisamente a mastigação.<br />

Este trabalho aborda questões relevantes no que diz respeito a todo o<br />

processo de intervenção fonoaudiológica. Dá-se destaque à relação recíproca<br />

de causa e efeito entre as DTMs e a mastigação, no que se refere basicamente<br />

às alterações, à maturação, ao bom desenvolvimento, à eficácia, ao ritmo, à<br />

velocidade, ao tempo, ao tipo de mordida e de trajeto.<br />

Acrescente-se ainda, o fato da mastigação unilateral ser o tipo<br />

mastigatório mais comumente encontrado nos casos de DTM, somado à<br />

sintomatologia dolorosa e à hiper-atividade muscular. Casos assim, abrangem<br />

a atuação fonoaudiológica, mais especificamente a Motricidade Oral.<br />

DTM e mastigação exigem uma ação multidisciplinar, desta forma, fica<br />

claro que esta pesquisa poderá trazer contribuições aos fonoaudiólogos,<br />

odontólogos, fisioterapeutas e estudantes, tendo em vista que auxiliará no<br />

diagnóstico, prognóstico e tratamento de casos como estes.


ABSTRACT<br />

This research has as its objective to explore, inside Phonoaudiology, the<br />

relationship between temporomandibular joint disorders (TMDs) and<br />

stomatognathic functions, more specificaly mastication.<br />

This work involves relevant questions about the whole process of<br />

phonoaudiologic intervention. Emphasis is given to the reciprocal relationship of<br />

cause and effect between the TMDs and mastication. In what reffers to the<br />

changings, maturation, good development, efficiency rhythm, velocity, time the<br />

kind of bitting and the trajectory.<br />

In addition, there is the fact demonstration that unilateral mastication is<br />

the most common masticatony way found in TMDs causes beyond pain<br />

symptomatology and muscular hyperactivity.<br />

Cases like this ask for a phonoaudiologic treatment, more specifically,<br />

oral motricity.<br />

TMDs and mastication need a multidisciplinary action. By this way, it is<br />

clear that this research will bring contributions to the phonoaudiologists,<br />

dentists, phisiotherapists and students, It will also help in the diagnostic,<br />

prognostic and treatment of cases like this.


SUMÁRIO<br />

1.Introdução.................................................................................. 1<br />

2.Discussão Teórica...................................................................... 3<br />

3.Considerações Finais................................................................. 39<br />

4.Referências Bibliográficas.......................................................... 42


1 - INTRODUÇÃO<br />

A fonoaudiologia é uma ciência recente,<br />

que abrange uma grande área de atuação,<br />

algumas pouco conhecidas e exploradas. Um<br />

exemplo disso, são as disfunções da articulação<br />

temporomandibular (DTMs), que têm sido alvo<br />

de estudo de especialistas, entre eles<br />

fonoaudiólogos, devido às alterações das<br />

funções estomatognáticas -- respiração, sucção,<br />

mastigação, deglutição e fala.<br />

A atuação fonoaudiológica em DTMs tem como base a terapia<br />

miofuncional, que visa a adequação dos músculos orofaciais às funções<br />

estomatognáticas, e através delas.<br />

Todas estas funções têm relação direta com a possibilidade e<br />

liberdade dos movimentos mandibulares. Esses movimentos são conseguidos<br />

graças à ação dos músculos da mastigação e a existência de uma articulação<br />

que os possibilita – a articulação temporomandibular (ATM) (BIANCHINI,<br />

1998).<br />

Havendo alteração nessa estrutura ocorre modificações<br />

funcionais, envolvendo principalmente a mastigação.<br />

A mastigação destaca-se como uma das mais importantes<br />

funções do sistema estomatognático, tanto que o mesmo denominava-se<br />

Sistema Mastigador (DOUGLAS, 1994).<br />

A ocorrência de pacientes que procuram o fonoaudiólogo, com<br />

dificuldades ou alterações do movimento mandibular, durante a mastigação, é<br />

cada vez mais freqüente.


Desta forma, sentimos a necessidade de desbravar dentro da<br />

própria Fonoaudiologia esse campo ainda pouco explorado.<br />

Assim, resolvemos desenvolver esta pesquisa teórica, com o<br />

objetivo de verificar a relação das desordens temporomandibulares com o<br />

sistema estomatognático, mais especificamente com a mastigação.<br />

Acreditamos que existe uma relação íntima de causa e efeito<br />

entre as desordens da articulação temporomandibular e as alterações na<br />

mastigação.<br />

Este trabalho foi realizado em resposta à escassez de literatura<br />

específica, que dificulta o trabalho do fonoaudiólogo, que necessita adquirir e<br />

acumular conhecimento, para poder exercer sua atividade com segurança e<br />

eficácia, proporcionando uma base mais sólida ao nosso fazer clínico.<br />

Acrescenta-se a essa situação, o fato de que nossa formação acadêmica não<br />

nos oferece embasamento teórico-prático suficiente para uma atuação<br />

satisfatória.<br />

Num primeiro momento, abordamos a anatomo-fisiologia da ATM<br />

e da mastigação, dispensando os detalhes que poderiam ser eliminados, sem<br />

que pudesse comprometer a compreensão do assunto. Em seguida,<br />

procuramos trazer informações sobre histórico, conceito, etiologia,<br />

conseqüências, incidência e tratamento das DTMs, sempre correlacionando<br />

com a mastigação.<br />

A pesquisa é destinada a profissionais que, direta ou<br />

indiretamente, atuam em casos de DTM, enfocando um conteúdo simples e<br />

objetivo.


Características Anatomofuncionais<br />

2 - DISCUSSÃO TEÓRICA<br />

A ATM e seus aspectos funcionais e morfológicos vêm crescendo<br />

em interesse entre profissionais que se dedicam ao estudo da intervenção na<br />

cavidade oral. Este estudo vem sendo, mormente, dirigido à prevenção e<br />

tratamento dos problemas que podem alterar o sistema estomatognático.<br />

Trata-se de um sistema articular<br />

extremamente complexo. O fato de haver duas<br />

ATMs presas a um mesmo osso -- a mandíbula –<br />

complica ainda mais o funcionamento de todo o<br />

sistema mastigatório. Cada articulação pode<br />

trabalhar separadamente ainda que ao mesmo<br />

tempo, mas sem dúvida uma sofrerá a influência<br />

da outra.<br />

A articulação temporomandibular é bastante plana ao nascimento.<br />

Sua morfologia vai sendo modificada até apresentar-se definida na faixa etária<br />

entre 7 e 10 anos de idade (DOUGLAS, 1994). Alguns estudiosos acreditam<br />

que esta morfologia final se estabeleça após o surto puberal de crescimento e


conseqüente presença dos dentes permanentes na boca. Outros sugerem a<br />

erupção do terceiro molar como etapa final da remodelação articular. Apesar da<br />

possibilidade constante de remodelamento articular dada pela presença de<br />

fibrocartilagem, parece-nos que esta estabilidade morfológica se dá com a<br />

dentição permanente, assim como sua organização funcional (BIANCHINI,<br />

1998).<br />

Os componentes da articulação temporomandibular são: cavidade<br />

condilar (osso temporal), eminência articular do osso temporal, disco articular,<br />

côndilo mandibular, cápsula articular e ligamentos.<br />

Segundo Cabezas (1991) a fisiologia da ATM é baseada nos<br />

princípios de uma articulação côncavo-convexa, na qual, em cada articulação,<br />

existe duas articulações compostas pelo compartimento superior e pelo inferior.<br />

Separando esses dois ossos para que não se articulem diretamente, está o<br />

disco articular, que é bicôncavo e localiza-se entre as superfícies articulares.<br />

Desta forma, o disco funciona como um osso que facilita e regula os<br />

movimentos complexos da articulação.<br />

O disco articular prende-se a cápsula articular na porção posterior<br />

da ATM por meio do tecido retrodiscal, altamente vascularizado e inervado.<br />

Prende-se ao côndilo medialmente e lateralmente por meio de ligamentos, de<br />

tal forma que este fique fixo em posição, evitando que se movimente para trás<br />

e para cima, quando a mandíbula exerce uma grande pressão.<br />

Durante o movimento, o disco é de certa forma flexível e pode se<br />

adaptar as demandas funcionais das superfícies articulares. No entanto,<br />

flexibilidade e adaptabilidade não implicam que a morfologia do disco seja


eversível, quando alterada durante o funcionamento. O disco mantém sua<br />

morfologia a menos que forças destrutivas ou mudanças estruturais ocorram na<br />

articulação. Se houver mudanças, a morfologia do disco poderá ser<br />

irreversivelmente alterada e uma condição patológica surgirá (OKESON, 1992).<br />

Já a cápsula é formada por tecido conjuntivo denso e envolve toda a<br />

articulação. Os ligamentos (temporomandibular ou colateral, esfenomandibular<br />

e estilomandibular) possuem importantes receptores mecânicos e de dor<br />

(DOUGLAS, 1994), funcionando como estruturas proprioceptivas para<br />

monitorar os movimentos e posições dos componentes articulares. Atuam<br />

ainda como estabilizadores para limitar os movimentos e evitar ultrapassagem<br />

de limites (BIANCHINI, 1998).<br />

A ATM produz um líquido nutritivo e lubrificante – o líquido<br />

sinovial, sendo, por esse motivo, denominada de articulação sinovial. É<br />

revestida por um tecido que apresenta grande capacidade de reparação – a<br />

fibrocartilagem. Desta forma, ocorrem modificações em suas superfícies<br />

articulares em razão das necessidades ou possibilidades funcionais dessa<br />

articulação.<br />

O côndilo da mandíbula é composto pela cabeça e pescoço,<br />

sendo a cabeça de forma ovóide. A parte superior do côndilo é a superfície que<br />

articula junto à articulação temporomandibular, apresentando o eixo<br />

perpendicular ao ramo da mandíbula. O tamanho do côndilo no adulto é de<br />

aproximadamente 15 a 20 mm de comprimento e 8 a 10 mm de largura<br />

(BLAUSTEIN & HEFFEZ, 1990).


