Pedagogia dos monstros - Apresentação
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um processo de significação que deve apagar qualquer<br />
presença prévia ou originária da nação-povo para<br />
demonstrar o prodigioso e vivo princípio do povo<br />
como um processo contínuo pelo qual a vida nacional<br />
é redimida e significada como um processo repetitivo<br />
e reprodutivo (BHABHA, 1990, p. 297).<br />
É porque esses dois ritmos nunca estão totalmente<br />
em sincronia que as fronteiras entre a educação, o<br />
governo e a cultura popular não são, nunca, resolvidas.<br />
Algumas vezes o pedagógico e o popular coincidem;<br />
outras vezes eles se sobrepõem; outras vezes,<br />
ainda, eles estão em conflito.<br />
Isto não significa renunciar à política convencional,<br />
mas, em vez disso, reconhecer sua especificidade e o<br />
status necessariamente provisório ou particularista de<br />
seu discurso. A análise da articulação entre o pedagógico<br />
e o performativo feita por Bhabha também se afasta<br />
de uma preocupação exclusiva com esta esfera delimitada<br />
para se aproximar da vida cotidiana, do normal e<br />
da rotina como um locus de análise e intervenção. É<br />
aqui, na aula da manhã de hoje ou no programa de<br />
televisão de hoje à noite, que os dramas singulares da<br />
autoridade e da autonomia são encena<strong>dos</strong>.<br />
Essas são estórias não apenas sobre razão e intencionalidade,<br />
mas especialmente sobre a confusa dinâmica<br />
do desejo, da fantasia e da transgressão. Estou<br />
lidando com formas de viver que são, para citar, outra<br />
vez, Homi Bhabha<br />
mais complexas do que o conceito de “comunidade”;<br />
mais simbólicas do que o conceito de “sociedade”;<br />
... mais retóricas do que a razão de estado; mais<br />
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