Pedagogia dos monstros - Apresentação
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conflito com as demandas das relações sociais. Ao<br />
negociar as auto-imagens fornecidas, por exemplo,<br />
pela educação e pela cultura popular, o eu nunca se<br />
reconhece plenamente a si próprio. Ele continua com<br />
a suspeita de que deve haver algo mais que as normas<br />
e as banais transgressões que estão disponíveis.<br />
“O que amamos em nossa imagem é algo mais que a<br />
imagem”, argumenta Joan Copjec. “Assim, o narcisismo<br />
é a fonte da malevolência com a qual o sujeito<br />
vê sua imagem, a agressividade que ele libera sobre<br />
todas as suas representações. E, assim, o sujeito emerge<br />
como uma transgressão da lei e não em conformidade<br />
com ela” (COPJEC, 1989, p. 70).<br />
Toquei, aqui, apenas na superfície de uma discussão<br />
antiga e difícil. Meu limitado objetivo foi o de<br />
esboçar o tipo de teoria da subjetividade necessária<br />
para sustentar minha análise mais ampla da dinâmica<br />
entre o pedagógico e o performativo na educação e<br />
na cultura popular. A moral subjacente é bastante simples:<br />
a dinâmica da subjetificação é muito mais complicada<br />
e dolorosa do que a simples identificação com<br />
os — ou a re-encenação <strong>dos</strong> — atributos e comportamentos<br />
prescritos pelas tecnologias sociais e culturais.<br />
O modelo que sugeri deveria — espero — tornar possível<br />
começar a responder às questões de Jacqueline<br />
Rose sobre “como a fantasia age como legitimação” e<br />
sobre “as formas precisas de identificação e transmissão<br />
que estão no cerne da instituição”.<br />
Na análise da educação, por exemplo, este tipo de<br />
abordagem tem sido desenvolvido por Valerie Walkerdine<br />
e suas colegas, quando exploram o modo como<br />
as garotas negociam as categorias e as conotações<br />
simbólicas da Matemática, na escola. Elas insistem que<br />
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