O Capitão-mór André Gaudie Ley - Biblioteca Virtual José de Mesquita
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O CAPITÃO-MÓR ANDRÉ GAUDIE LEY E A SUA DESCENDÊNCIA<br />
D. Bárbara e a segunda com João Fleury <strong>de</strong> Camargo, <strong>de</strong><br />
importante família goyana, que residira em Cuyabá, on<strong>de</strong>, em<br />
1834, exercera o cargo <strong>de</strong> Vereador Municipal (21) .<br />
Rita <strong>de</strong>lfina <strong>Gaudie</strong> tendo se enviuvado logo, contrahiu<br />
segundas núpcias em Cuyabá, a 17 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1842,<br />
recebendo por esposo o sargento-<strong>mór</strong> <strong>José</strong> Maria Ferreira,<br />
também viúvo.<br />
As outras filhas do <strong>Capitão</strong>-<strong>mór</strong> também se casaram em<br />
Cuyabá, a <strong>de</strong> nome Constança Carolina com o Doutor <strong>José</strong> da<br />
Costa Leite Falcão, em 21 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1841, a <strong>de</strong> nome<br />
Maria Antonia com o <strong>Capitão</strong> Antonio <strong>de</strong> Cerqueira Caldas,<br />
<strong>de</strong>pois Barão <strong>de</strong> Diamantino, em 20 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1842 e a<br />
<strong>de</strong> nome Luiza Olympia com o Commendador e Te. Cel. Luiz<br />
Moreira Serra, em 25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1846.<br />
Três dos seus filhos igualmente se tinham casado:<br />
<strong>André</strong> com Rita <strong>de</strong> Campos Maciel, <strong>de</strong> importante família<br />
Cuyabana, Joaquim com D. Catharina Dulce Nunes, irman da<br />
Baroneza <strong>de</strong> Poconé e Antonio com D. Marianna Rosa da Silva<br />
Albuquerque, filha do Te. Albuquerque e netta do <strong>Capitão</strong>-<strong>mór</strong>.<br />
De forma que ao morrer em 1852, <strong>de</strong>ixou o <strong>Capitão</strong>-<strong>mór</strong><br />
casados 12 dos seus filhos, excepção apenas do Dr. João<br />
<strong>Gaudie</strong> <strong>Ley</strong>, que morrera solteiro e o Dr. Luiz <strong>Gaudie</strong> <strong>Ley</strong>, que<br />
veiu a casar-se annos <strong>de</strong>pois, no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
(21) Vi<strong>de</strong> acta da Câmara Municipal, na Revista “O Archivo” <strong>de</strong> Cuyabá,<br />
anno 1 n. 4.<br />
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JOSÉ DE MESQUITA<br />
CAPITULO X<br />
Morte do <strong>Capitão</strong>-<strong>mór</strong> – (1852) – Retrospecto da sua vida e<br />
da sua acção na socieda<strong>de</strong> Cuyabana.<br />
Temos chegado ao fim <strong>de</strong>ste estudo históricogenealógico<br />
na parte referente ao <strong>Capitão</strong>-<strong>mór</strong> <strong>André</strong> <strong>Gaudie</strong>.<br />
Após alguns annos <strong>de</strong>dicados á família e a boa disposição dos<br />
seus negócios particulares, o digno varão, cercado <strong>de</strong> seus<br />
filhos e nettos aureolado pela estima publica a que fizera jus<br />
pelas peregrinas virtu<strong>de</strong>s, cerrou para sempre os olhos á luz da<br />
vida no dia 17 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1852, nesta mesma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Cuyabá a que o vinculavam os mais doces laços <strong>de</strong><br />
affectivida<strong>de</strong>.<br />
Governava a Província como Vice-presi<strong>de</strong>nte o Sr.<br />
Augusto Leverger, <strong>de</strong>pois Barão <strong>de</strong> Melgaço, seu intimo amigo<br />
e <strong>de</strong> seu filho Joaquim <strong>Gaudie</strong> <strong>Ley</strong>, e os seus funeraes,<br />
realisados no mesmo dia, embora <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong><br />
sumptuosida<strong>de</strong>, conforme <strong>de</strong>sejo expresso em seu testamento,<br />
foram concorridíssimos, sendo-lhe prestadas todas honras<br />
fúnebres a que tinha direito pela sua elevada patente. (22)<br />
O seu corpo foi inhumado no Consistório da Irmanda<strong>de</strong><br />
do Senhor Bom Jesus, na Sé Cathedral, on<strong>de</strong>,<br />
(22) Deixou o cap.-<strong>mór</strong> o seu testamento feito em data <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong><br />
Fevereiro <strong>de</strong> 1851 o que vai transcripto no fim <strong>de</strong>sta obra, – notável<br />
documento psicológico, pela rara fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e minucioso cuidado que o<br />
dictaram.<br />
O seu inventario, iniciado em 12 <strong>de</strong> Outubro do mesmo anno <strong>de</strong><br />
1852, sendo inventariante o seu filho Joaquim, foi ultimado, pelo<br />
julgamento da partilha, em 16 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1853, elevando-se o monte<br />
partível 95.018$118 em casas, escravos, títulos e bens móveis.<br />
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