Entre as superfícies articulares, forma-se um plano de<br />

deslizamento dos côndilos. Entre essas superfícies interpõe-se o disco.<br />

À medida que a atividade muscular aumenta, o côndilo é forçado<br />

com maior intensidade contra o disco e o disco contra a fossa, resultando num<br />

aumento da pressão interarticular dessas estruturas articulares. A largura do<br />

espaço do disco articular varia de acordo com a pressão interarticular, e a<br />

estabilidade articular é mantida pela atividade constante dos músculos que<br />

cruzam a articulação, principalmente os elevadores.<br />

A morfologia do disco e pressão<br />

interarticular, sempre presentes, garantem a<br />

manutenção do côndilo na zona intermediária<br />

mais fina do disco. As margens anterior e<br />

posterior do disco forçam-no a movimentar-se<br />

junto ao côndilo, durante a abertura e o<br />

fechamento bucal.<br />

Portanto, a morfologia do disco é muito<br />

importante para o movimento do côndilo. Se<br />

existe alguma alteração na pressão intraarticular<br />

ou uma mudança na morfologia do disco, o<br />

movimento côndilo-disco pode ser alterado e<br />

isto, de fato, é o começo de uma desordem de<br />

interferência do disco.<br />

Classificação das Alterações Temporomandibulares:<br />

A alterações temporomandibulares é uma expressão que abrange<br />

uma série de problemas clínicos. Os problemas da ATM podem ser divididos<br />

em distúrbios musculares e distúrbios articulares (McNEILL, 1993).


Os distúrbios musculares afetam os músculos da mastigação, e<br />

incluem: a dor miofacial; a miosite, que é a inflamação dos músculos e o trismo,<br />

que é uma contratura muscular.<br />

Os distúrbios articulares, também<br />

chamados de intra-articulares, englobam os<br />

problemas que ocorrem dentro da cápsula, tais<br />

como:<br />

Alterações da forma das superfícies articulares por problemas de<br />

remodelação das estruturas ou das condições adquiridas;<br />

Deslocamento do disco articular, caracterizado por uma incongruência<br />

na relação côndilo–disco. Posiciona-se geralmente em direção anterior.<br />

- com redução: ocorre recaptura do disco articular durante o<br />

movimento condilar. Está associado à presença de estalo.<br />

- sem redução: deslocamento anterior de disco que permanece<br />

mantido durante o movimento de translação mandibular. Limita<br />

o movimento mandibular e / ou acarreta desvio em seu<br />

percurso para o lado afetado. Geralmente apresenta dor;<br />

¡¡<br />

Luxação: perda de contato entre as<br />

superfícies articulares;<br />

¢<br />

Inflamação: incluem sinovite ou capsulite;<br />

¢ Osteoartrite: caracteriza-se por modificações estruturais nas<br />

superfícies articulares<br />

¢ Anquilose: representa uma união óssea, podendo ocorrer pela fibrose<br />

das superfícies articulares.<br />

.<br />

Movimentos Mandibulares:


A mobilidade normal da mandíbula depende da integridade da<br />

ATM. O movimento mandibular é determinado pela atividade combinada e<br />

simultânea de ambas as articulações temporomandibulares. Apesar das ATMs<br />

não poderem funcionar inteiramente independentes da outra, elas raramente<br />

funcionam com movimentos idênticos e conjuntos (OKESON, 1992).<br />

A ATM não suporta forças, tendendo a manter em posição a<br />

mandíbula, que está pendurada na articulação. Os movimentos mandibulares<br />

são determinados pela movimentação, por deslizamento, do côndilo dentro da<br />

cavidade condilar. Esses movimentos dos côndilos variam segundo as<br />

características da ATM, isto é, segundo sua conformação anatômica<br />

(DOUGLAS, 1994).<br />

movimentos principais:<br />

A articulação temporomandibular humana apresenta dois tipos de<br />

£ Rotação, no qual o côndilo gira em torno de seu próprio eixo;<br />

£ Translação, cujo deslocamento do côndilo é acompanhado pelo disco<br />

articular ao longo da cavidade condilar, deslizando até a eminência articular do<br />

osso temporal.<br />

Existem os movimentos de lateralidade, também chamados de<br />

laterotrusão (SAVALLE, 1996), em que os côndilos executam padrões motores<br />

diferentes.<br />

O movimento mandibular ocorre como uma série de atividades<br />

tridimensionais de rotação e translação inter-relacionadas. Esses movimentos<br />

são realizados em vários planos do espaço. São eles:<br />

£ O plano sargital : abertura e fechamento bucal.


¤ O plano horizontal : lateralidade, protusão e retrusão;<br />

¤ O plano frontal : rotações observadas durante o ciclo mastigatório.<br />

Com relação ao movimento de rotação da ATM, sabemos que o<br />

complexo côndilo-disco é o sistema articular responsável por este movimento.<br />

No sistema mastigatório, a rotação ocorre quando a boca abre e<br />

fecha em torno de um ponto fixo ou eixo dos côndilos. Em outras palavras, os<br />

dentes podem se separar e então ocluir sem uma mudança de posição dos<br />

côndilos (OKESON, 1992). Na ATM, a rotação é o movimento entre a<br />

superfície superior do côndilo e a superfície inferior do disco articular. O<br />

movimento de rotação pode ocorrer em todos os três planos de referência:<br />

horizontal, frontal (vertical) e sargital.<br />

Durante a abertura da boca, é a contração dos músculos supra-<br />

hióideos que provoca a rotação do côndilo, e, no fechamento, são os músculos<br />

elevadores, especialmente o temporal.<br />

O movimento de translação, no sistema mastigatório, ocorre<br />

quando a mandíbula move-se para frente, como na protrusão. Os dentes,<br />

côndilos e ramos se movem todos na mesma direção e na mesma angulação.<br />

As translações ocorrem entre a superfície inferior da fossa articular. Esse tipo<br />

de movimento é produzido pela contração do músculo pterigóideo lateral<br />

durante a abertura da boca, e, no fechamento bucal, pela contração do<br />

temporal.<br />

Durante a maioria dos movimentos normais da mandíbula, tanto a<br />

rotação como a translação, ocorrem simultaneamente. Tal fato isto resulta em<br />

movimentos muito complexos que são extremamente difíceis de se visualizar.


Por exemplo, se o movimento for para o lado direito, o côndilo direito realiza um<br />

discreto movimento, girando em seu eixo. O côndilo esquerdo desliza para<br />

frente e para baixo, e levemente em direção à linha mediana.<br />

Sistema Neuromuscular:<br />

Trata-se de um conjunto de músculos esqueléticos, cuja função<br />

depende diretamente da ação motora do sistema nervoso central (DOUGLAS,<br />

1994). Esses músculos, em sua maioria inseridos na mandíbula, estão<br />

vinculados à função mastigatória. Basicamente, para cada movimento<br />

mandibular são utilizados certos grupos musculares, apesar de todos atuarem<br />

de forma conjunta (BIANCHINI, 1998).<br />

A energia que move a mandíbula e permite o funcionamento do<br />

sistema mastigatório é suprida por tais músculos.<br />

Os tecidos das articulações temporomandibulares, assim como as<br />

das demais partes do sistema mastigatório, encontram-se normalmente<br />

protegidos por reflexos neuromusculares básicos e pelo sistema neuromuscular<br />

pela coordenação da função a das forças musculares. As lesões das<br />

articulações temporomandibulares, com exceção daquelas devidas à trama<br />

externo, são o resultado de atividade muscular anormal com desequilíbrio das<br />

diversas partes do sistema mastigatório (RAMFJORD & ASH, 1996).<br />

Os músculos mastigatórios são aqueles ligados apenas à<br />

realização dos movimentos mandibulares. São eles: temporal, masseter,<br />

pterigóideo lateral, pterigóideo medial e ventre anterior do digástrico (supra-<br />

hióideo). Já os músculos da mastigação incluem os músculos citados, além de


todos os supra-hióideos (gênio-hióideo, milo-hióideo, digástrico, estilo-hióideo)<br />

e dos infra-hióideos, que estabilizam o osso hióide, a musculatura da língua, o<br />

bucinador e a musculatura da mímica. Ou seja, todos aqueles que participam<br />

do processo mastigatório.<br />

Durante a abertura da boca, os músculos levantadores da<br />

mandíbula se relaxam e são ativados os músculos depressores. Os<br />

movimentos são estabilizados pela musculatura infra-hióidea, fixando o osso<br />

hióide para que os supra-hióideos possam promover a abertura (BIANCHINI,<br />

1998).<br />

São considerados músculos levantadores da mandíbula:<br />

temporal, masseter e pterigóideo medial. O músculo temporal atua como<br />

estabilizador do movimento; o masseter é um músculo principalmente de força<br />

e o temporal e seus três feixes (anterior, médio e posterior) têm a função<br />

básica de levantadores da mandíbula.<br />

São os músculos depressores: pterigóideo lateral e supra-hióideo<br />

especialmente ventre anterior do digástrico, gênio-hióideo e milo-hióideo. O<br />

músculo pterigóideo lateral possui dois feixes: o superior, que é fundamental<br />

para a estabilização do movimento de fechamento bucal; Já o feixe inferior atua<br />

durante a abertura bucal ao tracionar o côndilo.<br />

É a contração unilateral do pterigóideo lateral, para o lado<br />

contrário ao movimento mandibular que realiza o movimento mandibular de<br />

lateralidade. Desta forma, na lateralização da mandíbula para a direita, existe a<br />

