25.04.2013 Views

Pedagogia dos monstros - Apresentação

Pedagogia dos monstros - Apresentação

Pedagogia dos monstros - Apresentação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Parece estar implícita na justaposição que Henry<br />

James faz da maquinaria da educação agindo sobre a<br />

alma do cidadão uma ansiedade que percorre muitas<br />

das discussões do entre-guerras sobre a civilização de<br />

massas. 1 Trata-se do medo de que as fronteiras do<br />

humano possam não ser fixas nem impermeáveis.<br />

Se assim fosse, não poderia, então, ocorrer — sob o<br />

degradante sistema fabril de produção em massa e sob<br />

a linha de montagem taylorizada — que o humano<br />

fosse absorvido pela máquina? Não estavam as tecnologias<br />

produtivas e sociais da sociedade de massas deslocando<br />

aquilo que é essencialmente humano — a alma<br />

— e transformando as pessoas em máquinas?<br />

O ícone mais dramático desses temores era o robô.<br />

No filme de Fritz Lang, Metropolis (1926), as massas<br />

escravizadas que labutam para o Moloch industrial em<br />

gigantescas oficinas subterrâneas são reduzidas a engrenagens<br />

descartáveis, indefinidamente repetindo<br />

ações determinadas, mecânicas, numa sombria versão<br />

expressionista do insano operário fabril de Chaplin<br />

em Tempos modernos. Em contraste com este proletariado<br />

robotizado, a fascinação do robô, no filme, é que<br />

ele é demasiadamente humano. Ele produz destruição<br />

quando, tal como o monstro de Frankenstein, desenvolve<br />

vontade e desejos próprios.<br />

91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!