25.04.2013 Views

bruxismo e suas implicações no sistema estomatognático ... - CEFAC

bruxismo e suas implicações no sistema estomatognático ... - CEFAC

bruxismo e suas implicações no sistema estomatognático ... - CEFAC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>CEFAC</strong><br />

CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA<br />

MOTRICIDADE ORAL<br />

BRUXISMO E SUAS IMPLICAÇÕES NO SISTEMA<br />

ESTOMATOGNÁTICO E NO CRESCIMENTO<br />

CRANIOFACIAL<br />

GISELE GEBER CEZARO<br />

PORTO ALEGRE<br />

1999<br />

Mo<strong>no</strong>grafia de conclusão do curso de<br />

especialização em Motricidade Oral<br />

Orientadora: Miriam Goldenberg


“ A origem de toda ciência está <strong>no</strong> desejo de<br />

conhecer causas e a origem de toda falsa ciência e impostura está <strong>no</strong> desejo de preferir<br />

falsas causas do que nenhuma; ou o que é a mesma coisa na relutância de admitir <strong>no</strong>ssa<br />

própria ig<strong>no</strong>rância”.<br />

Burke e os Fre<strong>no</strong>logistas de Edinburgh


RESUMO<br />

Esta pesquisa teórica tem como objetivo o estudo crítico de um hábito<br />

parafuncional de<strong>no</strong>minado <strong>bruxismo</strong>. Devido às alterações musculares e dentárias<br />

geradas pelo <strong>bruxismo</strong>, busca-se descobrir se este hábito influencia na direção do<br />

crescimento craniofacial.<br />

A maioria dos autores pesquisados são unânimes em afirmar que o <strong>bruxismo</strong><br />

pode trazer seqüelas importantes para todo o <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong>. Entretanto, são<br />

muitas as divergências e controvérsias a respeito da etiologia e tratamento dessa<br />

patologia.<br />

Alguns autores referem que o <strong>bruxismo</strong> provoca modelações ósseas inadequadas<br />

e assimetrias faciais, porém não relatam quais foram os recursos e métodos utilizados<br />

para chegarem a tais constatações.<br />

A partir desse estudo, pode-se refletir o quanto é importante para todos os<br />

profissionais que trabalham com distúrbio do <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong>, inclusive o<br />

fo<strong>no</strong>audiólogo, o conhecimento aprofundado dessa patologia, pois dessa forma estarão<br />

contribuindo para sua prevenção, cura ou minimização das seqüelas.


ABSTRACT<br />

This academic research has as a purpose the critical study of a parafunctional<br />

habit, k<strong>no</strong>wn as bruxism. As bruxism includes excessive forces and movements applied on<br />

tooth contact, wich causes muscle and tooth disorders, scientists have been carrying on<br />

studies in order to discover if this habit influences the direction of the cranium facial<br />

growing.<br />

Most part of other investigators are unanimous in asserting that bruxism can be<br />

responsible for bringing important damages for all the stomatognatic system. However, as<br />

bruxism is a complex disorder that consists of multiple causative factors, there are<br />

controversy and diversion about the etiology and treatment of this pathology.<br />

Some authors refer to bruxism as it provokes inadequate bone formation and facial<br />

assimetry, although they don’t refer to which methods and means they have used to reach<br />

such statements.<br />

Considering this study, it is important to reflect about the necessity of further clinical<br />

researchers in order to contribute to the etiology of this disorder,its causes and treaments,<br />

so the professionals who work with disturbances of the stomatognatic system, as well as<br />

the speech and language pathologist, will be able to contribute to its prevention, healing or<br />

minimization of damages bruxism causes to people.


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 1<br />

2. DISCUSSÃO TEÓRICA................................................................................. 3<br />

2.1. Conceito.................................................................................................. 3<br />

2.2. Etiologia.................................................................................................. 7<br />

2.3. Efeitos..................................................................................................... 11<br />

2.4. Tratamento............................................................................................. 16<br />

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 24<br />

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 26


1. INTRODUÇÃO<br />

Como é comum as pessoas se queixarem de dores musculares, desgastes e<br />

falhas dentárias e todos os incômodos decorrentes do hábito de ranger e apertar dos<br />

dentes. Pensa-se que o fato de ser freqüente não implica que seja algo <strong>no</strong>rmal na vida<br />

das pessoas, pois trata-se de uma patologia, de<strong>no</strong>minada <strong>bruxismo</strong>.<br />

O <strong>bruxismo</strong> provoca alterações <strong>no</strong>s dentes, articulações temporomandibulares,<br />

músculos, funções estomatognáticas e talvez, na direção do crescimento craniofacial.<br />

Supõem-se que quando este hábito se instala na infância, durante os picos de<br />

crescimento, ocorre uma alteração <strong>no</strong> crescimento craniofacial devido à hipertrofia dos<br />

músculos mastigatórios, desgaste severo dos arcos dentais e diminuição da dimensão<br />

vertical.<br />

Para um melhor conhecimento à respeito desta patologia, esse trabalho se<br />

propõe, através de achados bibliográficos, a revisar os aspectos relacionados ao<br />

conceito, etiologia, efeitos e tratamento do <strong>bruxismo</strong>.<br />

Atualmente, os fo<strong>no</strong>audiólogos têm se ocupado, cada vez mais, <strong>no</strong> tratamento de<br />

pacientes portadores de hábitos bucais parafuncionais.


No caso dos bruxôma<strong>no</strong>s, entretanto, é freqüente os fo<strong>no</strong>audiólogos, apesar de<br />

possuírem habilitação para tratar os distúrbios do <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong>,<br />

encaminharem esses pacientes para outros profissionais, isto é, odontólogos, psicólogos<br />

e fisioterapeutas.<br />

Conhecendo-se o caráter patológico e destrutivo do <strong>bruxismo</strong>, será que esse não é<br />

o momento dos fo<strong>no</strong>audiólogos refletirem melhor sobre a sua prática clínica e sentirem-se<br />

autorizados a trabalhar com estes pacientes?<br />

Deseja-se que esse trabalho enriqueça o mundo científico e desperte o interesse<br />

em todas as pessoas que se preocupam em minimizar, curar e prevenir o aparecimento<br />

desta patologia, à execução de projetos e pesquisas <strong>no</strong> sentido de levantar <strong>no</strong>vos<br />

questionamentos e trazer respostas a questões ainda não resolvidas.


