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APRESENTANDO O PROJETO - WebEduc - Ministério da Educação

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PRÊMIO PROFESSORES<br />

DO<br />

BRASIL – 3ª EDIÇÃO


PRÊMIO PROFESSORES DO<br />

BRASIL 3ª EDIÇÃO<br />

CATEGORIA – EDUCAÇÃO<br />

INFANTIL<br />

VAMOS APRENDER COM A<br />

M.P.B?<br />

BA


SÍNTESE<br />

SUMÁRIO<br />

1.0. OBJETIVO GERAL..........................................................................6<br />

1.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................6<br />

2.0. RELATO DA EXPERIÊNCIA............................................................6<br />

3.0. CONTEXTUALIZAÇÃO..................................................................19<br />

4.0. JUSTIFICATIVA.............................................................................20<br />

5.0. RESULTADOS OBTIDOS..............................................................21<br />

6.0. AVALIAÇÃO...................................................................................21<br />

REFERÊNCIAS<br />

ANEXOS


SÍNTESE<br />

Durante o ano de 2007 foi observado que o repertório musical <strong>da</strong>s crianças <strong>da</strong> nossa<br />

escola era bastante restrito e com grande apelo sexual. Sempre que eram<br />

estimula<strong>da</strong>s para cantar logo começavam a entoar o pagode do momento,<br />

acompanhado de um vocabulário inadequado para a i<strong>da</strong>de e coreografias<br />

extremamente erotiza<strong>da</strong>s, porém entendíamos que isso era reflexo do meio e do seu<br />

contexto social. A partir <strong>da</strong>í surgiu o desejo de proporcionar a estas crianças o<br />

contato com outros ritmos e estilos musicais já que a música e a <strong>da</strong>nça era de<br />

grande interesse delas e o nosso país rico em musicali<strong>da</strong>de.<br />

É importante relembrar que o contato com a arte, exemplifica<strong>da</strong> aqui pela arte<br />

musical, foi valorizado por diferentes motivos, nas mais varia<strong>da</strong>s culturas, e pode ser<br />

um importante meio de estimular a criativi<strong>da</strong>de e a crítica, pois é possível<br />

estabelecer correlações entre a criativi<strong>da</strong>de e a criação de diferentes formas de<br />

pensar ou entender o mundo. Ao mesmo tempo, a música pode possibilitar à criança<br />

a expressão de uma forma autônoma e livre, e se comunicar com os demais<br />

indivíduos.<br />

Trabalhar com a música na educação infantil é importante não só como<br />

entretenimento, mas no auxílio do aprendizado <strong>da</strong> fala, como o de aprender a ouvir e<br />

na coordenação motora. A música tem ain<strong>da</strong>, o dom de aproximar as pessoas; a<br />

criança que vive em contato com a música aprende a conviver melhor com as outras<br />

crianças e estabelece um meio de se comunicar muito mais harmonioso do que<br />

aquela que é priva<strong>da</strong> <strong>da</strong> música; em contra parti<strong>da</strong>, quando aprende a tocar algum<br />

instrumento, também aprende a ficar sozinha, sem se sentir solitária ou carente de<br />

atenção.<br />

Outro fator importante é que a música é pura matemática e certamente aqueles que<br />

a estu<strong>da</strong>m desenvolvem maior capaci<strong>da</strong>de de aprendizado nessa matéria. Ëlia<br />

Fernandes defende que “uma criança que tenha uma boa educação musical será um<br />

ótimo aluno nas diversas áreas como matemática, português e nas áreas que<br />

requerem mais criativi<strong>da</strong>de”. Além desses motivos a importância de propiciar as<br />

crianças o contato com a história <strong>da</strong> música e com um repertório musical de<br />

quali<strong>da</strong>de, partindo do pressuposto do papel fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> língua materna para a<br />

ampliação do repertório lingüístico <strong>da</strong>s mesmas e a aquisição do conhecimento do<br />

meio físico e sócio-cultural a que se repitam o contexto <strong>da</strong>s músicas populares<br />

brasileiras, é de grande relevância trabalhar com esse tema. A música expressa<br />

diferentes emoções e estado de ânimo, acompanhando as mais diversas situações,<br />

ouvir música, aprender uma canção são ativi<strong>da</strong>des que despertam e desenvolvem a<br />

linguagem oral e escrita, e estimulam o gosto pela ativi<strong>da</strong>de musical.<br />