contração do pterigóideo lateral esquerdo, auxiliado principalmente pelos<br />

músculos pterigóideo medial e pelo feixe anterior do temporal, também


esquerdos. A contração conjunta dos pterigóideos laterais, mediais e feixes<br />

anteriores dos temporais proporcionam os movimentos de protrusão. Já, nos<br />

movimentos de retrusão, predominam as contrações dos supra-hióideos e dos<br />

feixes posteriores dos temporais.<br />

A mastigação exige a participação de outros músculos auxiliares<br />

para a manutenção do alimento sobre a face oclusal dos dentes, e<br />

posteriorização do mesmo à medida que vai sendo triturado e pulverizado. São<br />

eles os músculos orbiculares dos lábios, bucinador e zigomático maior e<br />

menor. Outros músculos importantes, tais como o esternocleidomastoideo e os<br />

músculos posteriores do pescoço, são necessários para estabilizar o crânio e<br />

permitir que movimentos controlados da mandíbula sejam feitos.<br />

Um padrão de mastigação madura somente pode ser obtido à<br />

medida que ocorre o amadurecimento de todos os elementos do complexo<br />

craniofacial, especialmente os que formam o aparelho estomatognático, entre<br />

os quais podemos destacar a tríade nervos-vasos-músculos. Esse padrão<br />

depende também do desenvolvimento e crescimento relacionados com o<br />

aumento das dimensões da boca, estabelecimento de uma articulação<br />

temporomandibular com anatomia mais definida, estabelecimento do plano<br />

oclusal, maturação dos músculos da face, estabelecimento dos reflexos<br />

coordenados, assim como mecanismos de retroalimentação proprioceptivos a<br />

partir da região perioral, periodontal e articulação (MOLINA, 1989). Mas<br />

existem alguns autores que relacionam mastigação com o desenvolvimento da<br />

função de sucção, graças ao estímulo de amamentação, pois parece que a


maturação do sistema nervoso permite que se desenvolvam novas funções<br />

totalmente acionadas pela erupção dos dentes (BIANCHINI, 1998).<br />

Desta forma, podemos notar que o ato mastigatório trata-se de<br />

uma atividade neuromuscular altamente complexa, baseada em reflexos<br />

condicionados e guiados por proprioceptores, tais como: os receptores da<br />

ATM, da membrana periodontal da língua, de toda a mucosa oral e dos<br />

músculos.<br />

Esse mecanismo de orientação da atividade muscular através dos<br />

estímulos nocivos é evitado reflexivamente de modo que movimento e função<br />

possam ocorrer com dano mínimo aos tecidos e à estrutura do sistema<br />

mastigatório. Fica clara a necessidade de um preciso movimento da mandíbula<br />

pelos músculos, para movimentar os dentes eficientemente sobre si mesmos<br />

durante a função mastigatória.<br />

Mastigação:<br />

Diz-se que a principal função da<br />

mandíbula é a mastigação. Sendo assim, a<br />

mastigação parece ser a função mais importante<br />

do sistema estomatognático, e é também a mais<br />

estudada.<br />

A mastigação constitui a primeira fase da digestão, que começa<br />

na boca logo após a ingestão do alimento, que deve ser reduzido a partículas<br />

menores, suscetíveis de serem engolidas pela deglutição que segue a<br />

mastigação. E o conjunto de fenômenos estomatognáticos que visa a<br />

degradação mecânica dos alimentos, isto é, a sua trituração e moagem,


degradando-os em partículas menores, que misturadas à ação da saliva,<br />

formam o bolo alimentar, apto a ser deglutido (DOUGLAS, 1998).<br />

Durante este processo contraem-se coordenadamente vários<br />

grupos musculares, sendo mais destacados, os músculos mastigatórios. Essa<br />

ação muscular possibilita o movimento mandibular, a distribuição e a<br />

posteriorização do alimento para deflagrar a deglutição.<br />

De acordo com DOUGLAS (1998), o aparecimento da mastigação<br />

coincide muito com a dos dentes, ou seja, quando está o dente presente,<br />

também hà a mastigação. Para que a mastigação possa ser realizada alguns<br />

requisitos são necessários, tais como: aumento do volume intra-oral,<br />

irrompimento dos dentes, amadurecimento da neuromusculatura e<br />

remodelação das ATMs (FELÍCIO, 1999).<br />

A autora acrescenta que a própria mastigação faz parte do<br />

processo de crescimento e desenvolvimento do sistema estomatognático.<br />

Apresentando-se como um estímulo para a sua continuidade e para a<br />

manutenção da saúde dos músculos, articulações e periodonto, pela<br />

exercitação realizada. E, ainda, porque é a partir da mastigação que grande<br />

parte dos nutrientes importantes para a constituição física são obtidos.<br />

Ciclo Mastigatório:<br />

Durante a mastigação, ao analisarmos os movimentos<br />

mandibulares, necessitamos observar os ciclos mastigatórios.<br />

Cada ciclo corresponde a um movimento mandibular completo,<br />

desde a abertura bucal até a quebra do alimento que se encontra entre os


dentes. O ciclo mastigatório inicia-se com a abertura da mandíbula, seguido do<br />

fechamento até ocorrer o contato e intercuspidação dos dentes, conhecido<br />

como golpe mastigatório, partindo o alimento em fragmentos menores. A cada<br />

ciclo, à medida que o alimento vai sendo misturado à saliva, triturado e<br />

pulverizado, ocorre redução de sua amplitude e modificações da força<br />

empregada (BIANCHINI, 1998).<br />

A fase oclusal pode ser reconhecida também como golpe<br />

mastigatório. Esta é a fase crucial da mastigação, já que nela é gerada a alta<br />

pressão interoclusal, que agindo sobre o alimento interposto entre as<br />

superfícies oclusais, destrui-o (DOUGLAS, 1998).<br />

Cada abertura e fechamento da mandíbula representa um<br />

movimento da mastigação, na qual movimentos de mordida são repetidos<br />

várias vezes, enquanto a comida é dividida. Quando o alimento é colocado na<br />

boca, a quantidade de movimento lateral também varia de acordo com a<br />

consistência do alimento. Quanto mais duro o alimento, mais lateral o<br />

movimento de mastigação vai ficar.<br />

A duração do ciclo mastigatório é bastente variável, de acordo<br />

com a consistência ou resistência do alimento. De fato, a freqüência varia<br />

também de acordo com a dureza do alimento, no entanto, apresenta-se muito<br />

constante de acordo com cada tipo de alimento, ou melhor, tipo de consistência<br />

alimentar. Essa freqüência mastigatória refere-se ao número de contatos<br />

interdentários produzidos durante a mastigação habitual, sendo, portanto,<br />

relevante para a determinação do tempo total de contato oclusal e/ou tempo<br />

oclusal efetivo.


O padrão bilateral de mastigação é o ideal, quando existe uma<br />

harmonia funcional dos diversos componentes do sistema estomatognático.<br />

Nele o alimento é distribuído homogeneamente nas superfícies oclusais dos<br />

dentes, tanto do lado esquerdo como do lado direito, apresentando uma<br />

distribuição também uniforme das forças mastigatórias.<br />

Embora a força mastigatória seja produto direto da magnitude da<br />

contração da musculatura elevadora da mandíbula, pode ser modificada por<br />

uma diversidade de fatores, dentre eles estão as desordens<br />

temporomandibulares. São : sexo e idade, tipo de alimentação, classes<br />

dentárias, estado geral dos dentes, características do esqueleto craniofacial.<br />

O sexo tem pouca importância, pois a força mastigatória é apenas<br />

levemente maior no sexo masculino. Em crianças, em torno de 2 a 3 anos,<br />

determinam-se valores similares aos dos adultos.<br />

Os grupos humanos que mais habitualmente mastigam alimentos<br />

de consistência dura ou fibrosa apresentam valores maiores de força<br />

mastigatória. Com relação às classes dentárias, é ao nível do primeiro molar<br />

que a força mastigatória é maior, sendo menor nos incisivos.<br />

Diante de condições patológicas dentárias, doenças periodontais<br />

e o uso de próteses, observa-se, freqüentemente, redução da força<br />

mastigatória. Tem-se achado valores altos de força mastigatória máxima<br />

funcional, quando há prognatismo.<br />

Existe uma força de mordida máxima anatômica, que corresponde<br />

à potência contrátil máxima dos músculos elevadores da mandíbula. Estudos<br />

anteriores sugerem que os dentes não se contatam durante a mastigação.