2.1 Conceito<br />

2 DISCUSSÃO TEÓRICA<br />

O termo <strong>bruxismo</strong> deriva da palavra grega “Brychein” que significa apertamento,<br />

fricção ou atrito entre os dentes, com força e sem finalidade funcional.<br />

Segundo as pesquisas de Molina (1989), em 1907, Marie e Pietkiewiez<br />

introduziram o termo “Bruxomania” para designar o hábito de cerramento de dentes e,<br />

somente em 1931, através de Frohman o termo “Bruxismo” passou a ser usado.<br />

Andrade, Ondo e Marcia<strong>no</strong> (1997) classificam este hábito em dois tipos: <strong>bruxismo</strong><br />

e briquismo. O primeiro é um ranger de dentes que ocorre durante o so<strong>no</strong>, de caráter<br />

fisiológico e rítmico; o segundo ocorre durante o dia e após o aparecimento de um atrito<br />

dental inicial. De caráter patológico, o briquismo altera e desequilibra todo o <strong>sistema</strong><br />

<strong>estomatognático</strong>, com seqüelas permanentes.<br />

O <strong>bruxismo</strong> é o resultado de uma incoordenação neuromotora dos músculos<br />

mastigatórios e está associado a outros hábitos bucais viciosos, tais como: repetidas<br />

oclusões dentárias, como tique nervoso; projeção ou lateralização mandibular <strong>no</strong>s


movimentos de abrir a boca; mastigar ou falar e estalar a articulação temporomandibular<br />

(Ca<strong>no</strong>ngia, 1996).<br />

Para Ramfjord e Ash (1972) o <strong>bruxismo</strong> deve ser diferenciado de outro tipo de<br />

hábito que ele classifica como mordidas disfuncionais ou hábitos oclusais, que são os<br />

seguintes: morder fortemente os maxilares em posição disfuncional, morder a língua,<br />

lábios e bochechas, morder objetos como unhas, lápis, tubo de pipa e passadores de<br />

cabelo, exercer pressão com os dedos sobre os dentes e vários outros hábitos.<br />

Para os autores, quando o apertamento e fixação dos maxilares e dos dentes<br />

ocorrem em determinadas situações devido a um estresse emocional ou a uma atividade<br />

física, não deve ser considerado como <strong>bruxismo</strong>, pois consideram este como um hábito<br />

não funcional e persistente de ranger e triturar os dentes, na presença de sobrecarga<br />

psíquica.<br />

O <strong>bruxismo</strong> é uma desordem funcional dental complexa, destrutiva e de difícil<br />

identificação, porque a maioria dos pacientes não tem consciência do hábito (Pavone,<br />

1985).<br />

Para Hanson e Barret (1995) a falta de consciência pode estar relacionada ao fato<br />

de que nem sempre ocorre ruído articular <strong>no</strong> ranger de dentes.<br />

Os autores definem o <strong>bruxismo</strong> como um trincar ou ranger dos dentes de caráter<br />

não-funcional. A expressão não-funcional se refere a toda função que não seja<br />

neurovegetativa (sucção, mastigação, deglutição, respiração e fonação).<br />

O <strong>bruxismo</strong> é uma doença psicossomática que se manifesta através dos<br />

movimentos de ranger e apertar os dentes de maneira excessiva, diferente dos contatos<br />

oclusais e dentais <strong>no</strong>rmais que acontecem nas funções de mastigação dependerá das<br />

tendências internas e compulsivas do paciente. Durante o dia, é pouco freqüente, porque<br />

os mecanismos corticais e mesencefálicos, que são os responsáveis pela quantidade de


força colocada sobre os dentes, a tensão, contração e estiramento muscular, são<br />

reprimidos pelos mecanismos de controle consciente que protegem todos os órgãos do<br />

corpo. Durante a <strong>no</strong>ite, quando o indivíduo está dormindo, não existe um controle dos<br />

mecanismos conscientes e é por isso que o <strong>bruxismo</strong> se manifesta como forma de liberar<br />

a tensão emocional que está reprimida. Esse hábito dificilmente é volitivo (Molina, 1989).<br />

Segundo Molina (1989), o ato de ranger os dentes acontece na fase do so<strong>no</strong><br />

conhecida como paradoxal, que são as fases anteriores e posteriores ao so<strong>no</strong> profundo.<br />

O mesmo autor, classifica o <strong>bruxismo</strong> segundo a relação maxilomandibular e<br />

dental, ou seja, <strong>bruxismo</strong> cêntrico e excêntrico. Nos indivíduos com <strong>bruxismo</strong> cêntrico,<br />

ocorre apertamento dental em oclusão cêntrica 1 e/ou relação cêntrica 2 . A contração<br />

muscular é isométrica, o que propicia o acúmulo de irritantes locais, principalmente ácido<br />

acético e ácido lático. Não apresenta facetas de desgaste dental de deslizamento, e os<br />

indivíduos, com esse tipo de <strong>bruxismo</strong>, podem apresentar contatos prematuros cêntricos<br />

com ou sem tensão emocional aumentada.<br />

Nos casos de <strong>bruxismo</strong> excêntrico, há apertamento e deslizamento dos dentes<br />

nas posições protusivas e laterais-protusivas. As facetas de desgaste são excêntricas,<br />

tanto <strong>no</strong>s dentes anteriores como <strong>no</strong>s posteriores, e os contatos prematuros podem ser<br />

cêntricos ou excêntricos. Os movimentos mandibulares são bordejantes, a contração<br />

muscular é isotônica e a musculatura elimina com maior facilidade os resíduos<br />

energéticos, ácidos e irritantes. Os indivíduos, porém, com <strong>bruxismo</strong> excêntrico<br />

apresentam dor, disfunção, hipertrofia muscular e sensibilidade à palpação.<br />

Roldan , citado por Figueiredo, Bianchini e Crivello Jr. (1997) concorda que o<br />

<strong>bruxismo</strong> cêntrico produz contração isométrica e acrescenta que os impulsos sensoriais<br />

1<br />

Oclusão cêntrica é a relação de contato dental não forçada, voluntária ou não, com o maior número de contatos<br />

dentais, inclusive de dentes anteriores.<br />

2<br />

Relação cêntrica é a posição mais retraída da mandíbula a partir da qual os movimentos mandibulares de abertura e<br />

lateralidade podem ser realizados.


dolorosos causam tensão psíquica <strong>no</strong> indivíduo e agravam a hiperatividade muscular,<br />

gerando com isso, um ciclo vicioso de retroalimentação permanentemente.<br />

Para Ramfjord e Ash (1972), a contração muscular <strong>no</strong> <strong>bruxismo</strong> cêntrico não é<br />

somente isométrica, é também isotônica, porque <strong>no</strong> apertamento ocorrem peque<strong>no</strong>s<br />

movimentos do maxilar e conseqüente alteração <strong>no</strong> comprimento dos músculos<br />

envolvidos.<br />

Durante o <strong>bruxismo</strong>, forças excessivas são aplicadas aos músculos elevadores da<br />

mandíbula (masseter, temporal , pterigoideo medial e pterigoideo lateral), principalmente<br />

<strong>no</strong>s movimentos de fechamento , lateralização e protusão.<br />

Nos contatos dentais <strong>no</strong>rmais, realizados na mastigação, as forças musculares<br />

aplicadas são de acordo com a consistência do alimento e dos hábitos mastigatórios.<br />

Essas forças variam de 7 a 25 kg. Em bruxôma<strong>no</strong>s, Molina (1989) observou forças<br />

musculares de até 150 kg.<br />

Segundo Maciel (1996), essas contrações musculares podem desenvolver forças<br />

que variam de 150 a 350 kg. de carga puntiforme, durante os períodos de <strong>bruxismo</strong>.<br />

Em indivíduos <strong>no</strong>rmais, os dentes ficam em contato durante duas horas <strong>no</strong> período<br />

de 24 horas do dia e de acordo com as pesquisas de Molina (1989), este contato, em<br />

bruxôma<strong>no</strong>s, pode chegar até 10 horas, quando incluídos os contatos de mastigação,<br />

deglutição e apertamento dental. Para o autor, os contatos dentais decorrentes do<br />

<strong>bruxismo</strong>, além de serem contínuos e pesados para as estruturas de suporte, são<br />

também gerados em uma direção lateral, ao invés de serem dirigidos axialmente.<br />

Quando forças laterais são aplicadas ao dente e ultrapassam o limiar de<br />

resistência à adaptação periodontal, ocorre mobilidade <strong>no</strong> dente que foi submetido a<br />

essas forças.