A metodologia adota<strong>da</strong> é a Pedogagia de Projetos, pois acreditamos que um dos<br />

benefícios de se trabalhar com essa metodologia é permitir às crianças que<br />

estabeleçam múltiplas relações, ampliando suas idéias sobre determinado assunto,<br />

buscando complementações com conhecimentos pertinentes e diferentes<br />

conteúdos.<br />

O objetivo principal do projeto é despertar e desenvolver na criança através <strong>da</strong><br />

música popular brasileira o gosto musical, percebendo diferentes ritmos, sons e<br />

estilos; valorizando a nossa herança artística e cultural, respeitando os diferentes


movimentos e tendências estimulando a linguagem oral e escrita, assim como as<br />

diferentes áreas de conhecimento.<br />

Avaliação como processo contínuo, gra<strong>da</strong>tivo e formativo é a preocupação de uma<br />

prática pe<strong>da</strong>gógica que considera o conhecimento como um todo, de maneira global.<br />

A observação e o registro são feitos diariamente, tendo sempre um caderno como<br />

companheiro e tirando muitas fotos, além de selecionar as ativi<strong>da</strong>des que iram<br />

compor o portifólio do grupo. Outro fator importante é revisar, o que foi trabalhado<br />

em ca<strong>da</strong> etapa, pois acredito que a ampliação dos conhecimentos se dá através <strong>da</strong><br />

construção de novas relações.Durante todo processo vem surgindo in<strong>da</strong>gações e<br />

idéias, com a turma sempre muito participativa. Vale ressaltar que ele está sendo<br />

trabalhado de forma interdisciplinar, repensando a aprendizagem como um processo<br />

indissociável entre as áreas de conhecimento, utilizando as múltiplas formas de<br />

linguagens que as crianças são capazes de utilizar ao relacionar-se com o mundo.<br />

Com esse projeto as crianças estão tendo a oportuni<strong>da</strong>de de partilhar os<br />

conhecimentos adquiridos, além de demonstrar a mu<strong>da</strong>nça do seu repertório<br />

musical e o desenvolvimento <strong>da</strong> linguagem oral e escrita. Inclusive este fator é<br />

relevante, pois o mesmo está oportunizando o exercício <strong>da</strong>s práticas sociais de<br />

leitura e escrita, possibilitando o letramento e a conseqüente aquisição <strong>da</strong> base<br />

alfabética <strong>da</strong>s crianças, registrando avanços nessa área por todo grupo.<br />

Isso prova que uma escola de educação infantil precisa ser mais do que um lugar<br />

agradável, onde se brinca, ela deve ser principalmente um espaço estimulante,<br />

educativo, seguro, e afetivo, oferecendo um cotidiano rico, diversificado e<br />

investigativo.<br />

O projeto também vem contando com a participação <strong>da</strong> família sempre<br />

comparecendo e participando <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des quando solicita<strong>da</strong>s, além de contar com<br />

o apoio <strong>da</strong> direção, coordenação, professores e funcionários <strong>da</strong> instituição.


1. OBJETIVO GERAL<br />

Despertar e desenvolver na criança através <strong>da</strong> música popular brasileira o<br />

gosto musical, percebendo diferentes ritmos, sons e estilos; valorizando a nossa<br />

herança artística e cultural, respeitando os diferentes movimentos e tendências,<br />

estimulando a linguagem oral e escrita, assim como as diferentes áreas de<br />

conhecimento.<br />

1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

Apreciar o gosto pela música;<br />

Ampliar seu vocabulário;<br />

Diferenciar tipos de textos;<br />

Conhecer novas formas de expressão artísticas (corporal e plástica);<br />

Favorecer a sua capaci<strong>da</strong>de oral, propiciando situações de comunicação,<br />

de atos de leitura e de escrita;<br />

Conhecer diferentes estilos musicais, ampliando seu repertório,<br />

conhecendo novos músicos e compositores <strong>da</strong> MPB<br />

2.0. RELATO DA EXPERIÊNCIA<br />

• INICIANDO O <strong>PROJETO</strong>... LEVANTAMENTO PRÉVIO<br />

Para ter certeza que o projeto alcançaria os objetivos previstos foi<br />

realiza<strong>da</strong> uma son<strong>da</strong>gem com o grupo depois do período de a<strong>da</strong>ptação.<br />

