Vera Clotilde Garcia Carneiro 1 - Instituto de Matemática - UFRGS

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25.04.2013 Views

movimentaram as figuras, observaram e, algumas vezes usando recursos de medida, do software, identificaram e listaram características invariantes 4 . Para isso, é preciso conhecer os movimentos do software e relacioná-los com transformações geométricas. O que havia sido feito na aula anterior foi reforçado. É preciso também ter noções de ângulos, medidas e relações entre segmentos de reta: retas paralelas e perpendiculares. Os termos que não vieram à tona, espontaneamente, foram sugeridos pelo ministrante. Ao final da aula, um aluno apresentou seus resultados aos demais, com auxílio do telão, de modo a que todos compartilhassem de suas descobertas. Nesta exposição, passamos a usar o termo “família” para designar os quadriláteros, salientando que cada figura, na tela, é representante de uma grande família de figuras com as mesmas características. Duas figuras fazem parte de uma mesma família quando uma delas pode ser transformada na outra, pelas transformações geométricas. Podem-se distinguir duas fases, na resolução do problema da aula: uma de manipulação das figuras, observação e questionamento e outra de formalização escrita. O problema de partida, na Aula 3, foi o de representar no papel, de diferentes maneiras, as seguintes famílias: trapézio, paralelogramo, retângulo, losango, quadrado. Os alunos consultaram a Tabela elaborada na Aula 2 e criaram figuras, consultando a COLEÇÃO DE OBJETOS apresentada na tela e agindo sobre eles, novamente, com movimentos do plano. Reforçamos constantemente os termos “família”, “invariantes” e “transformações geométricas”. Na Aula 4, pedimos para identificar os quadriláteros representados por figuras delineadas no papel. Nesta aula, colocamos novamente a questão A (em Anexo). Incentivamos os alunos a expressar sua primeira intuição sobre a denominação da figura dada no papel, para depois confirmá-la com auxílio da COLEÇÃO DE FIGURAS, manipulando-a convenientemente. Na Aula 5, pedimos relações entre os diferentes quadriláteros. Para isso, recorremos a questões clássicas extraídas dos livros didáticos consultados. Porém, como logo vamos explicar, algumas das respostas obtidas diferem das do livro, quando as questões são analisadas no ambiente informatizado. Exemplo de questões formuladas: 4 Cada quadrilátero é representado por uma coleção dedesenhos em movimento”, e os invariantes são as propriedades geométricas intrínsecas ao conceito.

Entre as sentenças seguintes, quais são verdadeiras e quais são falsas: Todo paralelogramo é quadrilátero; nenhum paralelogramo é trapézio. Todo retângulo é paralelogramo; todo paralelogramo é retângulo. Todo quadrado é retângulo; todo quadrado é losango. Todo retângulo é quadrado; existem paralelogramos que são retângulos. Existem retângulos que são quadrados; existem losangos que são quadrados. Para resolver esta questão, a estratégia natural do aluno é recorrer novamente à COLEÇÃO DE OBJETOS da 24aula 2; localizar um quadrilátero qualquer e verificar que, com alguns movimentos, obtém um paralelogramo; localizar um paralelogramo e verificar que pode transformá-lo em retângulo; localizar um losango e transformá-lo num quadrado. A idéia de inclusão emerge da idéia de transformação. Cada sentença é analisada nos movimentos da tela. Para esta questão são necessários saberes e fazeres das aulas anteriores: a idéia de famílias de quadriláteros, a idéia de movimento e de transformação. O objetivo é a harmonização das componentes figural e conceitual. VI. Análise a posteriori As investigações que recorrem à experimentação em sala de aula, muitas vezes, incluem uma avaliação externa de grupos experimentais ou grupos(?) de testemunho diferentes, para verificar sua validade. Na Engenharia Didática, a validação é essencialmente interna, fundada no confronto entre a análise a priori e a análise a posteriori (Artigue, 1996, p. 197). Para esta autora, o confronto destas duas análises, a priori e a posteriori, consiste em investigar aquilo que foi considerado nas hipóteses e que, na prática, sofreu distorções, deixando de ser válido. A idéia-chave, neste artigo, é mostrar o quanto a caminhada proposta pela Engenharia Didática contribui para a formação do professor e para a produção de conhecimento, justamente (?) em razão da reflexão e do enfrentamento das dificuldades e dos impasses. Nessa linha, relatamos impasses ocorridos a partir da segunda aula. Na 24aula 2, buscando identificar os invariantes, nos quadriláteros, sob efeito das transformações geométricas, os alunos atuaram em duplas. Um deles operava com o software, movimentando as figuras. O outro anotava as observações.

