Pedagogia dos monstros - Apresentação
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Aprenda a ir ver os “piores” filmes; eles são, às vezes,<br />
sublimes.<br />
Ado Kyrou<br />
Um típico filme americano, ingênuo e tolo, pode<br />
— apesar de toda sua tolice e até mesmo através<br />
dela — ser instrutivo. Um filme inglês pretensioso,<br />
autoconsciente, pode não ensinar nada. Foram<br />
muitas as vezes em que aprendi algo a partir de<br />
um filme americano tolo.<br />
Ludwig Wittgenstein<br />
“A história do Diabo, o vocabulário associado às<br />
formas populares de praguejar, as canções e os hábitos<br />
do jardim de infância — tudo isso está, agora, adquirindo<br />
importância para mim”, escreveu Freud em<br />
uma carta em 1897 (FREUD, 1953-6, p. 243). Em<br />
1914, ele observou em “O Moisés de Michelângelo”<br />
que a técnica da psicanálise deve “adivinhar coisas secretas<br />
e ocultas a partir de características desprezadas<br />
ou pouco notadas, isto é, a partir do lixo de nossas<br />
observações”. Essa sensibilidade moderna relativamente<br />
às lições do transitório, do evasivo e do contingente é<br />
igualmente evidente no estudo sobre o Doppelgänger<br />
publicado em 1914 pelo discípulo e colega de Freud,<br />
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