Ao serem perguntados pela música preferi<strong>da</strong> os alunos responderam:<br />

-“Arroxa via<strong>da</strong>”... - Nataliane.<br />

-“Rala a theca no chão”... - Josilene, Stephanie, Emile.<br />

-“Cadê os cachaceiros, como é que é”... - Diogo, Luís Paulo, Gabriel.<br />

-“Desce com a mão no tabaco”... - Ingrid e Nataliane.<br />

-“Não vale mais chorar por ele”... - Maicon.<br />

Foi notório constatar que o repertório <strong>da</strong>s crianças era de pouca quali<strong>da</strong>de<br />

e com grande apelo sexual tanto pelas letras <strong>da</strong>s músicas, quanto pelas<br />

coreografias.<br />

Quando uma criança começava a cantar, to<strong>da</strong>s as outras acompanhavam<br />

com entusiasmo, foi possível perceber o gosto pela música e pela <strong>da</strong>nça, foco<br />

principal do projeto.<br />

A importância de o professor investigar o conhecimento prévio <strong>da</strong>s<br />

crianças a respeito do tema que será abor<strong>da</strong>do é primordial, pois estabelecer<br />

relações entre o que já conhece e o novo torna a aprendizagem mais significativa.<br />

Esse é um momento riquíssimo em que as crianças colocam em jogo<br />

tudo o que sabem sobre o assunto. O levantamento prévio permite ao/a professor/a<br />

elaborar um plano de ação e o roteiro de ativi<strong>da</strong>des que serão desenvolvi<strong>da</strong>s.<br />

Mas, o objetivo principal desta son<strong>da</strong>gem era conhecer o repertório<br />

musical <strong>da</strong>s crianças, para que este pudesse ser ampliado, pois as ativi<strong>da</strong>des<br />

musicais nas escolas devem partir do que as crianças já conhecem.<br />

Cabe aos /as professores/as, criar situações de aprendizagem nas quais<br />

as crianças possam estar em relação com um número variado de produções<br />

musicais, não apenas vincula<strong>da</strong>s ao seu ambiente sonoro, mas se possível também<br />

06


de origens diversas, como, de outras famílias, de outras comuni<strong>da</strong>des, de outras<br />

culturas de diferentes quali<strong>da</strong>des: folclore, música popular, música erudita e outros.<br />

Depois de feita a son<strong>da</strong>gem com o grupo, estava na hora de informar aos<br />

pais sobre o projeto que seria desenvolvido com os seus filhos.<br />

Os pais/responsáveis pelas crianças receberam uma carta/convite para<br />

participarem de uma reunião.<br />

A professora iniciou a reunião agradecendo a presença de todos, e<br />

solicitou que o grupo ouvisse com atenção duas músicas que ela iria colocar.<br />

A primeira música era um pagode que tinha como refrão:...”vaza canhão,<br />

vaza canhão, vaza canhão”... Esta tinha uma linguagem com conotações pejorativas<br />

em relação às mulheres.<br />

A segun<strong>da</strong> música era de Roberto Carlos e tinha como refrão:...”é preciso<br />

saber viver, é preciso saber viver”...<br />

Durante a primeira música as mães demonstraram vergonha em<br />

acompanhar cantando, mesmo àquelas que conheciam a letra.<br />

Na segun<strong>da</strong> música o grupo cantou sem inibição.<br />

A professora perguntou se alguém gostaria de fazer algum comentário<br />

sobre as mesmas.<br />

A tia de Stephanie disse que a primeira música falava mal <strong>da</strong>s mulheres e<br />

que não era bom para as crianças ouvirem esse tipo de mensagem, já a segun<strong>da</strong><br />

música falava que devemos saber viver.<br />

A avó de Maicon disse:<br />

- Apesar dos problemas podemos tirar as pedras do caminho.<br />

Já a mãe de Jackson falou:<br />

- Acho difícil isso acontecer devido ao meio em que vivemos.<br />

As mães de Erilane e Nayrane disseram que temos que educar os filhos,<br />

estimulando para coisas boas, pois devemos acreditar sempre no melhor.<br />

O grupo chegou à conclusão que o repertório musical dos filhos era de<br />

pouca quali<strong>da</strong>de e demonstraram alegria ao saberem do projeto que será<br />