Para Molina (1995), o <strong>bruxismo</strong> pode ter origem precoce, antes mesmo da<br />

erupção dos dentes, como uma maneira de compensar a dor que é causada pelo<br />

processo de erupção dentária. O autor também observou a presença do <strong>bruxismo</strong> em<br />

dentições decíduas, mistas, permanentes e em indivíduos usuários de dentaduras.<br />

A incidência desse hábito tem crescido e<strong>no</strong>rmemente, 80 a 90% da população,<br />

incluindo crianças, são portadoras de sinais ou sintomas do <strong>bruxismo</strong> (Maciel, 1996).<br />

Frasca e Mezzomo (1996), acham que a incidência só tende a crescer, porque a<br />

correria do dia-a-dia associado à grande competitividade imposta pela sociedade faz<br />

com que as pessoas fiquem com estresse emocional constante, favorecendo com isso os<br />

hábitos de ranger e apertar os dentes.<br />

Para Giamarchi, Benaiche e Jasmin (1991), a porcentagem de crianças<br />

bruxômanas com dentaduras decíduas é de 7 a 7,7%; em dentição mista aumenta até os<br />

10 a<strong>no</strong>s de idade, atingindo o índice de 22%, e após tende a diminuir.<br />

Love e Clark citado por Pavone (1985), fizeram uma pesquisa sobre a incidência<br />

do <strong>bruxismo</strong> e concluíram que o percentual varia muito, segundo o critério usado para:<br />

definição de <strong>bruxismo</strong>, tipo de diagnóstico aplicado, tipo de população investigada,<br />

questionário usado e objetivos da pesquisa.<br />

2.2 Etiologia<br />

De acordo com Pavone (1985), os fatores etiológicos do <strong>bruxismo</strong> são múltiplos e<br />

difíceis de separar. Ele classifica em psicológico, dental, sistêmico, profissional e<br />

idiopático. Acredita, porém, que os fatores dentais como tipo de oclusão, posição de<br />

dente, mobilidade de dente, padrões de movimento mandibular, morfologia dental e<br />

restaurações dentárias, desempenham um papel predominante na origem deste hábito.


Mongini (1988) diverge desta opinião, para ele os fatores psicogênicos são<br />

primários a qualquer outro fator desencadeante do <strong>bruxismo</strong>.<br />

Molina (1989) e Maciel (1996) sugerem que as causas são psicológicas (tensão<br />

emocional crônica, frustração, ansiedade, medo, hostilidade reprimida) e oclusais<br />

associadas.<br />

Para Molina (1989), os fatores oclusais são os seguintes: defeitos nas superfícies<br />

oclusais dos dentes, expansão nas restaurações de amálgama, rugosidades superficiais,<br />

interferências dos dentes inclinados, dentes supra-irrompidos, dentes posteriores<br />

superiores com torque lingual das coroas, cúspides fora do pla<strong>no</strong> oclusal, pontes sem<br />

anatomia dental, contatos oclusais prematuros em indivíduos com mordidas topo-a-topo<br />

na região anterior e posterior, mordidas cruzadas e dentes ou restaurações fraturadas.<br />

Além destes fatores, o autor salienta o baixo limiar proprioceptivo do indivíduo na<br />

percepção dos contatos prematuros 3 e interferências oclusais 4 , como fator etiológico<br />

importantíssimo, porém sempre quando as dificuldades emocionais estiverem incluídas.<br />

Quando maloclusão e o estresse emocional superam o nível de tolerância<br />

fisiológica do paciente, ocorre hiperatividade muscular e colapso na estrutura que tem um<br />

nível me<strong>no</strong>r de tolerância (Okeson, 1998).<br />

Hanson e Barret (1995) atribuem aos fatores psicogênicos ou de irritação local, ou<br />

à combinação de ambos, a origem do <strong>bruxismo</strong>.<br />

Dawson (1980) afirmou que mínimas interferências oclusais, em qualquer<br />

excursão, podem gerar o <strong>bruxismo</strong>, sendo que o emocional participa apenas como fator<br />

contribuinte. O autor acreditava que quando a tensão muscular era aumentada pela<br />

tensão emocional, na presença de interferências oclusais, ocorria o <strong>bruxismo</strong>.<br />

3 Contatos prematuros são os tipos de oclusão ou contatos dentais que ocorrem antes que os outros dentes se<br />

toquem.


Treze a<strong>no</strong>s após, Dawson (1993) é mais reticente em <strong>suas</strong> afirmações, para ele a<br />

causa do <strong>bruxismo</strong> ainda não está totalmente determinada.<br />

Broder e Nicolis (1997) são adeptos dessa mesma teoria.<br />

Para Frasca e Mezzomo (1996), as interferências oclusais atuam mais como fator<br />

agravante, pois para os mesmos, a tensão psíquica é o fator causal mais importante<br />

desse hábito.<br />

Conforme Nor, Feldens, Witt, Sherer, Thomazi, Martins, Nunes e Araújo (1991), a<br />

etiologia do <strong>bruxismo</strong> em crianças é classificada da seguinte forma:<br />

- origem local: maloclusão, interferência oclusal, padrão de erupção alterado<br />

em decíduos e/ou permanentes, dentes perdidos, cistos dentígeros, presença<br />

de cálculo dental e reabsorção radicular.<br />

- origem sistêmica: padrão alérgico, distúrbio otorri<strong>no</strong>laringológico, deficiências<br />

nutricionais e ou vitamínicas, imbalanços enzimáticos, distúrbios gastro-<br />

intestinais, desordens do <strong>sistema</strong> endócri<strong>no</strong> (hipertireoidismo), influências de<br />

origem genética e hipercinese.<br />

- origem psicológica: estado de ansiedade e depressão, situações de stress<br />

emocional, expressão do medo ou hostilidade, crianças em fase de auto-<br />

afirmação, crianças em fase de descoberta de expressão pelo vocabulário.<br />

- origem ocupacional: crianças que participam em atividades esportivas,<br />

crianças que são cobradas em demasia nas atividades escolares, crianças<br />

que atuam em atividades meticulosas e precisas.<br />

- origem ligada a padrão de desenvolvimento: tentativa de criar um pla<strong>no</strong><br />

individual, a fim de obter uma situação de repouso muscular, trazendo como<br />

conseqüência a instalação de <strong>bruxismo</strong> anterior em dentição decídua.<br />

4 Interferências oclusais são tipos de contato que interferem com os movimentos da mandíbula e que eliminam parcial<br />

ou totalmente uma ou mais guias oclusais do paciente.


