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tuberculose peritoneal.pmd - SPR

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gumas séries pediátricas tem sido descrita freqüência<br />

maior, de até 64% dos casos [12] .<br />

Existem três formas de apresentação, que usualmente<br />

se sobrepõem: a forma “úmida”, que é a mais<br />

freqüente e cursa com a presença de ascite; a forma<br />

“seca”, com nódulos caseosos e fibrose; e a forma “fibrótica”,<br />

menos comum, com massas omentais, agrupamento<br />

de alças e mesentério e adesões [6] .<br />

Entre os achados tomográficos da <strong>tuberculose</strong> <strong>peritoneal</strong>,<br />

um dos mais freqüentes é a ascite, encontrada<br />

em quantidade variável, livre, localizada ou loculada. O<br />

fluido tipicamente tem maior atenuação que a água (25–<br />

45 UH), devido ao elevado conteúdo protéico e/ou celularidade<br />

elevada. A distribuição do líquido ascítico<br />

parece não ser importante na diferenciação entre etiologias<br />

[3,6,11] . Porém, o achado de nível lipo-hídrico, em<br />

associação com linfonodos necróticos, é altamente específico<br />

de ascite tuberculosa [13] .<br />

Outro achado comum é a adenopatia tuberculosa,<br />

que acomete os linfonodos mesentéricos, omentais,<br />

peripancreáticos, periportais, pericavais e paraaórticos<br />

superiores. O aspecto tomográfico mais freqüente é o<br />

realce periférico, com baixa atenuação central, que é<br />

bastante sugestivo, mas não patognomônico. Linfonodos<br />

maiores podem ser multiloculados e podem estar<br />

associados a fibrose e calcificações [2–4,6,9] .<br />

Na <strong>tuberculose</strong> <strong>peritoneal</strong>, o peritônio geralmente<br />

se encontra leve a moderadamente espessado, bem delimitado<br />

e com realce pronunciado. O omento pode<br />

apresentar-se espessado ou borrado, associado a fino<br />

realce circunjacente, devido a delgado componente fibroso<br />

(linha omental) [2–4,6,9] .<br />

O acometimento mesentérico ocorre como lesões<br />

micronodulares (< 0,5 cm) ou macronodulares (> 0,5<br />

Fig. 8 – Implantes peritoneais calcificados (setas) em paciente com cistoadenocarcinoma seroso de ovário.<br />

Tuberculose <strong>peritoneal</strong>: como diagnosticar? / Peixoto Fº AAA et al.<br />

cm), espessamento, densificação e perda da configuração<br />

habitual, podendo haver retração de alças por fibrose,<br />

conferindo aspecto “estrelado”. Os macronódulos mesentéricos<br />

podem ser vistos com baixa densidade em até<br />

40% dos casos ou com calcificações em 14% dos pacientes<br />

[14] . Esses nódulos representam tubérculos com ou<br />

sem necrose caseosa, tanto em linfonodos quanto na superfície<br />

mesentérica [11] . É importante lembrar que, em<br />

pacientes com carcinomatose <strong>peritoneal</strong> decorrente de<br />

disseminação de carcinoma seroso de ovário, também<br />

se pode observar massas peritoneais calcificadas (Fig. 8).<br />

A esplenomegalia e as calcificações esplênicas são<br />

dois outros sinais observados mais freqüentemente em<br />

associação com a <strong>tuberculose</strong> <strong>peritoneal</strong> do que na carcinomatose<br />

<strong>peritoneal</strong> [14] .<br />

Pelo menos dois estudos na literatura procuraram<br />

diferenciar a <strong>tuberculose</strong> <strong>peritoneal</strong> da carcinomatose<br />

<strong>peritoneal</strong> por intermédio da TC. Esses estudos demonstraram<br />

que os sinais mais específicos para sugerir<br />

o diagnóstico de <strong>tuberculose</strong> <strong>peritoneal</strong> são os macronódulos<br />

mesentéricos e anormalidades esplênicas, incluindo<br />

esplenomegalia e calcificações. Por outro lado,<br />

o achado mais sugestivo de carcinomatose <strong>peritoneal</strong> é<br />

o espessamento irregular do omento [11,14] .<br />

O diagnóstico diferencial da <strong>tuberculose</strong> <strong>peritoneal</strong><br />

é extenso, incluindo outras doenças granulomatosas,<br />

como a sarcoidose e a amiloidose sistêmica, outros processos<br />

infecciosos (peritonites não-tuberculosas como a<br />

actinomicose e a equinococose) e formas malignas, como<br />

o linfoma, o mesotelioma e a carcinomatose <strong>peritoneal</strong> [10] .<br />

Esta última entidade é, muitas vezes, um desafio para o<br />

radiologista, com o diagnóstico sendo firmado apenas<br />

por intermédio de procedimentos invasivos, como a peritonioscopia<br />

ou a laparotomia exploradora.<br />

Rev Imagem 2007;29(2):47–52 51

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