Outros estudos, no entanto, afirmam que há um contato dos dentes durante a<br />

mastigação. Quando o alimento é levado à boca, inicialmente, poucos contatos<br />

ocorrem. À medida que o bolo alimentar é dividido, a freqüência do contato dos<br />

dentes aumenta. Nos estágios finais da mastigação, um pouco antes da<br />

deglutição, o contato ocorre em cada mordida.<br />

É evidente que estes contatos influenciam ou até determinam a<br />

abertura inicial e final da fase de trituração no momento de mastigação. Foi<br />

comprovado que a condição oclusal pode influenciar o movimento completo da<br />

mastigação. Durante a mastigação, a qualidade e quantidade de contatos dos<br />

dentes constantemente enviam informação ao sistema nervoso central sobre o<br />

tipo de movimento de mordida. Este mecanismo de informação permite a<br />

alteração do movimento de mastigação de acordo com o alimento a ser<br />

mastigado.<br />

Pessoas normais mastigam com mordidas que são bem definidas<br />

e menos repetitivas. Quando se observa a mastigação de pessoas com<br />

problemas de ATM há um quadro repetitivo. A mordida é muito menor e mais<br />

lenta e tem um trajeto irregular. Esse trajeto lento, irregular, mais repetido<br />

parece relacionar-se com o movimento funcional alterado do côndilo, em torno<br />

do qual a desordem se situa.<br />

Padrões de Mastigação<br />

A mastigação é um estímulo para o<br />

crescimento das bases ósseas.<br />

Considera-se uma mastigação ideal, como sendo aquela que é<br />

realizada bilateralmente, alternando-se o lado de trabalho e o balanceio, o que


favorece a saúde das estruturas orais, incluindo-se, aqui, a motricidade. Esse<br />

padrão bilateral alternado demonstra uma harmonia morfofuncional das<br />

estruturas estomatognáticas, que somente é conseguido, quando existe: uma<br />

estabilidade e saúde da ATM; um equilíbrio oclusal; um crescimento e<br />

desenvolvimento craniofacial harmonioso; a presença de dentes e boa saúde<br />

dental; ausência de interferências dentais ou contatos prematuros e a<br />

maturação neuromuscular.<br />

Ao abrir e fechar a boca, os côndilos formam um eixo comum,<br />

funcionando como as dobradiças de uma porta; deste modo, nenhum<br />

movimento será unilateral (FELÍCIO, 1994). Mas, esse é o modo mastigatório<br />

menos comum nos casos de DTM, sendo muito freqüente a mastigação<br />

unilateral.<br />

A mastigação unilateral é um estímulo inadequado ao<br />

crescimento, ou até mesmo um empecilho, a estabilização das estruturas<br />

estomatognáticas, sendo, portanto prejudicial a todo o sistema<br />

estomatognático. Esse padrão de mastigação tem como causa os seguintes<br />

fatores: perdas dentais ou cáries, interferências oclusais ou contatos<br />

prematuros, assimetria esquelética, doenças periodontais em um dos lados<br />

mordida cruzada posterior unilateral e distúrbios da ATM.<br />

De acordo com RAMFJORD & ASH (1966), os pacientes que<br />

apresentam mastigação unilateral podem apresentar alterações musculares e<br />

DTM ao mastigar fora do padrão, principalmente por causa de interferências<br />

oclusais. Referem que um padrão restrito de mastigação unilateral pode ser<br />

também resultado de uma ação fixadora ou protetora dos músculos do maxilar


em pacientes com transtornos da ATM. Se existe um número suficiente de<br />

dentes, tais pacientes preferem mastigar do lado da articulação dolorosa, posto<br />

que existe maior pressão sobre o côndilo do lado de equilíbrio que no côndilo<br />

do lado ativo durante o processo de mastigação do alimento.<br />

FIGUEIREDO; BIANCHINI; CRIVELLO (1998) evidenciam o<br />

predomínio da mastigação unilateral do lado da ATM mais prejudicada. O<br />

mesmo é afirmado por MOLINA (1989).<br />

RAMFJORD & ASH (1983) referem que muitos pacientes com dor<br />

unilateral em ATM tentam mastigar do lado envolvido e acreditam que assim<br />

vão diminuir a pressão do côndilo com disfunção.<br />

KUMAI (1993) relata que o lado preferido na mastigação unilateral<br />

não é necessariamente contralateral à disfunção. De acordo com FELÍCIO<br />

(1999) a mastigação que se perpetua de um único lado pode gerar dores como<br />

também DTM, pela hiperatividade muscular e compressão exercida do disco do<br />

lado de trabalho, ou a disfunção pode ser do lado de balanceio em decorrência<br />

da repetição constante de movimentos de translação do côndilo. A mastigação<br />

pode ser do lado da dor se o problema for muscular, ou do lado contrário para<br />

evitar a fadiga. A mastigação pode ser da ATM afetada, se a desordem for<br />

intra-articular, pois neste lado a translação é ruim. Se numa desordem intra-<br />

articular existir uma perfuração do disco, a mastigação poderá ser transferida<br />

para o lado contrário ao da ATM afetada.<br />

Desta forma, a autora demonstra uma variação na escolha do<br />

lado de trituração do alimento, quando nos deparamos com uma mastigação<br />

unilateral.


Definição<br />

Tem-se observado no campo da Fonoaudiologia, que um dos<br />

problemas mais freqüentes são as queixas relativas às alterações nas funções<br />

neurovegetativas --respiração, deglutição e mastigação, desequilíbrios<br />

musculares acompanhados de maloclusão, problemas na ATM e<br />

comprometimentos dos músculos mastigatórios, entre outros.<br />

A ATM e suas alterações tratam-se de um tema que espelha a<br />

realidade da atuação do fonoaudiólogo e que desde a antiguidade começou a<br />

ser estudada por outros profissionais.<br />

Esses estudos tomaram impulso com COSTEN, que, em 1934,<br />

nomeou tais alterações como sendo “Síndrome de COSTEN”. Em 1955,<br />

SCHWARTZ, aplicou o termo “Síndrome de dor e disfunção da ATM” para os<br />

pacientes que apresentavam problemas de limitação do movimento<br />

mandibular, e dor causados nos espasmos dos músculos mastigatórios.<br />

LASKIN (1969) sugeriu o termo “Síndrome dor-disfunção<br />

miofacial”, atribuindo à tensão emocional o papel de fator principal da<br />

disfunção. Mais tarde, WEINBERG (1979) diferenciou o termo dor-disfunção<br />

miofacial de dor-disfunção da ATM. Sendo, o primeiro de origem muscular e o<br />

segundo, para os problemas articulatórios.<br />

ASH (1986) generalizou o termo anterior, denominando-o de<br />

síndrome dor-disfunção muscular e da ATM, pois se referia a associação dos<br />

distúrbios estruturais e funcionais da articulação dos músculos. Dois anos<br />

depois, MIRAN<strong>DA</strong> passou a chamá-la de Disfunção craniomandibular.


Em 1989, SOLBERG conceitua “desordens craniomandibulares” e<br />

comenta que as mesmas se constituem em desconforto ou disfunções<br />

musculoesqueletais no sistema mastigatório, agravadas pela mastigação ou<br />

outro uso da mandíbula.<br />

PAIVA et al (1990) caracterizam a “Síndrome dor-disfunção<br />

estomatognática” como um conjunto de sinais e sintomas que podem se<br />

manifestar nos músculos da mastigação propriamente ditos, nas ATMs ou em<br />

outras estruturas do sistema estomatognático, como resultado de alterações no<br />

seu mecanismo neuromuscular.<br />

BARROS (1990) também se refere à ATM como sendo parte<br />

essencial de um mecanismo bastante complexo: sistema estomatognático e<br />

seus elementos. A ATM não é um elemento anatômico isolado.<br />

A American Dental Association passou a utilizar o termo<br />

desordens temporomandibulares (TMD).<br />

Anatomicamente e funcionalmente, a articulação<br />

temporomandibular é uma das articulações mais especializadas do corpo<br />

humano. É um elemento do aparelho estomatognático, que constitui um<br />

sistema dinâmico, fazendo a comunicação da mandíbula, único osso móvel do<br />

crânio, com a base craniana, mais especificamente ao osso temporal.<br />

A articulação temporomandibular (ATM) é a articulação<br />

responsável pelos movimentos mandibulares, associada à ação dos músculos<br />

mastigatórios. Estes movimentos possibilitam a realização das funções<br />

estomatognáticas -- sucção, mastigação, deglutição, fala e respiração.


Portanto, quando há alteração muscular, e das funções estomatognáticas, cabe<br />

ao fonoaudiólogo atuar como membro de uma equipe multidisciplinar.<br />

DOUGLAS (1994) classifica-a como uma articulação dupla<br />

bilateral móvel, uma “diartrose sinovial bicondílea complexa”, que se<br />

movimenta sinergicamente, realizando movimentos sincronizados entre as<br />

duas articulações.<br />

As ATMs não constituem uma articulação comum, pois, por<br />

estarem localizadas uma em cada extremidade de um único osso, a mandíbula,<br />

cada côndilo impõe limitações de movimentos, sobre o outro (FELÍCIO, 1994).<br />

Para o adequado funcionamento da ATM, três fatores devem<br />

estar em harmonia: o equilíbrio neuromuscular, a oclusão dentária satisfatória e<br />

a articulação em si (CORREIA, 1995). Desta forma, quando há alguma<br />

alteração da estrutura ou da função muscular, pode ser desencadeada uma<br />

incoordenação do sistema mastigatório.<br />

O sistema estomatognático trata-se de uma unidade<br />

morfofuncional localizada centralmente na cavidade oral. É composto por um<br />

conjunto de estruturas como: ATM. ossos, dentes, maxila, mandíbula,<br />

músculos, ligamentos, espaços vazios, língua, lábio, mucosas, glândulas,<br />

sistema vascular e nervoso.<br />

Tais estruturas atuam em conjunto, realizando as funções<br />

estomatognáticas. Todas essas funções necessitam da participação ampla e<br />

complexa dos movimentos mandibulares, que são realizados pela ATM. Além<br />

disso, o harmônico funcionamento dessas funções atua como um fator


indispensável ao crescimento, ao desenvolvimento e ao equilíbrio do sistema<br />

estomatognático.<br />

O sistema estomatognático, devido à importância das funções que<br />

realiza, exige de suas estruturas suficiente inter-relação harmônica.<br />

As disfunções da ATM se relacionam com alguma alteração<br />

nessas estruturas, que podem resultar em modificações funcionais,<br />

principalmente na mastigação e na articulação da fala.<br />

Segundo BIANCHINI (1998), essas modificações funcionais são<br />

respostas adaptativas automáticas e efetivadas graças à plasticidade neural do<br />

sistema estomatognático, no sentido de viabilizar a função preservando a<br />

estrutura. Entretanto, algumas adaptações funcionais são enganosas. Podem<br />

propiciar uma sensação agradável temporariamente, mas agravar os sintomas<br />

em longo prazo.<br />

As DTM são caracterizadas como doenças que envolvem vários<br />

problemas clínicos, comprometendo os músculos da mastigação (CABEZAS,<br />

1997). McNEILL, 1993 acrescenta a ATM e estruturas associadas, ou ambos,<br />

como também sendo fatores comprometidos.<br />

Etiologia / Fatores Associados<br />

De acordo com McNEILL (1993), as<br />

alterações temporomandibulares são um termo<br />

que abrange uma série de problemas clínicos<br />

que envolvem a musculatura mastigatória, a


articulação temporomandibular e estruturas<br />

associadas, ou ambos.<br />

Ao se receber um paciente com queixas miofuncionais orais,<br />

sejam referentes às funções estomatognáticas ou até mesmo com queixas<br />

referentes à voz, faz-se necessário especificar a real etiologia do problema.<br />