Para os autores, as interferências oclusais, a maloclusão, o padrão alérgico, os<br />

distúrbios otorri<strong>no</strong>laringológicos e os distúrbios emocionais são os fatores etiológicos<br />

mais preponderantes.<br />

As prematuridades na relação cêntrica, associada à aflição emocional, servem<br />

como gatilho para o aparecimento do <strong>bruxismo</strong> (Santos, 1987).<br />

Ackermon e Proffit (1994) são contrários à idéia de que maloclusão causa ou<br />

serve de gatilho para o <strong>bruxismo</strong> porque, para os autores, esta afirmação sugere que<br />

todo o bruxôma<strong>no</strong> necessita aperfeiçoar a oclusão.<br />

Há uma estreita relação entre obstrução nasal, em crianças alérgicas, e o<br />

<strong>bruxismo</strong>. Essa relação ocorre em função do edema alérgico dos meatos acústicos, que,<br />

de maneira reflexa, propicia o aparecimento do <strong>bruxismo</strong> como esforço para abrir os<br />

meatos ( Maciel, 1996).<br />

decíduos.<br />

Além deste fator etiológico, o autor acrescenta a mordida cruzada em dentes<br />

Conforme os estudos de Mongini (1988), o uso de drogas do tipo anfetamina<br />

aumenta a incidência do <strong>bruxismo</strong>. Baseado nessa observação, o autor conclui que o<br />

Sistema Nervoso Central influi na origem desse hábito.<br />

Em indivíduos portadores de alterações músculo-esqueléticas (paralisia cerebral)<br />

e retardo mental é comum o ranger de dentes, pois para Pinkham (1996), o <strong>bruxismo</strong> é o<br />

resultado do estado mental e físico básico desses pacientes.<br />

Giamarchi, Benaiche e Jasmin (1991) constataram a presença de <strong>bruxismo</strong> em<br />

gêmeos uni e biviteli<strong>no</strong>s, o que evidencia o caráter hereditário desse hábito<br />

parafuncional.<br />

Dworkin, citado por Mongini (1988), propõe a existência de um mecanismo<br />

intermediário <strong>no</strong> <strong>bruxismo</strong>, entre reflexo sensório-motor e a combinação de estresse com


predisposição genética. O autor observou que um estímulo irritante provoca uma<br />

resposta, que pode ser adequada, diminuindo ou eliminando o estímulo, ou pode ser<br />

inadequada e aumentar o estímulo sensorial, gerando um ciclo vicioso entre estímulo e<br />

reação, que tende a crescer gradativamente. Segundo o autor, esse tipo de mecanismo<br />

pode gerar o <strong>bruxismo</strong>.<br />

Além dos fatores etiológicos relacionados acima, Gallagner, citado por Hanson e<br />

Barret (1995) acrescenta o fator ocupacional, isto é, atividades profissionais que exijam<br />

um alto nível de tensão e precisão.<br />

Para concluir, Parker, citado por Felício (1994), faz uma ressalva importante, que<br />

na etiologia do <strong>bruxismo</strong> alguns profissionais tendem a priorizar aquilo que mais<br />

conhecem, ou seja, os dentistas a oclusão e os psicólogos o emocional.<br />

2.3 Efeitos<br />

Para que ocorram alterações patológicas <strong>no</strong> <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong> do indivíduo<br />

portador de <strong>bruxismo</strong>, Molina (1989) preconiza a necessidade de três fatores:<br />

- persistência do hábito;<br />

- intensidade do hábito;<br />

- duração dos períodos de apertamento e deslizamento dental.<br />

A esses fatores Arita, Carvalho, Silva, Bataglion, Chaguri e Nunes (1990)<br />

acrescentam a idade do paciente associada à evolução do hábito.<br />

O <strong>bruxismo</strong> é um dos hábitos que mais efeitos causa à cavidade oral, porque se<br />

manifesta de forma constante, disfuncional e aplica forças excessivas <strong>no</strong>s tecidos dentais<br />

e periodontais (Molina, 1995).<br />

Segundo o autor, quando o <strong>bruxismo</strong> aparece na infância, as conseqüências sobre<br />

a dentição são profundas. Em dentições decíduas pode desenvolver uma falsa classe III,


acelerar o processo de extração de dentes e com isso, retardar ou até mesmo acelerar a<br />

erupção dos dentes permanentes. Em dentições mistas pode acabar com a guia<br />

anterior 5 , contribuindo para o trauma dos dentes posteriores, durante os movimentos de<br />

protusão. Em dentições permanentes pode provocar o apinhamento dos dentes<br />

anteriores ou agravar um apinhamento já existente, propiciar o acúmulo de placa,<br />

formação de tártaro e, com isso, o estabelecimento da doença periodontal.<br />

Além destas, o autor inclui as seguintes alterações decorrentes do <strong>bruxismo</strong>:<br />

disfunção da articulação temporomandibular, dores de cabeça nas fibras do músculo<br />

temporal e na região lateral e posterior do pescoço, alargamento ou espessamento do<br />

ligamento periodontal e facetas de desgaste <strong>no</strong>s dentes posteriores e anteriores.<br />

O <strong>bruxismo</strong> é a principal causa de mobilidade dental (Pavone, 1985).<br />

A mobilidade dental favorece o aparecimento de diastemas dentais, impactação<br />

de comida ou acumulação de irritantes locais e fendas gengivais.<br />

Segundo o autor, em dentes móveis a oclusão dentária ideal torna-se difícil de<br />

reabilitar e manter.<br />

São os músculos elevadores, que participam <strong>no</strong> fechamento mandibular e que<br />

realizam os movimentos de lateralização e protusão, os responsáveis pelo desgaste<br />

dentário que ocorre <strong>no</strong>s bruxôma<strong>no</strong>s.<br />

Molina (1997) observou que <strong>no</strong> início do aparecimento do <strong>bruxismo</strong>, o desgaste<br />

dental é percebido através do achatamento dos cani<strong>no</strong>s superiores e mais tarde, em<br />

casos severos, em todo arco dental.<br />

Nor, Feldens, Witt, Sherer, Thomazi, Martins, Nunes e Araújo (1991) concordam<br />

que o maior desgaste dentário é encontrado <strong>no</strong>s cani<strong>no</strong>s e ressaltam que ocorre tanto na<br />

dentição decídua como na permanente.<br />

5 Guia anterior é o dente anterior que fornece guia para a mandíbula .Sua característica é ditada pela exata posição e<br />

relação dos dentes anteriores, o que pode ser examinado tanto horizontalmente como verticalmente.


