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Pedagogia dos monstros - Apresentação

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eflexões e de seus atos, que seus pensamentos e ações<br />

são, fundamentalmente, racionais e conscientes. Trata-se<br />

do conhecido “sujeito cartesiano”, assim chamado<br />

por ter sido, supostamente, descrito pela primeira<br />

vez por Descartes. Esse “sujeito” caracteriza-se, assim,<br />

por ser centrado, unificado, homogêneo, racional,<br />

consciente, reflexivo. Esse “sujeito” tem uma interioridade,<br />

um núcleo de subjetividade supostamente présocial,<br />

extralingüístico e a-histórico. Trata-se, enfim,<br />

de um sujeito soberano.<br />

É, primeiramente, a Psicanálise, com Freud e, depois,<br />

com Lacan, que vai atacar a soberania desse sujeito<br />

ao afirmar que ele não é quem pensa que é, que ele<br />

não faz o que pensa que faz. Com a Psicanálise o sujeito<br />

cartesiano sofre um primeiro descentramento: ele é<br />

deslocado do consciente para o inconsciente, de um<br />

núcleo essencial para um processo formativo, do prélingüístico<br />

e do pré-social para o lingüístico e o social.<br />

É com a chamada “teoria pós-estruturalista” e com as<br />

perspectivas chamadas de “pós-modernas”, entretanto,<br />

que a “teoria do sujeito” vai se tornar claramente insustentável.<br />

Com Foucault, o “sujeito” não passa de um<br />

efeito das práticas lingüísticas e discursivas que o constroem<br />

como tal. Se, para a Psicanálise, o sujeito não é<br />

quem ele pensa que é, para Foucault, o sujeito não é<br />

nada mais do que aquilo que dele se diz. O “sujeito”,<br />

mais do que originário e soberano, é derivado e dependente.<br />

O “sujeito” que conhecemos como base e fundamento<br />

da ação é, na verdade, um produto da história.<br />

Com Derrida, é o persistente pressuposto do sujeito<br />

concebido como presença para si mesmo, em cuja<br />

interioridade o próprio mundo existiria também como<br />

presença, que vai ser posto à prova. Para Derrida, a<br />

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