movimentaram as figuras, observaram e, algumas vezes usando recursos <strong>de</strong> medida, do software,<br />

i<strong>de</strong>ntificaram e listaram características invariantes 4 .<br />

Para isso, é preciso conhecer os movimentos do software e relacioná-los com<br />

transformações geométricas. O que havia sido feito na aula anterior foi reforçado. É preciso<br />

também ter noções <strong>de</strong> ângulos, medidas e relações entre segmentos <strong>de</strong> reta: retas paralelas e<br />

perpendiculares. Os termos que não vieram à tona, espontaneamente, foram sugeridos pelo<br />

ministrante.<br />

Ao final da aula, um aluno apresentou seus resultados aos <strong>de</strong>mais, com auxílio do telão, <strong>de</strong><br />

modo a que todos compartilhassem <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>scobertas. Nesta exposição, passamos a usar o termo<br />

“família” para <strong>de</strong>signar os quadriláteros, salientando que cada figura, na tela, é representante <strong>de</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> família <strong>de</strong> figuras com as mesmas características. Duas figuras fazem parte <strong>de</strong> uma<br />

mesma família quando uma <strong>de</strong>las po<strong>de</strong> ser transformada na outra, pelas transformações<br />

geométricas.<br />

Po<strong>de</strong>m-se distinguir duas fases, na resolução do problema da aula: uma <strong>de</strong> manipulação das<br />

figuras, observação e questionamento e outra <strong>de</strong> formalização escrita.<br />

O problema <strong>de</strong> partida, na Aula 3, foi o <strong>de</strong> representar no papel, <strong>de</strong> diferentes maneiras,<br />

as seguintes famílias: trapézio, paralelogramo, retângulo, losango, quadrado. Os alunos<br />

consultaram a Tabela elaborada na Aula 2 e criaram figuras, consultando a COLEÇÃO DE<br />

OBJETOS apresentada na tela e agindo sobre eles, novamente, com movimentos do plano.<br />

Reforçamos constantemente os termos “família”, “invariantes” e “transformações geométricas”.<br />

Na Aula 4, pedimos para i<strong>de</strong>ntificar os quadriláteros representados por figuras <strong>de</strong>lineadas<br />

no papel. Nesta aula, colocamos novamente a questão A (em Anexo). Incentivamos os alunos a<br />

expressar sua primeira intuição sobre a <strong>de</strong>nominação da figura dada no papel, para <strong>de</strong>pois<br />

confirmá-la com auxílio da COLEÇÃO DE FIGURAS, manipulando-a convenientemente.<br />

Na Aula 5, pedimos relações entre os diferentes quadriláteros. Para isso, recorremos a<br />

questões clássicas extraídas dos livros didáticos consultados. Porém, como logo vamos explicar,<br />

algumas das respostas obtidas diferem das do livro, quando as questões são analisadas no ambiente<br />

informatizado.<br />

Exemplo <strong>de</strong> questões formuladas:<br />

4 Cada quadrilátero é representado por uma coleção <strong>de</strong> “<strong>de</strong>senhos em movimento”, e os invariantes<br />

são as proprieda<strong>de</strong>s geométricas intrínsecas ao conceito.

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