Em dentições naturais, o desgaste maior é <strong>no</strong>s dentes anteriores e em pacientes<br />

que usam próteses dentárias o desgaste é mais intenso <strong>no</strong>s dentes posteriores por<br />

causa da estabilidade e pressão que as dentaduras proporcionam aos dentes<br />

posteriores (Ramfjord e Ash, 1972).<br />

De acordo como Pinkham (1996), quando o <strong>bruxismo</strong> aparece na infância, ocorre<br />

um desgaste moderado de cani<strong>no</strong>s e molares decíduos. Para o autor, raramente, com<br />

exceção de indivíduos incapacitados, esse desgaste pode expor, em demasia, a polpa<br />

dentária ao avançar com uma velocidade maior que a formação de dentina secundária.<br />

O uso excessivo dos dentes, <strong>no</strong>s períodos de <strong>bruxismo</strong>, pode gerar trauma oclusal,<br />

fratura de restaurações e disfunção temporomandibular (Broder e Nicolis, 1997).<br />

Para Maciel (1996), quando o <strong>bruxismo</strong> aparece em crianças, ele pode contribuir<br />

ou agravar apinhamentos dentários, causar modelações ósseas inadequadas e, muitas<br />

vezes relacionadas a outros fatores, desenvolver sérias obstruções respiratórias nasais e<br />

conseqüente respiração oral.<br />

Em seus trabalhos, Felício (1994) ressalta que a perda de suporte posterior e os<br />

desgastes excessivos que ocorrem <strong>no</strong> <strong>bruxismo</strong> provocam a diminuição da dimensão<br />

vertical de oclusão.<br />

A dimensão vertical de oclusão significa a distância entre as arcadas superior e<br />

inferior durante a oclusão dos dentes. Quando a dimensão vertical não é fisiológica,<br />

ocorre uma mudança anatômica <strong>no</strong> <strong>sistema</strong> muscular.<br />

Quando a dimensão vertical está diminuída, ocorre um encurtamento dos músculos<br />

na oclusão, gerando uma alteração facial, que Lopez (1996) classifica como face típica<br />

de “Popeye”.<br />

Maciel (1996) preconiza que, quando ocorre uma adaptação biológica juntamente<br />

com a remodelação óssea ou migração alveolar, ocorre a manutenção da dimensão


vertical de oclusão. Para o autor a perda da dimensão vertical ocorre, somente, quando o<br />

odontoblasto responsável pelo processo adaptativo necrosou.<br />

O <strong>bruxismo</strong> aumenta o tonus muscular, gerando hipertrofia unilateral ou bilateral<br />

dos músculos mastigatórios, principalmente os masseteres. A hipertrofia e hiperfunção<br />

desse músculo podem influenciar <strong>no</strong> desenvolvimento mandibular durante o crescimento,<br />

levando a uma acentuada assimetria facial (Ramfjord e Ash, 1972).<br />

Maciel (1996) concorda com essa afirmação e alerta para o fato de que a<br />

hipertrofia crônica do músculo masseter pode gerar a obstrução do ducto parotídeo. Os<br />

sinais e sintomas desta alteração patológica são: dor facial em tor<strong>no</strong> do canal auditivo<br />

exter<strong>no</strong> e da articulação temporomandibular (ATM); parotidite de glândula salivar<br />

edemaciada; obstrução do canal excretor, isto é, sialodoquite recorrente e, dependendo<br />

da força de contração do conduto de Ste<strong>no</strong>n, à redução de até 70% do fluxo salivar.<br />

Segundo o autor, o aumento da quantidade de água e o cateterismo do ducto são<br />

indicados <strong>no</strong> tratamento dessa alteração.<br />

Maciel (1996) cita também a doença de Thonsen, ou miotonia congênita de<br />

Thonsen, que pode ser confundida com o <strong>bruxismo</strong> por causa da hipertrofia bilateral dos<br />

músculos masseteres. Esta doença promove também uma contração prolongada crônica<br />

dos músculos das coxas, antebraços , ombros e pescoço. Apesar de não existir um<br />

tratamento específico para esta patologia o prognóstico é favorável.<br />

Enlow (1993) acredita que o <strong>bruxismo</strong> desempenha um papel importante na<br />

morfogênese do esqueleto craniofacial.<br />

Figueiredo, Biachini e Crivello Jr. (1998) observaram que os hábitos<br />

parafuncionais interferem <strong>no</strong> crescimento ósseo e <strong>no</strong> equilíbrio da musculatura facial.<br />

O osso, por ser um tecido plástico, reage a todo tipo de pressão colocado sobre<br />

ele. Em posição de repouso, há um equilíbrio entre os músculos e tecidos orofaciais.


Quando ocorre um desequilíbrio nessas estruturas, por pressões a<strong>no</strong>rmais, acontecem<br />

alterações de velocidade e direção de crescimento craniofacial gerando desarmonias<br />

faciais e oclusais.<br />

Essas variações, na direção do crescimento facial, podem ser analisadas pela<br />

cefalometria 6 através de superposições sucessivas.<br />

Molina (1995) sugere que o crescimento do arco maxilar e os ossos da face são<br />

influenciados pela força de contração da musculatura do <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong>,<br />

durante movimentos funcionais e também parafuncionais do <strong>bruxismo</strong> excêntrico. O autor<br />

ressalta ainda que, na presença de periodontite, essas alterações ósseas ocorrem mais<br />

rapidamente. Para ele, a anatomia oclusal é um fator determinante para que ocorra um<br />

equilíbrio entre ossos e músculos.<br />

(1985).<br />

O <strong>bruxismo</strong> pode causar mudanças estéticas e desconforto oral, segundo Pavone<br />

Para Dawson (1980), o desconforto oral pode ser desencadeador de tensão<br />

emocional, mais do que vice-versa.<br />

Este autor acredita que, quando o <strong>bruxismo</strong> é grave, ocorre hipertrofia dos<br />

músculos masseteres e conseqüente alteração <strong>no</strong> contor<strong>no</strong> facial.<br />

Mongini (1988) relata que este hábito altera todos os componentes do <strong>sistema</strong><br />

<strong>estomatognático</strong>. Nos dentes gera atrito, inflamação, necrose da polpa e mobilidade. Nos<br />

músculos, dor e sensibilidade à palpação e na articulação temporomandibular podem<br />

ocorrer dores e ruídos, devido à incoordenação dos dois feixes do músculo pterigóideo<br />

lateral ou à mudança na forma das cabeças articulares.<br />

Mongini (1998) acrescenta a essas conseqüências a perda da dimensão vertical e<br />

o deslocamento mandibular em máxima intercuspidação.<br />

6 Cefalometria é um exame radiológico usado para avaliar o crescimento craniofacial através de sucessivas<br />

sobreposições dos traçados cefalométricos que indicarão a direção geral do crescimento.


Hanson e Barret (1995) relacionam ao <strong>bruxismo</strong> outros sinais e sintomas, tais<br />

como: fadiga da oclusão não mastigatória, irritabilidade e/ou sensibilidade dos dentes,<br />

episódios de mordidas nas bochechas, lábios, língua e presença de cefaléias.<br />

Mais de 50% das pessoas que apresentam dores de cabeça crônica,<br />

provavelmente, têm alterações emocionais e oclusais associadas ao <strong>bruxismo</strong>. (Molina,<br />

1995)<br />

Para Frasca e Mezzomo (1996), esse hábito pode causar perfuração de disco<br />

articular, fratura de dentes, doença articular degenerativa, dores <strong>no</strong> pescoço e colo e má<br />

oclusão.<br />

Além dos sinais e sintomas já supracitados, Nor, Feldens, Witt, Sherer, Thomazi,<br />

Martins, Nunes e Araújo (1991) observaram a presença de edema, zumbido, vertigem e<br />

surdez.<br />

Em <strong>suas</strong> pesquisas, Okeson (1998) faz uma observação à característica mais<br />

citada por vários autores como efeito do <strong>bruxismo</strong>, ou seja, o desgaste dental. Para o<br />

autor, o desgaste dental nem sempre é sinal de <strong>bruxismo</strong>, porque alterações de<br />

sobremordida e sobressaliência correlacionadas com idade, sexo, guias de protusão,<br />

morfologia dento facial, dietas erosivas, força oclusal e fatores ambientais podem,<br />

parcialmente, explicar o desgaste dental encontrado em alguns indivíduos.<br />

Para Giamarchi, Benaiche e Jasmim (1991) as facetas de desgaste não servem<br />

como prova da existência de um <strong>bruxismo</strong> presente e sim para comprovar que tal<br />

episódio aconteceu em algum tempo e por algum motivo.<br />

2.4 Tratamento<br />

Para Molina (1989), o tratamento do <strong>bruxismo</strong> se baseia em cinco objetivos:<br />