Atualmente, diversos estudiosos como, como: RICHETTS (1969);<br />

LASKIN (1969); FARRAR (1978); ATRINSON & BATES (1982); SOLBERG<br />

(1986); REZENDE (1997); OKESON (1998) afirmam que a DTM trata-se de um<br />

problema com múltiplos fatores etiológicos.<br />

FELÍCIO (1999) analisa os fatores etiológicos das desordens<br />

temporomandibulares como um tópico repleto de controvérsias, sendo mais<br />

comumente citados os problemas oclusais, neuromusculares e emocionais,<br />

associados ou não.<br />

BIANCHINI (1998) demonstra uma série de fatores que podem<br />

reduzir a capacidade adaptativa do Sistema Estomatognático, levando à<br />

caracterização de disfunção. São eles: fatores traumáticos, problemas<br />

degenerativos, efeitos de radiação, alterações esqueléticas, fatores oclusais,<br />

alterações musculares, hábitos nocivos – parafuncionais, estresse e problemas<br />

emocionais.<br />

A autora também ressalta que a causa inicial ou o início do<br />

processo, em muitos pacientes, acaba se perdendo em queixas que vão se<br />

acumulando progressivamente, a cada dia.<br />

O<strong>DA</strong>; ARNAEZ; ANELLI (1999); AGERBERG; CARLSSON (1972)<br />

acrescentam a esses fatores, a mastigação unilateral e as próteses dentárias<br />

mal – adaptadas. Desordens da articulação temporomandibular estão


associadas – dentre outros fatores – ao espasmo, principalmente, dos<br />

músculos mastigadores, dos quais destacam-se: masseter e temporal (O<strong>DA</strong>;<br />

ARNAEZ; ANELLI, 1999).<br />

Os distúrbios da ATM podem ser vistos, essencialmente, como<br />

uma condição patológica originária de desarmonia da estrutura e função dos<br />

componentes fundamentais do sistema mastigatório (AU & KLINEBERG,<br />

1993).<br />

Em 1959, os estudos de SCHWARTZ enfatizaram os distúrbios<br />

funcionais da musculatura mastigatória como sendo originados de alterações<br />

oclusais, podendo ser o fator primário na etiologia da DTM.<br />

Podemos ainda, unir a análise desses estudiosos às observações<br />

de RAMFJORD & ASH, (1966), que afirmam que as lesões das articulações<br />

temporomandibulares, com exceção daquelas devidas a trauma externo, são o<br />

resultado de atividade muscular anormal com desequilíbrio das diversas partes<br />

do sistema mastigatório. MARABELLI; PACHECO ; ANELLI (1995) verificaram<br />

alterações da mastigação e a presença de hábitos parafuncionais associados,<br />

como fatores agravantes e desencadeantes das desordens<br />

temporomandibulares.<br />

Por fim, podemos perceber que inúmeros são os autores, que<br />

demonstraram as alterações do sistema mastigatório como um fator etiológico<br />

das disfunções temporomandibulares.<br />

Os Distúrbios da ATM estão associados não somente aos<br />

músculos mastigatórios, mas também aos músculos do crânio e das regiões<br />

cervical e escapular.


SCHWARTZ (1963) refere que o espasmo dos músculos<br />

mastigatórios ou precede, ou ocorre simultaneamente com a afecção dos<br />

músculos cervicais e escapulares.<br />

A oclusão e a tipologia facial determinam a força e modo de<br />

mastigar. Talvez por essa razão, o fator oclusal sempre tenha sido classificada<br />

como um dos principais responsáveis pela DTM ( PULLINGER; SELIGMAN;<br />

GORNBEIN, 1993; PARKER, 1996). Vários fatores podem estar relacionados<br />

ao desenvolvimento da má oclusão, como os hábitos orais ciosos, a presença<br />

de cáries dentárias (SCHWARRTZ & SCHWARTZ, 1992).<br />

Na fonoaudiologia, os estudos a respeito dos hábitos orais,<br />

principalmente na infância, mostram a grande interferência destes na<br />

funcionabilidade do sistema estomatognático, alterando funções como a fala, a<br />

mastigação, a respiração e a deglutição. MOLINA (1989) afirma que hábitos<br />

orais são um fator etiológico freqüente na disfunção mandibular.<br />

Sabe-se que grandes alterações oclusais podem prejudicar o<br />

tecido periodontal e dentário, influenciar desordens musculares e até mesmo<br />

articulares.<br />

FELÍCIO (1999) relata que dentes em contato forçado significa<br />

aumento da atividade dos músculos elevadores, o que pode levar a DTM e à<br />

dor, principalmente, se existirem alterações oclusais que impeçam a<br />

distribuição equilibrada de forças e / ou que provoquem um deslize da oclusão<br />

cêntrica para a máxima intercuspidação habitual.


Além disso, a relação de intercuspidação dos dentes também<br />

apresenta grande influência sobre as funções de mastigação, deglutição e fala<br />

(OKESON, 1992).<br />

As alterações oclusais mais relacionadas com a DTM são:<br />

mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior unilateral, trespassa vertical<br />

e horizontal aumentados e grande discrepância de relação cêntrica para a<br />

máxima intercuspidação habitual (PULLINGER; SELIGMAN; GORNBEIN,<br />

1993).<br />

As alterações, relacionadas à oclusão dentária, não são<br />

necessariamente a causa da DTM, porém muitas são agravantes da desordem<br />

(ANELLI, 1997), podendo impedir a realização das funções estomatognáticas<br />

com equilíbrio neuromuscular.<br />

De acordo com a análise literária, a oclusão é apenas um fator<br />

participante na etiologia das disfunções craniomandibulares, não sendo mais<br />

considerada como o fator causal primário, como o foi por muito tempo. Pois,<br />

pelo que conhecemos até o momento, a DTM não é apenas resultado de<br />

maloclusão, existem fatores da vida como um todo que provocam a problemas,<br />

como opressão, tensão, angústia, maneiras de se alimentar, repousar e outros.<br />

Diferentemente dos outros estudiosos, autores como GELB &<br />

BERNSTEIN, (1983); WEINBERGE, (1979) e GREENE, (1979) relatam que as<br />

alterações das funções reflexo vegetativas, principalmente a deglutição atípica,<br />

surgem como um possível fator etiológico da DTM.


BERRETIN; GENARO; TEIXEIRA, (2.000)<br />

relatam que existem fatores que predispõem ou<br />

agravam a instalação da DTM, por diminuírem a<br />

capacidade adaptativa do sistema, são eles:<br />

fatores posturais, oclusais, comportamentais,<br />

hábitos parafuncionais funcionais, sistêmicos e<br />

biopsicossociais.<br />

É importante sabermos que os fatores<br />

etiológicos podem estar impedindo ou<br />

principalmente direcionando o sistema<br />

estomatognático para várias adaptações<br />

funcionais.<br />

Conseqüências:<br />

A incidência de distúrbios<br />

fonoaudiológicos em indivíduos com desordens<br />

temporomandibulares foi investigada por<br />

diversos autores.<br />

Para as alterações da ATM é descrita uma sintomatologia<br />

bastante variável.<br />

De acordo com CORREIA (1988), o órgão fonoarticulatório mais<br />

afetado, quanto aos movimentos mandibulares é a mandíbula e o que sofre<br />

maior incidência de distúrbios, a língua.<br />

Desde 1934, COSTEN já descrevia a sintomatologia das DTMs.<br />

Os sinais e sintomas mais comuns nos casos de desordem<br />

temporomandibulares são: dor na região das ATMs, cefaléia temporoparietal,<br />

sensibilidade dolorosa da musculatura mastigatória, otalgia, ruídos articulares,<br />

diminuição e desvios na trajetória dos movimentos mandibulares. Existe, ainda,


correlação significante entre inabilidade para mastigar e dor, desconforto,<br />

apertamento nos músculos mastigatórios, travamento e estalos.na ATM (AL-<br />

HASSON; ISMAIL; ASH; 1986; McNEILL et al., 1990). Os movimentos de<br />

execução da mandíbula, isto é, abertura, fechamento, lateralidade e protrusão<br />

encontram-se, freqüentemente, reduzidos e o tônus dos músculos elevadores<br />

elevados (FELÍCIO, 1999).<br />

As manifestações podem variar de acordo com o tipo de problema<br />

que afeta os músculos elevadores da mandíbula: masseter, temporal,<br />

pterigóideo medial, bem como outros músculos que podem estar envolvidos,<br />

isto é, os faciais, suprahióideos, trapézio e esternocleidomastoideo (FELÍCIO,<br />

1999).<br />

Em casos de hiperatividade do músculo pterigóideo lateral,<br />

causado por deslocamento do disco articular, pode haver ainda compressão do<br />

ramo lingual do trigêmio, resultando em dormência na língua e em distúrbios na<br />

fala.<br />

O<strong>DA</strong>; ARNAEZ; ANELLI (1999) demonstram que os distúrbios<br />

funcionais da ATM produzem dores uni ou bilaterais na região da articulação<br />

temporomandibular.<br />

O espasmo dos músculos mastigadores é o fator primário<br />

responsável pelos sinais e sintomas da síndrome de dor e disfunção (LASKIN,<br />

1969). Com bastante freqüência, também se encontram afetados grupos<br />

musculares anteriores e posteriores do pescoço, e é possível que apareçam<br />

dificuldades na deglutição e na fonação, assim como dor cervical e cefaléia<br />

(SCHWARTZ & CHAYES, 1973).