desenvolvido com o grupo.<br />

Foi solicitado o apoio <strong>da</strong>s famílias e todos concor<strong>da</strong>ram em aju<strong>da</strong>r no<br />

desenvolvimento do mesmo (fotos constam no portifólio, anexo 01).<br />

• <strong>APRESENTANDO</strong> O <strong>PROJETO</strong><br />

Para apresentar o projeto ao grupo, a sala de aula foi totalmente<br />

modifica<strong>da</strong> pela professora. Mesas e cadeiras foram retira<strong>da</strong>s, um mural com o<br />

nome do projeto e várias notas musicais colori<strong>da</strong>s foram coloca<strong>da</strong>s enfeitando o<br />

ambiente e um grande baú de madeira foi colocado no centro <strong>da</strong> mesma fechado. O<br />

espaço foi preparado de modo a estimular o interesse e a participação <strong>da</strong>s crianças.<br />

Logo na chega<strong>da</strong> Ingrid perguntou se iria ter uma festa, pois estava tudo<br />

bonito. Então a professora falou que iriam ter uma surpresa.<br />

Depois que todos chegaram, a mesma solicitou que fosse feita uma<br />

rodinha e observassem o que estava no centro <strong>da</strong> sala.<br />

- É uma caixa de palha – disse Ingrid.<br />

- É um baú de palha – falou Anderson.<br />

- É um baú de madeira – explicou Nayrane.<br />

- E dentro do baú o que terá? – perguntou a professora.<br />

- Tem um boneco de pano – respondeu Ingrid.<br />

07


- Uma máscara – falou Emile.<br />

- Tem palha – disse Josilene.<br />

- Então vamos ver o que tem dentro? Quem quer ver? – perguntou.<br />

- Todo mundo quer ver – afirmou Gabriel.<br />

Ao abrir o baú, a professora foi retirando algumas fantasias e as crianças<br />

ficaram encanta<strong>da</strong>s. Então foi chamando um a um para escolher algo para usar.<br />

Aos poucos todos foram se transformando, à medi<strong>da</strong> que iam escolhendo<br />

a fantasia que queriam usar, era possível ver todos entrando no mundo <strong>da</strong><br />

imaginação, pois logo Welton virou o leão, Ingrid rodopiava pela sala comouma<br />

bailarina e todos interagiam uns com os outros.<br />

- Que tal se a gente fizesse uma festa? – convidou.<br />

Todos concor<strong>da</strong>ram.<br />

- E o que anima uma festa? – in<strong>da</strong>gou.<br />

- O som – gritou Ingrid rapi<strong>da</strong>mente.<br />

- Por que o som? – continuou.<br />

- Porque na festa tem que ter música – afirmou Ingrid.<br />

- Quando tem música a gente <strong>da</strong>nça de qualquer jeito – falou Nayrane.<br />

- A gente canta – falou Maicon.<br />

- Fica divertido – comentou Ingrid.<br />

Então a professora pegou uma caixa menor e retirou um microfone de<br />

dentro.<br />

- Olha é um controle na mão <strong>da</strong> pró – afirmou Fabrício.<br />

- É um telefone – informou Maicon..<br />

- É um microfone – disse Ingrid.<br />

- É pra gente cantar – disse Welton.<br />

A professora pediu para que todos falassem o seu nome no microfone. Ao<br />

ouvirem as músicas <strong>da</strong>nçavam conforme o ritmo, às vezes sozinhos, às vezes em<br />

dupla ou em grupos.<br />

Adoraram ouvir as cantigas de ninar. Nesse momento todos deitaram e<br />

Nayrane foi logo dizendo: - Está na hora de dormir.<br />

Impressionante foi perceber como se concentraram, fechando os olhos<br />

para ouvirem as músicas.<br />

Depois do relaxamento a professora perguntou se tinham gostado <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong>de.<br />

Em coro todos disseram que sim.<br />

Ela então salientou que iriam conhecer músicas novas e que faziam parte<br />

<strong>da</strong> nossa herança musical.<br />

- Que bom! Eu adoro cantar – falou Ingrid.<br />

A alegria e o interesse do grupo durante to<strong>da</strong> vivência, deu a certeza que<br />

o projeto será um ver<strong>da</strong>deiro sucesso. (Fotos dessa ativi<strong>da</strong>de constam no anexo 02,<br />

do portfólio).<br />

08


• MÚSICA – LINDO BALÃO AZUL<br />

Nesse dia a professora iniciou a ativi<strong>da</strong>de perguntando quem conhecia a<br />

