25.04.2013 Views

Pedagogia dos monstros - Apresentação

Pedagogia dos monstros - Apresentação

Pedagogia dos monstros - Apresentação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

154<br />

persigam em todas as épocas ou com igual intensidade.<br />

De forma mais importante, isto continua a ser o feito<br />

distintivo da esfera especial da autocultivação estética<br />

e não a fundação de todas as outras esferas nas quais a<br />

vida social é conduzida, através de outros meios, em<br />

direção a outros fins.<br />

Os custos intelectuais associa<strong>dos</strong> com a tentativa<br />

de Donald de resgatar a “agência”, identificando-a com<br />

a formação do sujeito, são, assim, demasiadamente<br />

altos. Na verdade, eles implicam renunciar ao projeto<br />

de uma descrição positivo-histórica <strong>dos</strong> atributos humanos<br />

em favor daquela prática especializada da autoproblematização<br />

associada com a crítica dialética. Se<br />

por agência compreendemos as capacidades humanas<br />

para o pensamento e a ação, então, dada a irredutível<br />

positividade, variedade e dispersão das tecnologias de<br />

existência e condutas de vida através das quais essas<br />

capacidades são formadas, não é plausível supor que a<br />

agência tenha uma forma geral; e é ainda menos plausível<br />

identificar esta forma geral com aquela conduta<br />

ocidental especial que chamamos de formação do sujeito.<br />

Além disso, este investimento teórico no conceito<br />

de sujeito é bastante desnecessário. Deve-se<br />

lembrar que Donald pretende resgatar a agência humana<br />

através da maneira pela qual ele, inicialmente,<br />

problematiza o conceito de sujeito; isto é, ao tratar o<br />

sujeito autoformativo como a criatura de tecnologias<br />

governamentais como a escolarização estatal. Diferentemente<br />

de Donald, entretanto, vimos o que significa<br />

problematizar “o sujeito”: o fato de que a agência humana<br />

não tem uma forma geral que possa ser encapsulada<br />

por este termo, que é mais bem confinada ao<br />

limitado domínio da cultivação ética no qual ela tem

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!