Segundo FELÍCIO & MAZZETO (1994), a desordem<br />

craniomandibular é sinônimo de desordem temporomandibular. O termo<br />

envolve alterações na musculatura mastigatória, na articulação<br />

temporomandibular em ambas, “O sintoma da dor é mais freqüentemente<br />

localizado nos músculos mastigatórios, área periauricular e / ou usualmente<br />

agravada pela mastigação ou outras funções mandibulares”.<br />

BIANCHINI (1998) observou em seus estudos, que portadores de<br />

disfunções da ATM apresentam dificuldade em morder o alimento<br />

anteriormente, ritmo mastigatório lento, movimentos predominantes verticais e<br />

presença de dor ou de ruído. Padrão unilateral predominante do lado da ATM<br />

mais prejudicada, uma vez que o movimento condilar deste lado é de menor<br />

amplitude, sendo, portanto menos traumático.<br />

Nos trabalhos realizados por PANHOCA; SILVERIO; BORIN;<br />

FERES; FUSCH; RAMOS (1998) foi possível observar que a preensão do<br />

alimento piora de acordo com o grau de comprometimento da ATM e dos<br />

músculos mastigatórios. A função mastigatória nestes sujeitos apresenta-se<br />

unilateral com predomínio de movimentos mandibulares verticais. Quanto maior<br />

o grau de desordem craniomandibular, maior o comprometimento em relação à<br />

dor nos músculos mastigatórios -- masseter e temporal.<br />

MOYERS (1991) afirma que os sintomas temporomandibulares<br />

são acentuados, quando há uma interferência oclusal.<br />

Pacientes com DTM, devido às condições oclusais e, muitas<br />

vezes, dor, podem apresentar uma trituração insuficiente, o que os leva


também a ingerir os alimentos mal triturados, ou a fazer uma opção por<br />

alimentos que exigem menos esforço mastigatório.<br />

Devemos estar atentos, pois em alguns casos os sinais e os<br />

sintomas caracterizam-se tardiamente ou até durante a terapia fonoaudiológica.<br />

É importante que o fonoaudiólogo reconheça todos os aspectos<br />

envolvidos, com o intuito de estabelecer as metas terapêuticas necessárias.<br />

Incidência<br />

Vários são os estudos que apontam a incidência da desordem<br />

temporomandibular, sendo predominantemente mais acentuada nos indivíduos<br />

do sexo feminino e na faixa etária dos 20 anos aos 40 anos.<br />

Podemos encontrar tais resultados nos trabalhos de COSTA et al.<br />

(1981); AL-HASSON; ISMAIL; ASH (1986); RAMOS et al. (1992); KOIDIS et al.<br />

(1993); KATZBERG (1985); O<strong>DA</strong>; ARNAEZ; ANELLI (1999).<br />

A DTM atinge em especial pessoas adultas numa proporção de 4<br />

mulheres para cada homem (KOIDS et al., 1993).<br />

Muitos trabalhos têm sido realizados para explicar a prevalência<br />

de disfunção em ATM em mulheres. Um deles atribui a maior preocupação com<br />

a saúde pelas mulheres, levando-as a procurarem o tratamento com maior<br />

freqüência.<br />

De acordo com HELKIMO (1976) não existe uma diferença na<br />

incidência, mas na busca pelo tratamento, numa proporção de 4:1. Afirma,<br />

ainda, que as desordens temporomandibulares atingem cerca de 20% da<br />

população adulta, sendo a média de idade entre 20 e 40 anos,


Tanto RIEDER et al. (1983) quanto AL-HASSON (1986) citam<br />

outros autores que apontaram as mulheres como indivíduos que sempre<br />

procuraram mais tratamento de saúde que os homens.<br />

Outro dado apontado como útil no entendimento da prevalência<br />

de mulheres com DTM é o que se refere à sensibilidade. FEINE et al.<br />

Concluíram que as mulheres são mais sensíveis a estímulos não dolorosos,<br />

como odores e tato.<br />

RANFJORD & ASH (1996) verificaram que na faixa etária de 24 a<br />

33 anos muitas mulheres vivenciam momentos de modificações em seu papel<br />

social o que provoca tensões físicas e psíquicas, podendo induzi-las a vícios de<br />

utilização inadequada da mandíbula. Outro fator importante refere-se às<br />

alterações hormonais e à tensão pré-menstrual.<br />

HELKIMO (1976) relata existir uma tendência da incidência<br />

aumentar com a idade dos pacientes.<br />

Segundo MOYERS (1991) há uma evidência crescente de que as<br />

desordens temporomandibulares podem ter origem no início do<br />

desenvolvimento humano.<br />

Os estudos epidemiológicos mostram que uma alta percentagem<br />

de crianças exibe muitos sinais e sintomas associados com distúrbios<br />

temporomandibulares da fase adulta. Assim, certa sintomatologia associada<br />

com a DTM em adultos é primeiramente vista em crianças.<br />

Certas desordens oclusais na infância predispõem a uma DTM<br />

futura. A desordem da articulação temporomandibular não pode ser


considerada apenas como uma desordem degenerativa e geriátrica (MOYERS,<br />

1991).<br />

CATAPANO & SOARES (1992) verificaram em seus estudos, que<br />

há grande incidência de distúrbios fonoaudiológicos em pacientes com<br />

disfunção tenporomandibular, entre os quais: alterações referentes aos órgãos<br />

fonoarticulatórios, alterações da deglutição e disfonia.<br />

Tratamento:<br />

O tratamento da DTM tem enfoque<br />

predominantemente odontológico. Sob esse<br />

prisma, muitas vezes, as outras modalidades<br />

terapêuticas são consideradas formas auxiliares<br />

de tratamento.<br />

Sabe-se que a associação de terapia miofuncional e de<br />

tratamento ortodôntico já é bastante conhecida. Contudo a aplicação da terapia<br />

fonoaudiológica como tratamento da desordem temporomandibular é recente<br />

em termos de pesquisa. Poucos trabalhos sobre DTM referem-se a essa<br />

terapia.<br />

No tratamento da DTM, a terapia miofuncional é a base da ação<br />

da fonoaudiologia, isto é, adequação dos músculos orofaciais às funções, e<br />

através delas.<br />

Por ser de etiologia e manifestação múltiplas, a equipe de<br />

diagnóstico e tratamento é composta por cirurgião-dentista, fonoaudiólogo,<br />

psicólogo e fisioterapeuta, sendo que as terapêuticas utilizadas podem variar<br />

de acordo com as necessidades dos pacientes (FELÍCIO, 1994).


O cirurgião-dentista freqüentemente utiliza como tratamento a<br />

placa oclusal miorrelaxante ou estabilizadora. Sua indicação tem como<br />

finalidade propiciar a eliminação temporária das interferências oclusais, relaxar<br />

a musculatura elevadora da mandíbula, aliviar a dor e favorecer a biomecânica<br />

mandibular.<br />

É importante deixar claro que o fonoaudiólogo sozinho não tem<br />

condições de modificar as funções estomatognáticas, quando existem sinais de<br />

alterações nas estruturas. Também não é possível que apenas a terapia<br />

miofuncional restabeleça a integridade da ATM, mesmo que parcialmente<br />

(BIANCHINI, 1998).<br />

A autora acrescenta, ainda, que nossa atuação é benéfica quando<br />

o paciente já não apresenta mais sinais de um quadro agudo, além disso, a<br />

terapia fonoaudiológica é diversificada e depende da fase de tratamento<br />

odontológico em que o paciente se encontra e de quais são seus sintomas<br />

atuais.<br />

Portanto, em certos casos, a meta na terapia fonoaudiológica será<br />

o equilíbrio muscular compatível com a condição oclusal. Exageros na tentativa<br />

de se alcançar a “normalidade” podem gerar reações compensatórias, ainda<br />

mais prejudiciais ao sistema.<br />

FELÍCIO (1994) demonstra a importância da terapia miofuncional<br />

nas desordens da ATM, quando afirma que a normalização das funções,<br />

geralmente, não se dá apenas em conseqüência da correção ortodôntica,<br />

porque os músculos tendem a manter os mesmos níveis e padrões de<br />

atividade. Com o objetivo de evitar a manutenção dos padrões musculares


inadequados e desenvolver as funções, faz-se necessária a terapia<br />

miofuncional.<br />

A autora referida relata que durante o período de tratamento<br />

ortodôntico, o fonoaudiólogo poderá realizar medidas terapêuticas. Porém, a<br />

terapia não deverá ser finalizada antes desse tratamento odontológico, pois,<br />

sem uma boa condição oclusal, a adequação dos padrões de mastigação e<br />

deglutição será inviável. A terapia miofuncional será concluída, quando se<br />

obtiver o equilíbrio de forças linguais e periorais, assim como a normalização<br />

de todas as funções estomatognáticas, pois são elas que preservarão as<br />

mudanças tanto da oclusão dentária, quanto das bases ósseas.<br />

Com relação às funções estomatognáticas, o fonoaudiólogo tem<br />

como objetivo estabelecer o equilíbrio funcional. Esta estabilidade muitas vezes<br />

depende do restabelecimento de outras estruturas estomatognáticas, como as<br />

bases ósseas, a harmonia oclusal, a integridade e saúde das ATMs.<br />

De acordo com BIANCHINI (1998), a terapêutica fonoaudiológica,<br />

em linhas gerais, pode abranger vários aspectos : termoterapia, massagens,<br />

mioterapia, terapia miofuncional e trabalho proprioceptivo. Relata, ainda, que<br />

busca ouvir o paciente, para que este possa expressar-se e sentir-se mais<br />

tranqüilo. Além disso, o conhecimento e a conscientização do problema são<br />

indispensáveis para que o paciente colabore.<br />

Com relação a termoterapia referida pela autora, essa deve<br />

iniciar-se com a aplicação de calor úmido sobre a região da ATM e músculos<br />

masseter bilateralmente. O calor é indicado nos casos crônicos em que exista<br />

tensão muscular aumentada e crises de algia. Sua aplicação provoca


vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo e, conseqüentemente, a<br />

oxigenação. Leva, portanto, a um conforto rápido, graças a seus efeitos<br />

relaxante e relativamente analgésico.<br />

A aplicação de calor é contra-indicada em casos agudos de<br />

processos inflamatórios, assim como em processos de alterações neurológicas.<br />