- reduzir ao mínimo a tensão emocional do indivíduo;


- eliminar ou diminuir os sintomas e sinais musculares e articulares do indivíduo;<br />

- eliminar ao máximo os contatos prematuros e interferências oclusais do<br />

indivíduo;<br />

- melhorar os padrões de contração-estiramento-repouso alterados da<br />

musculatura;<br />

- aumentar a estabilidade oclusal.<br />

Nos casos mais severos, onde as alterações oclusais são tão importantes quanto<br />

o desequilíbrio emocional, o autor sugere um tratamento multidisciplinar, formado por<br />

psiquiatra, oclusionista, fisioterapeuta e psicólogo.<br />

A utilização e seleção de cada modalidade de tratamento vai depender da<br />

severidade dos sinais e sintomas e outras características peculiares do paciente (Molina,<br />

1995).<br />

O mesmo sugere que, inicialmente, o paciente receba todas as informações a<br />

respeito da patologia e formas de tratamento, do profissional que irá atendê-lo. Dessa<br />

forma, ele acredita que o paciente fica mais participativo e motivado para o processo<br />

terapêutico.<br />

De acordo com o autor, existem os seguintes recursos terapêuticos para o<br />

tratamento do <strong>bruxismo</strong>:<br />

- a reabilitação oclusal com o objetivo de: redistribuir as forças oclusais sobre a<br />

maior quantidade de dentes; distribuir as forças axialmente; promover<br />

estabilidade oclusal; evitar o deslizamento mandibular; reorientar a memória<br />

proprioceptiva e promover o maior número possível de guias oclusais;<br />

- o uso de placas e férulas oclusais para: redistribuir as forças oclusais sobre<br />

ambas articulações; diminuir a intensidade das forças; proteger o esmalte e a


dentina; diminuir a freqüência e/ou intensidade dos episódios do <strong>bruxismo</strong> e<br />

romper o ciclo vicioso da contração muscular sustentada;<br />

- o tratamento psicológico para resolver as questões de frustração, auto-estima,<br />

incapacidade de adaptação aos problemas do dia-a-dia, de não aceitação<br />

pessoal e auto-exigência;<br />

- o uso de medicação do tipo miorrelaxante com a finalidade de eliminar a dor e<br />

a inflamação e reduzir o espasmo muscular, e também, <strong>no</strong>s mecanismos<br />

desencadeadores de frustração, ansiedade e tensão emocional;<br />

- terapia neuromuscular para eliminar, temporariamente, os reflexos musculares<br />

e contrações musculares viciadas;<br />

- tratamento ortodôntico para fechar os espaços entre os dentes e eliminar<br />

inclinação de dentes e mordidas cruzadas anteriores;<br />

- uso de dieta mole visando diminuir a força de contração muscular e o trauma<br />

sobre os tecidos articulares inflamados;<br />

- uso de aparelhos de retroalimentação com o objetivo de reproduzir as<br />

descargas elétricas aumentadas ou diminuídas na musculatura do bruxôma<strong>no</strong><br />

e, com isso, modificar o comportamento dele;<br />

- aplicação de injeção intramuscular de anestésico local em zonas<br />

desencadeantes da dor (músculo masseter, temporal, pterigóideo lateral e o<br />

ester<strong>no</strong>cleidomastóideo) com a finalidade de cortar o ciclo doloroso e de<br />

melhorar a função muscular, temporariamente;<br />

- uso do aparelho estimulador elétrico transcutâneo para promover o<br />

relaxamento, eliminar os sinais de tensão, cansaço, tensão muscular, stress,<br />

cefaléia tensional ou não tensional, enxaqueca, etc...


Molina (1997) ressalta que, quando há cronicidade do hábito, o uso de placas ou<br />

férulas de mordida devem ser utilizadas por períodos mais prolongados porque, dessa<br />

forma, todos os engramas proprioceptivos viciados serão interrompidos.<br />

De acordo com Dawson (1993), o tratamento do <strong>bruxismo</strong> deve ser realizado<br />

através da eliminação das interferências oclusais em qualquer excursão. O autor enfatiza<br />

que este aperfeiçoamento da oclusão tem que ser feito minuciosamente porque o me<strong>no</strong>r<br />

contato prematuro entre os dentes pode desencadear a contração dos músculos<br />

pterigóideos laterais e promover a hipercontração descoordenada <strong>no</strong> músculo elevador.<br />

Às vezes, mesmo depois de atingir a harmonia oclusal, na relação cêntrica, o<br />

ranger de dentes reaparece. Dawson (1993) justifica tal situação pela falta de métodos<br />

precisos que utilizem a manipulação da mandíbula dentro do eixo terminal de fechamento.<br />

Segundo este autor, não interessa se a origem do <strong>bruxismo</strong> é emocional ou<br />

oclusal, o que importa é que, em qualquer caso ou qualquer idade, a oclusão deve ser<br />

extremamente aperfeiçoada.<br />

Para Dawson (1993), a reabilitação pode ser feita de duas formas: diretamente,<br />

através de restaurações oclusais ou ortodontia, e indiretamente através de placas<br />

oclusais, com os objetivos de preservar o equilíbrio, que já foi conseguido pela<br />

reabilitação oclusal, e reduzir o desgaste e a mobilidade dos dentes.<br />

Tratar o paciente, entretanto, com métodos temporários (protetor de boca <strong>no</strong>tur<strong>no</strong>,<br />

medicação miorrelaxante e o uso de uma esponja na boca para dormir) para diminuir os<br />

sintomas, parece para este autor, muitas vezes, desnecessário, porque gera um tempo<br />

extra de tratamento, faz com que o paciente tenha que usar aparelhos “esdrúxulos” e a<br />

ingestão de medicamentos.<br />

As abordagens de aprendizagem, usadas para ensinar o paciente a ficar com uma<br />

postura de lábios cerrados e dentes afastados servem, de acordo com Dawson (1993),


como um recurso a mais para os casos de hipermobilidade de dentes, entretanto essa<br />

abordagem só pode ser usada como coadjuvante da correção oclusal.<br />

De acordo com o mesmo autor, na reabilitação do bruxôma<strong>no</strong> existem dois<br />

problemas difíceis de resolver, o primeiro é quando o paciente tem sinusite crônica e o<br />

segundo quando o paciente desgastou toda a sua oclusão, deixando-a plana numa<br />

relação topo-a-topo.<br />

A sinusite crônica impede a manutenção da oclusão equilibrada, porque a pressão<br />

<strong>no</strong>s sinus provoca a mobilidade das raízes dos dentes superiores.<br />

vinil flexível.<br />

Dawson (1993) sugere, durante essas crises, o uso de placa protetora <strong>no</strong>turna de<br />