Turma do Sítio do Pica-Pau-Amarelo.<br />

Logo surgiram vários comentários como:<br />

-Lá tem o saci e tem uma bruxa que é má e tem um sapo – respondeu<br />

Maicon.<br />

-Também tem uma menina que fica to<strong>da</strong> pinta<strong>da</strong> – falou Ingrid.<br />

-Ela é uma boneca de pano – explicou Nataliane.<br />

-Lá também tem uma cozinheira que faz comi<strong>da</strong> gostosa igual a Dina –<br />

continuou Nataliane, comparando Tia Nastácia a merendeira <strong>da</strong> escola.<br />

Depois de muita conversa a professora mostrou a capa de um disco de<br />

vinil e perguntou o que estavam vendo.<br />

- É o Visconde, ele é feito de milho – explicou Maicon.<br />

- Olha a Emília – mostrou Nayrane.<br />

Então ela explicou que eles iriam aprender uma música que falava de<br />

quatro personagens do Sítio do Pica - pau - Amarelo: Visconde, Narizinho, Emília e<br />

Pedrinho.<br />

- O nome dela é Lindo Balão Azul – informou a professora.<br />

Primeiro ouviram a música, estrofe, por estrofe, depois <strong>da</strong>nçaram e<br />

cantaram.<br />

Ingrid foi logo dizendo que já conhecia a música.<br />

Foi solicitado que todos fossem para as mesinhas onde, receberam a letra<br />

<strong>da</strong> música.<br />

A professora explicou que a música era dividi<strong>da</strong> em estrofes e que o refrão<br />

era o que a gente repetia. Foi realiza<strong>da</strong> a leitura virtual e todos acompanharam com<br />

o dedinho. Quando se perdiam, perguntavam logo.<br />

- Onde você tá, Pró? – perguntou Renilson, demonstrando interesse pela<br />

ativi<strong>da</strong>de.<br />

Durante a leitura foram percebendo que existiam palavras que não<br />

conheciam, a professora ia escrevendo no quadro e explicou que iriam pesquisar no<br />

dicionário o significado <strong>da</strong>s mesmas.<br />

Durante o decorrer <strong>da</strong> semana foram realiza<strong>da</strong>s diferentes ativi<strong>da</strong>des<br />

relaciona<strong>da</strong>s à música trabalha<strong>da</strong>: pesquisa no dicionário, Internet, reescrita de<br />

algumas palavras, desenhos, listas de palavras, ativi<strong>da</strong>des psicomotoras e ensaios.<br />

As crianças também tiveram a oportuni<strong>da</strong>de de conhecer uma radiola e o<br />

disco de vinil, percebendo as diferenças de um CD e de um LP e dos avanços por<br />

que passaram no decorrer dos anos.<br />

- Um é grande e o outro é pequeno - falou Eduardo.<br />

O grupo adorou a música e os personagens do Sítio. Foi nítido notar o<br />

interesse <strong>da</strong>s crianças ao fazerem a leitura virtual iniciando assim, o interesse pela<br />

leitura e escrita. O entusiasmo foi tanto que ensaiamos uma apresentação para os<br />

outros grupos, para isso elaboraram convites, confeccionaram os adereços e<br />

figurinos. (ativi<strong>da</strong>des, listas e fotos relativas a essa música estão no anexo 03 do<br />

portifólio).<br />

09


• MÚSICA - ANJO DO CÉU.<br />

Na rodinha a professora falou que iriam conhecer uma nova música.<br />

Quando ela começou a tocar, todos começaram a <strong>da</strong>nçar conforme o ritmo de ca<strong>da</strong><br />

um.<br />

Depois que ouviram e <strong>da</strong>nçaram a música, a professora perguntou quem<br />

conhecia aquele ritmo.<br />

Depois de um breve silêncio, ela lembrou o dia que <strong>da</strong>nçaram muitas<br />

músicas diferentes.<br />

- A gente <strong>da</strong>nçou samba – lembrou Erilane.<br />

- É forró – falou Maicon.<br />

- É música de dormir – disse Emile, referindo-se a cantiga de ninar.<br />

Depois de discutir sobre os diferentes ritmos, a professora explicou que o<br />

ritmo <strong>da</strong> música apresenta<strong>da</strong> era o reggae, ritmo tipicamente africano.<br />