Já a crioterapia, utilização de baixas temperaturas, tem indicação<br />

nos casos de limitações articulares pós-traumáticas e pós-operatórias,<br />

relaxamento de espasmos musculares e processos dolorosos agudos. É<br />

contra-indicada nos casos de hipersensibilidade ao frio, de doença vascular<br />

periférica ou de casos de circulação sanguínea deficiente.<br />

A autora referida afirma utilizar calor úmido e massagens<br />

previamente à seqüência de exercícios. A execução de massagens deve ser<br />

realizada em toda região cervical e facial através de movimentos lentos e<br />

rotatórios, porém firmes e repetidos sistematicamente. A mioterapia envolve<br />

exercícios tanto para relaxar os músculos quanto para melhorar seu tônus e<br />

função. Podem ser utilizados exercícios isotônicos, isométricos e isocinéticos.<br />

Trabalha-se também com exercícios miorrelaxantes através dos<br />

movimentos mandibulares realizados com uma contra-resistência (MOLINA,<br />

1989), promovendo o relaxamento dos músculos antagonistas.<br />

Durante os exercícios não deve ocorrer dor, e a amplitude,<br />

freqüência e velocidade dos movimentos devem respeitar os limites individuais<br />

de cada paciente.


O<strong>DA</strong>; ARNAEZ; ANELLI (1999) também referem como estratégia<br />

terapêutica fonoaudiológica a utilização dos exercícios mioterápicos,<br />

massagens e, principalmente, a termoterapia.<br />

Segundo MOLINA (1989) os exercícios mioterápicos (isotônicos e<br />

isométricos) foram realizados enquanto restauradores do movimento<br />

mandibular adequado e indolor, melhorando as propriedades requeridas para a<br />

função dos músculos orofaciais. As massagens foram utilizadas como técnicas<br />

de relaxamento, visando a percepção corporal, o aumento da circulação<br />

periférica, a eliminação de resíduos metabólicos e o alívio da dor e da<br />

hiperatividade muscular (BARROS, 1993). O uso da termoterapia com<br />

compressas úmidas pode ser realizado com variação de temperatura: quente<br />

sobre a musculatura orofacial (MOLINA, 1989); (PAIVA, 1993); (SANTOS JR,<br />

1995); fria sobre as articulações temporomandibulares (SANTOS JR, 1995) ou<br />

o uso alternado de ambas.<br />

ANELLI (1991) lembra que ao utilizar compressa quente úmida na<br />

musculatura, não se deve atingir a região pré-auricular.<br />

Quando o uso da compressa está associado à mioterapia, há uma<br />

ação conjunta destes sobre os músculos mastigatórios. Desta forma, o músculo<br />

temporal, fazendo parte do sistema estomatognático e participando ativamente<br />

do processo de mastigação, é um músculo bastante beneficiado com os<br />

recursos terapêuticos.<br />

O aumento do uso que se faz dos músculos requer um<br />

suprimento sanguíneo compatível à atuação de cada músculo. Entretanto, nos<br />

casos em que há excesso de resíduos metabólicos e uma hiperatividade


muscular, pode haver uma alteração circulatória local. Em razão disso, os<br />

pacientes, que apresentam DTM associados a dor muscular, modificam o<br />

recrutamento de seus músculos às atividades requisitadas, gerando<br />

desequilíbrio e, portanto, dor.<br />

Uma vez restabelecido este equilíbrio, a queixa de dor já não se<br />

faz mais presente. E este é o objetivo principal da terapia fonoaudiológica no<br />

tratamento das desordens temporomandibulares (O<strong>DA</strong>; ARNAEZ; ANELLI,<br />

1999).<br />

Estando a musculatura sem dor e com tonicidade adequada é<br />

possível dar maior ênfase ao trabalho específico com os movimentos<br />

mandibulares de abertura, fechamento e lateralidade.<br />

Para LASKIN & GREENE (1972), as interações psicológicas e os<br />

aspectos no relacionamento interpessoais têm grande influência no tratamento<br />

dos indivíduos com DTM.<br />

O<strong>DA</strong>; ARNAEZ; ANELLI (1999) também valorizam a interação<br />

terapeuta / paciente sendo esta de grande importância para o tratamento das<br />

desordens temporomandibulares, embora não possa ser considerada, como<br />

fator único no processo de reabilitação.<br />

A terapêutica utilizada por FELÍCIO (1994) é baseada em FUNT,<br />

PADOVAN e ALTMANN. Naturalmente, com o tempo, as técnicas vão sofrendo<br />

transformações devido aos novos estudos e reflexões.<br />

Para a autora referida, a meta final da terapia miofuncional na<br />

DTM é a adequação das funções estomatognáticas. A mesma considera<br />

relevante iniciar a terapia pelas técnicas de relaxamento.


FELÍCIO (1994) valoriza bastante a relação educativa entre o<br />

fonoaudiólogo e a pessoa-que-se-trata, como forma de relação, troca de<br />

conhecimento e investigação, enfim, como terapeuta / paciente se educam<br />

para superar a DTM. Trata-se de um trabalho proprioceptivo e de<br />

conscientização mútua do problema.<br />

O trabalho de conscientização é muito importante para que o<br />

paciente compreenda, que o trabalho mioterápico de relaxamento e adequação<br />

do tono muscular não tem o efeito rápido, que o paciente espera (ANELLI,<br />

1991).<br />

A mastigação será trabalhada sempre que as condições<br />

morfológicas permitam. Neste caso o trabalho com esta função é<br />

especialmente benéfico, pois propicia coordenação e tônus necessário à<br />

estabilidade das outras funções estomatognáticas.<br />

Adaptar a mastigação envolve em primeiro lugar que o paciente<br />

possa realizar os movimentos mandibulares sem dor e com amplitude<br />

suficiente para a execução de tal função. A mastigação deve ser adaptada às<br />

possibilidades de cada paciente realizar os movimentos (ANELLI, 1991).<br />

Do ponto de vista clínico, o procedimento seria, em primeiro lugar,<br />

relaxar os músculos mastigatórios, usando técnicas como exercícios de<br />

relaxamento e massagens; o que provavelmente reduziria o excesso ou<br />

constante estresse nos músculos e articulações (O<strong>DA</strong>; ARNAEZ;ANELLI,<br />

1999).<br />

A mastigação deve ser realizada bilateralmente, com movimentos<br />

cíclicos e com força muscular adequada e simétrica. Os músculos masseteres


não devem estar em hipertonicidade. Antes de iniciar este trabalho é<br />

necessário que o paciente esteja em condições musculares de se alimentar<br />

com alimentos de consistência sólida.<br />

FELÍCIO (1993) inclui como uma das etapas de tratamento a<br />

modificação alimentar para uma dieta macia, evitando a sobrecarga das<br />

estruturas orofaciais.<br />

A utilização desta dieta também é evidência nos estudos de<br />

ANELLI (1991); BIANCHINI (1998) e O<strong>DA</strong>; ARNAEZ; ANELLI (1999).<br />

BIANCHINI (1998) ressalta que a dieta alimentar vai sendo<br />

modificada à medida que o tratamento progride com redução da sintomatologia<br />

dolorosa.<br />

Cabe ao fonoaudiólogo orientar o paciente quanto à dieta. Deve<br />

evitar alimentos de consistência muito sólida, permanecendo com alimentação<br />

de pastosa a sólida pouco consistente e ir gradualmente retornando a<br />

alimentos mais sólidos, conforme a musculatura venha a ter possibilidade de<br />

movimentação sem dor (ANELLI, 1991).<br />

Ao trabalharmos a função mastigatória, usando alimento de<br />

consistência variada, buscamos facilitar o controle da função para garantir o<br />

aprendizado e conseqüente modificação funcional (BIANCHINI, 1998).<br />

A musculatura deve ser trabalhada intensamente durante os<br />

treinos mastigação, pois é a função que mantém o tônus e não o exercício.<br />

BIANCHINI (1998) incentiva inicialmente a mastigação unilateral<br />

alternada. O paciente mantém o alimento de um só lado para que perceba mais<br />