Quanto ao desgaste severo de toda oclusão, o autor acredita que a abordagem<br />

terapêutica mais adequada é a manutenção da guia anterior plana. Em alguns casos, <strong>no</strong><br />

entanto, o paciente preocupa-se mais em manter uma estética anterior. Para melhorar a<br />

estética, a guia anterior tem que ser angulada, esta, porém, propicia os movimentos de<br />

ranger dos dentes.<br />

Para este autor, a solução desse problema é entrar em acordo com o paciente,<br />

isto é, um certo grau de <strong>bruxismo</strong> deverá ser aceito, visando melhorar a estética.<br />

Pinkham (1996) acredita que o tratamento em crianças bruxômanas deve iniciar<br />

com intervenções simples, isto é, identificar e ajustar as interferências oclusais. Se essa<br />

intervenção não for necessária ou fracassar, o autor propõe o encaminhamento para<br />

avaliação sistêmica ou o uso de protetor bucal, confeccionado de plástico mole, com o<br />

objetivo de proteger os dentes e eliminar esse hábito.<br />

Caso o <strong>bruxismo</strong> seja decorrente de problemas emocionais, encaminha-se o<br />

paciente a um especialista em desenvolvimento infantil. No entanto, Pinkham (1996) acha<br />

que esse tipo de encaminhamento raramente é necessário.


De acordo com Ash, Ramfjord e Schmidseder (1998), quando o <strong>bruxismo</strong> é<br />

agressivo, deve-se usar férula oclusal com a intenção de: controlar o desgaste e as<br />

fraturas dos dentes naturais; controlar os riscos de fraturas de restaurações estéticas;<br />

controlar o desgaste exagerado de restaurações posteriores com resinas; facilitar a<br />

distribuição de carga desenvolvida durante o <strong>bruxismo</strong> e o nível e direção de <strong>suas</strong> forças.<br />

Os autores sugerem ainda que, nesse tipo de <strong>bruxismo</strong>, seja feita avaliação<br />

psicológica do paciente, pois os mesmos observaram em determinados pacientes, que<br />

fazem uso de medicação do tipo Lítio, um <strong>bruxismo</strong> extremamente agressivo.<br />

Lopez (1996) indica, além do uso de férulas oclusais <strong>no</strong>turnas, a educação do<br />

paciente, ou seja, o profissional fornece informações ao paciente sobre os efeitos <strong>no</strong>civos<br />

de ranger e apertar os dentes, visando à eliminação dessa patologia.<br />

Okeson (1998) concorda com esse tipo de abordagem, porque dessa forma o<br />

paciente fica bem instruído a respeito de sua patologia e, através de mecanismos<br />

conscientes, ele consegue, pelo me<strong>no</strong>s durante o dia, controlar o hábito.<br />

Em <strong>suas</strong> pesquisas, Mongini (1988) relata que sessões de bio-realimentação<br />

(biofeedback) podem ser benéficas <strong>no</strong> tratamento do <strong>bruxismo</strong>.<br />

O uso de retroalimentador EMG pode ser útil na reeducação da musculatura<br />

envolvida e <strong>no</strong> redirecionamento da tensão emocional. (Molina, 1997)<br />

O processo de cura do <strong>bruxismo</strong> é variável, porque depende da etiologia e<br />

sintomatologia (Giamarchi, Benaiche e Jasmin, 1991).<br />

Para os autores, esse tratamento pode ser realizado por médico generalista,<br />

fisioterapeuta, psicólogo ou, para resolver questões sintomatológicas, o cirurgião<br />

dentista.


Na prática clínica, os autores observaram que, em crianças e adolescentes,<br />

dificilmente existe uma demanda para tratamento, porém caso seja necessário, eles<br />

aconselham a reabilitação oclusal e o uso de placas de vinil oclusal.<br />

Hanson e Barret (1995) são da opinião que <strong>no</strong> tratamento do <strong>bruxismo</strong> é<br />

relativamente fácil atingir progressos temporários, porém é comum a reincidência desse<br />

transtor<strong>no</strong>.<br />

Os autores propõem, além das abordagens supracitadas, o uso da hip<strong>no</strong>se e<br />

da prática negativa. Nessa última, o paciente trinca seus dentes, voluntariamente, durante<br />

várias vezes ao dia.<br />

Ramfjord e Ash (1972) são contrários ao uso da hip<strong>no</strong>se nestes casos, porque<br />

pode causar uma crise psiconeurótica.<br />

A boa compreensão da patologia do <strong>bruxismo</strong>, <strong>suas</strong> características e etiologia,<br />

proporcionam ao clínico um melhor entendimento das possibilidades e limitações que ele<br />

terá que enfrentar em nível de tratamento (Frasca e Mezzomo, 1996).<br />

Das abordagens disponíveis para eliminação do <strong>bruxismo</strong>, os autores privilegiam<br />

a psicoterapia, pois observaram que, em alguns casos, apenas a elaboração dos<br />

conflitos emocionais leva à resolução desse hábito.<br />

Para eles, a função do dentista, nesses casos, fica restrita a controlar e eliminar os<br />

da<strong>no</strong>s causados pelo hábito.<br />

Segundo Besnilian, citado por Frasca e Mezzomo (1996), a melhor intervenção<br />

odontológica, é o diagnóstico precoce, pois dessa forma, evitará que esse hábito<br />

prejudique todo o <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong>.<br />

Okeson (1998), contrariando todos os autores pesquisados afirma, em publicação<br />

recente, que: “até o presente momento não há método de tratamento conhecido para<br />

eliminar permanentemente o <strong>bruxismo</strong>. Embora as placas oclusais protejam contra efeitos


da<strong>no</strong>sos, elas não curam o paciente com <strong>bruxismo</strong>. Na maioria das vezes, quando um<br />

tratamento a longo prazo com placa termina, o <strong>bruxismo</strong> retorna.” (pg. 274).<br />

Entretanto, para alterar o ciclo do so<strong>no</strong> e diminuir a atividade desse hábito, este<br />

autor sugere o uso de antidepressivo tricíclico, em doses muito baixas, antes de dormir.<br />

Segundo Pavone (1985), o tratamento do <strong>bruxismo</strong> é complicado porque existem<br />

várias opções terapêuticas, mas poucas evidências clínicas que uma forma de tratamento<br />

especifico é realmente efetiva.<br />

Para este autor, tratar um bruxôma<strong>no</strong> representa um dos maiores desafios em<br />

odontologia clínica.


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Com base nesse estudo, compreende-se que o <strong>bruxismo</strong> é um hábito bucal de alta<br />

prevalência e prejudicial a todo <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong>.<br />

Manifesta-se através de movimentos constantes, disfuncionais e fortes da<br />

musculatura elevadora da mandíbula, com a finalidade de apertar e deslizar os dentes<br />

entre si.<br />

É dessa forma que esses músculos tornam-se hipertróficos, os dentes<br />

desgastados e, num processo acumulativo, ocorre uma diminuição vertical de oclusão,<br />

que também gera um encurtamento desses músculos, na oclusão.<br />

Sabe-se que os músculos mastigatórios, principalmente os temporais e<br />

masseteres, são os maiores responsáveis pelo crescimento craniofacial, e que os dentes<br />

são fontes de estímulo para esse crescimento.<br />

A contração muscular excessiva associada à diminuição da dimensão vertical de<br />

oclusão, decorrente do <strong>bruxismo</strong> portanto, interferem na direção do crescimento<br />

craniofacial.<br />

Segundo os autores pesquisados, o <strong>bruxismo</strong> influencia na morfogênese do<br />

esqueleto craniofacial, provoca modelações ósseas inadequadas e assimetrias faciais.