facilmente a musculatura e movimentos utilizados. A porção seguinte deverá


ser trabalhada do outro lado, da mesma maneira. Ao conseguir este controle<br />

básico da mastigação, o paciente passa a mudar o lado da mastigação<br />

conforme a necessidade imposta pela textura do alimento. Assim, estará<br />

estabelecido um controle próprio da função mastigatória dentro das reais<br />

possibilidades.<br />

Este treino apoiado em mastigação costuma ser amplamente<br />

utilizado em casos sem comprometimento desta função. Funciona como um<br />

treino miofuncional constante para aumento ou manutenção do tônus dos<br />

músculos mastigatórios, já que a estabilidade destes é tão importante ao<br />

estabelecimento de todas as funções estomatognáticas (BIANCHINI, 1998).<br />

A autora afirma, ainda, que os treinos mastigatórios devem ser<br />

realizados somente com alimentos. A utilização de garrotes ou qualquer outro<br />

material de borracha é contra-indicada. Tais materiais não respeitam a<br />

fisiologia normal da função mastigatória. Não existe a possibilidade de<br />

fragmentação e conseqüentemente redução da amplitude do movimento<br />

mandibular como ocorre na mastigação normal. Provocam, assim, sobrecarga<br />

na musculatura mastigatória.<br />

É necessário que a mastigação se torne consciente para que se<br />

possa tentar modificá-la. O paciente deve observar atentamente ao menos uma<br />

refeição por dia.<br />

Paralelamente a essa terapêutica, pode ser necessário um<br />

trabalho com exercícios visando à regulação de tônus muscular ou<br />

coordenação de movimentos mandibulares. Os exercícios não devem utilizar


sobrecarga muscular, pois este tipo de trabalho pode levar ao aparecimento da<br />

sintomatologia dolorosa ou desequilíbrio articular.<br />

3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O número de pacientes que procuram o fonoaudiólogo com<br />

queixas de alterações na articulação temporomandibular (ATM) e mastigação<br />

vem crescendo bastante a cada dia. Contudo, nossa formação acadêmica não<br />

nos oferece embasamento teórico-prático suficiente para uma atuação<br />

fonoaudiológica eficaz.<br />

Diante deste problema, resolvi desenvolver uma pesquisa que<br />

enfoque a relação das desordens temporomandibulares com o sistema<br />

estomatognático, mais especificamente com a mastigação.<br />

revistas, internet e outros.<br />

A pesquisa foi realizada através de estudo bibliográfico em livros,


Com base nas referências literárias utilizadas, é possível destacar os<br />

achados mais importantes no que se refere à relação da articulação<br />

temporomandibular com a mastigação.<br />

A relação referida é facilmente evidenciada se pensarmos que a<br />

mastigação, assim como, todas as outras funções estomatognáticas dependem<br />

da estabilidade e da saúde das articulações temporomandibulares, pois são<br />

elas que possibilitam os movimentos mandibulares, necessários ao<br />

funcionamento dessas funções.<br />

A própria mastigação, fazendo parte do processo do crescimento<br />

e do desenvolvimento do sistema estomatognático, é estímulo para a<br />

continuidade deste e para a manutenção da saúde da ATM, músculos e<br />

periodonto. Esta função é um eficiente estímulo para o crescimento das bases<br />

ósseas. A remodelação da ATM se dá em conseqüência da mastigação, da<br />

deglutição e da fonação.<br />

Deste modo, podemos perceber que ao mesmo tempo que o ato<br />

mastigatório depende da estabilidade e da saúde da ATM, a mesma serve de<br />

estímulo para a saúde e remodelação da articulação. Da mesma forma, a<br />

remodelação das ATMs é um dos fatores indispensáveis à realização da<br />

mastigação.<br />

Outra conclusão interessante se refere aos pacientes com DTMs,<br />

que devido às condições oclusais ou a dor, podem apresentar trituração<br />

insuficiente, o que os leva a ingerir os alimentos mal triturados, ou a fazer<br />

opção por alimentos que exigem menor esforço mastigatório.


Acrescenta-se ainda o fato de que as pessoas com problemas de<br />

ATM apresentam mastigação com quadro repetitivo. As mordidas são muito<br />

menores e mais lentas e têm um trajeto irregular. Esse trajeto lento, irregular e<br />

repetitivo parece relacionar-se com o movimento funcional alterado do côndilo<br />

da ATM alterada.<br />

O padrão bilateral de mastigação é o ideal, porém o modo<br />

mastigatório mais freqüente nos casos de DTM é a mastigação unilateral. Esta,<br />

quando constante pode causar dores e DTM pela hiperatividade muscular e<br />

pela compressão excessiva do disco do lado do trabalho ou do lado do<br />

balanceio, caso haja repetição constante do movimento de translação do<br />

côndilo.<br />

Desta forma constatamos que as desordens<br />

temporomandibulares podem modificar o ato mastigatório. Em relação à força<br />

mastigatória, esta se apresenta mais fraca. Além disso, é demonstrado que a<br />

função mastigatória apresenta-se unilateral com predomínio de movimentos<br />

mandibulares verticais. A preensão do alimento e a dor nos músculos<br />

mastigatório -- masseter e temporal -- pioram de acordo com o grau de<br />

comprometimento da ATM. Se a mesma está pior, maior será o<br />

comprometimento mastigatório.<br />

Seria interessante que o assunto fosse ainda mais pesquisado,<br />

pois a relação estudada não se resume somente aos dados obtidos.<br />

Este trabalho poderá trazer contribuições importantes para<br />

odontólogos, fioterapeutas, estudantes, pacientes e, principalmente, para os<br />

fonoaudiólogos no que se refere à anamnese, avaliação, tratamento,


diagnóstico e prognóstico dos casos que envolvam este problema, com o<br />

intuito de promover conhecimento aos profissionais interessados,<br />

proporcionando à sociedade uma melhor qualidade de saúde<br />

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ANELLI, W. --Atuação fonoaudiológica na desordem temporomandibular. In:<br />

LOPES


FILHO, O C. --Tratado de Fonoaudiologia. São<br />

Paulo,Roca,1997.p.822-28.<br />

BERRETIN,G.;GENAROK.F.;TEIXEIRA,M -- Influenciada desordem<br />

craniomandibular<br />

sobre a fala.Revista <strong>CEFAC</strong>.3(2):3-30,2000.<br />

BIANCHINI, E.M.G. -- Mastigação e ATM. In: MARCHESAN, I.Q. --<br />

Fundamentos em<br />

fonoaudiologia.Rio de Janeiro,Guanabara,1998 a.p.37-49.<br />

BIANCHINI, E.M.G. -- Como eu trato os problemas da articulação<br />

Temporomandibular<br />

(ATM).In:Collectanea Symposium, Série Medicina e Saúde —<br />

Fonoaudiologia<br />

Hoje.São Paulo,Frontes Editorial,1998b.p.121-137.<br />

BIANCHINI, E.M.G.--Articulação Temporomandibular: Implicações e<br />

possibilidades<br />

C.L.B.;<br />

câncer<br />

de trabalho fonoaudiológico. In :CARRARA DE ANGELIS, E.; FURIA,<br />

MOURÃO, L.F.; KOWALSKI, L.P--A atuação da Fonoaudiologia em<br />

de cabeça e pescoço.São Paulo,Lovise,1998c.p.239-256.


CABEZAS,N.T. -- Desordens Temporomandibulares.In:LOPES FILHO, O.C --<br />

Tratado<br />

de fonoaudiologia.São Paulo,Roca,1997.p.781-820.<br />

DOUGLAS, C.R. Patofisiologia Oral, vol. I, cap. 10. cap.13, 246 – 72,<br />

Pancast,<br />

1998.<br />

FELÍCIO,C.M.– Fonoaudiologia nas desordens Temporomandibulares.São<br />

Paulo,<br />

Pancast,1994.179p.<br />

FELÍCIO, C.M. – Fonoaudiologia aplicada a casos odontológicos. São<br />

Paulo,<br />

Pancast, 1999.243p.<br />

FIGUEIREDO E.S.; BIANCHINI,E.M.G.; CRIVELLO,Jr.,O --Hábitos<br />

parafuncionais em<br />

pacientes portadores de disfunção dolorosa da ATM.In:<br />

MARCHESAN, I.Q.;<br />

Lovise,<br />

ZORZI, J.L.; GOMES, I.C.D.--Tópico em Fonoaudiologia. São Paulo,<br />

1998.p.231-32.<br />

MOLINA, O.F. – Fisiopatologia craniomandibular (Oclusão e ATM). São<br />

Paulo,<br />

Pancast,1989.595..


MOYERS, E.R. – Ortodontia. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,1991.483p.<br />

O<strong>DA</strong>, A.L.; ARNAEZ, S.R.H.; ANELLI, W. -- A Termoterapia como Recurso<br />

Auxiliar no<br />

Tratamento Fonoaudiológico das Desordens<br />

Temporomandibulares. In ;<br />

Fonoaudiologia.<br />

MARCHESAN, I. Q.; ZORZI, J. L .-- Anuário <strong>CEFAC</strong> de<br />

São Paulo,Revinter,1999.p.279-89.<br />

OKESON, J.P. – Fundamentos de Oclusão e desordens temporo-<br />

mandibulares.<br />

São Paulo,Artes médicas,1992.449p.<br />

PANHOCA, I.; SILVÉRIO, K.C.A.; BORIN, M.B.F.; FERES, S.B.; FUSH, V.M.:<br />

RAMOS,<br />

portadores de<br />

GOMES,I. C.D<br />

E. C. -- Análise das funções neurovegetativas em sujeitos<br />

desordem craniomandibular.In: MARCHESAN, I.Q.;ZORZI,J.L.;<br />

-- Tópicos em Fonoaudiologia. São Paulo,Lovise,1998.p.339-54.<br />

SANTOS JR, J.-- Oclusão – Princípios e Conceitos. São Paulo,Santo,1987.<br />

p


ZEMLIN, W. R.-- Princípios de Anatomia e Fisiologia em Fonoaudiologia.<br />

Artmed,<br />

1998.624p.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!