Entretanto, esses autores não relatam que métodos ou recursos utilizam para chegar a<br />

estas afirmações.<br />

Para isso, sugere-se a realização de estudos longitudinais através de<br />

sobreposições de diversos traçados cefalométricos de um mesmo indivíduo em<br />

diferentes épocas do seu crescimento.<br />

Os fatores etiológicos do <strong>bruxismo</strong> são múltiplos, porém os fatores locais e<br />

emocionais são os maiores desencadeadores do hábito e também vítimas dele, pois o<br />

<strong>bruxismo</strong> pode comprometer o indivíduo como um todo, sua integridade física e<br />

emocional.<br />

Quanto ao tratamento, constatou-se que, apesar de existir muitas divergências e<br />

controvérsias , a maioria dos autores pesquisados preconizam o ajuste oclusal, o uso de<br />

placa e férula oclusal e a conscientização do paciente através de informações a respeito<br />

das características e tratamento dessa patologia.<br />

Dentre os vários profisssionais e abordagens terapêuticas citadas pelos autores,<br />

não foi sugerido o tratamento fo<strong>no</strong>audiológico.<br />

Acredita-se que o fo<strong>no</strong>audiólogo, inserido em uma equipe multidisciplinar, possa<br />

contribuir, através da abordagem de motricidade oral, <strong>no</strong> diagnóstico e na minimização<br />

ou eliminação dos sinais e sintomas do <strong>bruxismo</strong>.<br />

Para concluir sugere-se que, o fo<strong>no</strong>audiólogo e todos os profissionais que se<br />

interessam por distúrbios do <strong>sistema</strong> <strong>estomatognático</strong>, aprimorem seus conhecimentos a<br />

respeito desse hábito bucal para que dessa forma realizem estudos e pesquisas<br />

direcionados à prevenção e ao diagnóstico precoce dessa patologia.


4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ACKERMAN, J.L. & PROFFIT, W.R. Diagnóstico e Planejamento do Tratamento<br />

Ortodôntico. In: GRABER, M.T. & VANARSDALL, R.L. Jr. Ortodontia - Princípios e<br />

Técnicas Atuais. Rio de Janeiro ,Guanabara Koogan, 1994, p. 3-87.<br />

ANDRADE, C.V.; MARCIANO,M.H.G.; ONDO, T. Síndrome de Rett: manifestações orais<br />

e propostas de tratamento para o <strong>bruxismo</strong> e briquismo. Temas sobre Desenv., 6:<br />

40-3, 1997.<br />

ARAÚJO, F.B.; FELDENS, E.G.; MARTINS, E.A .; NOR,J.E.; NUNES,R.; SCHERER,<br />

S.C.; THOMAZI, T.H.; WITT, S.M.R. Bruxismo em crianças. Revista da Faculdade de<br />

Odontologia, 32 18-21,1991.<br />

ARITA, C.A .; CARVALHO, P.C.L.; SILVA, M.A.M.R.; BATAGLION;CHAGURI, N.A.;<br />

NUNES, L.J. Alterações provocadas pelo <strong>bruxismo</strong>. RGO, 38(4): 257-61,1990.<br />

BARRET, R. H. & HANSON, M.L. Fundamentos da miologia Orofacial .Rio de Janeiro,<br />

Enelivros, 1995, 416p.


BIANCHINI, E.M.G.; CRIVELLO. O. Jr.; FIGUEIREDO, E.S. Hábitos Parafuncionais em<br />

Pacientes Portadores de Disfunção Dolorosa da Articulação Temporomandibular. In:<br />

MARCHESAN, I.Q.; ZORZI, J.L.; GOMES, I.C.D. Tópicos em fo<strong>no</strong>audiologia.<br />

1997/1998.<br />

BRODER, H.; NICOLIS, K. Bruxismo. In: HUPP, J.R.; WILLIAMS, T.P.; VALLERAND, T.<br />

Odontologia: consulta rápida. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997, 614 p.<br />

CANONGIA, M.B. Hábitos viciosos. Jornal Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia<br />

Maxilar, 1 (2): 35-40, 1996.<br />

DAWSON, P.E. Avaliação, Diagnóstico e Tratamento dos Problemas Oclusais. São<br />

Paulo, Artes Médicas, 1980, 405p.<br />

_______ . _______ . São Paulo, Artes Médicas,1993, p. 686.<br />

ENLOW, H. D. Crescimento Facial. São Paulo, Artes Medicas, 1993. 553p.<br />

FELÍCIO, M.C. Fo<strong>no</strong>audiologia nas desordens Temporomandibulares. Rio de<br />

Janeiro, Guanabara Koogan, 1994.179p.<br />

FERREIRA, F.V. Ortodontia, Diagnóstico e Planejamento Clínico. São Paulo, Artes<br />

Médicas, 1997. 495p.<br />

FRASCA, L.C.F. & MEZZOMO, E. Dor na ATM - O que fazer? In: BOTTINO, M.A. &<br />

TODESCAN, F. Atualização na Clínica Odontológica. São Paulo, Artes Médicas.<br />

1996. p. 357-82.<br />

GIAMARCHI, M.M.; BENAICHE, N.J.; JASMIN, J.R. Reve D’Odonto-Stomatologie,<br />

20(3): 179-82, 1991.<br />

LOPEZ, V. J. Próteses sobre implantes: oclusão, casos clínicas e laboratório. São<br />

Paulo, Quintessence, 1996. 264p.


MACIEL, R. N. Oclusão e ATM. Procedimentos Clínicos. São Paulo, Santos, 1996.<br />

397p.<br />

MOLINA, O . F. Fisiopatologia Craniomandibular . São Paulo, Pancast, 1989. 595p.<br />

____________. São Paulo, Pancast, 1995.677p.<br />

____________. Placas de Mordida na Terapia Oclusal. São Paulo, Pancast, 1997. 615p.<br />

MONGINI, F. O Sistema Estomatognático. São Paulo, Quintessence, 1988. 373p.<br />

__________ ATM e Músculos Craniocervicofaciais. Fisiopatologia e Tratamento .<br />

São Paulo, Santos, 1998. 274p.<br />

OKESON, J. P. Dor Orofacial - Guia para Avaliação, Diagnóstico e Tratamento . São<br />

Paulo, Quintessence, 1998. 287p.<br />

__________. Dores Bucofaciais de Bell. São Paulo, Quintessence, 1998. 500p.<br />

PINKHAM, J. R. Odontopediatria da infância à adolescência. São Paulo, Artes<br />

Médicas, 1996. 661p.<br />

RAMFJORD, S.; ASH, M.M. Oclusion. Rio de Janeiro, Interamérica, 1972. 400p.<br />

RAMFJORD, S.; ASH, M.M.; SCHMIDSEDER, J. Oclusão. São Paulo, Santos, 1998.<br />

195p.<br />

SANTOS J., Jr. Oclusão – princípios e conceitos. São Paulo, Santos, 1987. 217p.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!