Com essa música foi possível pesquisar a origem do reggae e descobrir a<br />

importância dos africanos em nossa herança cultural, como surgiu esse ritmo e qual<br />

era a mensagem que eles procuravam transmitir.<br />

As crianças descobriram também que no Brasil existem várias ban<strong>da</strong>s de<br />

reggae e a grande maioria conhecia a ban<strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de Negra.<br />

Localizaram também a África, o Brasil e a Jamaica no mapa e no globo<br />

terrestre.<br />

Conheceram alguns costumes, comi<strong>da</strong>s e palavras que her<strong>da</strong>mos dos<br />

Africanos.<br />

Foram conta<strong>da</strong>s histórias que reportavam à África, onde as crianças foram<br />

percebendo características físicas semelhantes aos personagens <strong>da</strong>s mesmas.<br />

Ao se olhar no espelho Renilson falou:<br />

- Eu sou negro, tenho os olhos pretos, o cabelo é duro e sou lindo.<br />

O grupo também realizou a leitura virtual <strong>da</strong> música, reescritas e listas de<br />

palavras <strong>da</strong> música, bingo de letras e desenhos.<br />

Durante o período que trabalharam com essa música, o grupo realizou<br />

uma apresentação surpresa para as mães, confeccionaram um belo painel com a<br />

letra <strong>da</strong> mesma, pesquisaram gravuras de mulheres que lembrassem as suas mães,<br />

além de um belo desenho feito pelas crianças.<br />

Nessa ativi<strong>da</strong>de foi importante perceber a preocupação de encontrar a<br />

gravura de uma mulher com características físicas semelhantes as <strong>da</strong>s suas mães.<br />

- Olha pró, essa mulher tem o cabelo cacheado igual o <strong>da</strong> minha mãe –<br />

disse Erilane.<br />

No dia <strong>da</strong> apresentação todos estavam ansiosos para cantar para a<br />

mamãe.<br />

- Eu <strong>da</strong>ncei o reggae bem bonito – disse Welton. (ativi<strong>da</strong>des e fotos<br />

relaciona<strong>da</strong>s a essa música constam no portfólio, anexo 04).<br />

10


• MÚSICA – EMÍLIA, A BONECA DE PANO.<br />

Para apresentar a nova música, foi monta<strong>da</strong> na sala a casinha de<br />

fantoches. As crianças logo demonstraram curiosi<strong>da</strong>de querendo saber o que iria<br />

acontecer.<br />

Ao iniciar o teatro, foi utilizado um fantoche de um menino negro com o<br />

nome João. Ele apareceu perguntando ao grupo se alguém havia visto uma boneca<br />

de pano que tinha fugido do sítio onde morava.<br />

Não demorou muito a bonequinha apareceu, perguntando onde estava.<br />

- É a Emília! – gritou Ingrid.<br />

A boneca então explicou que havia usado o pó de pirlimpimpim e por isso<br />

estava ali.<br />

Explicou que estava com sau<strong>da</strong>des do Sítio e de todos os seus amigos de<br />

lá, mas disse que só iria embora se todos cantassem a sua música. Todos<br />

concor<strong>da</strong>ram e alegremente ouviram a música <strong>da</strong> Emília.<br />

No período em que foi trabalha<strong>da</strong> a música <strong>da</strong> Emília, as crianças<br />

conheceram os personagens do Sítio e o seu autor, Monteiro Lobato. Fizeram a<br />

leitura virtual <strong>da</strong> música, lista de palavras, pintura, desenhos, bingo de letras,<br />

ativi<strong>da</strong>des com o corpo e apresentação do grupo no A.C. Parceiro de <strong>Educação</strong><br />

Infantil (fotos e ativi<strong>da</strong>des relaciona<strong>da</strong>s a essa música constam no portifólio, anexo<br />

05).<br />

• OFICINA DE MÚSICA – PROFESSOR CONVIDADO.<br />

Para a oficina contamos com o apoio do professor e ator Gustavo, que<br />

trabalha com teatro e música em escolas de <strong>Educação</strong> Infantil.<br />

O ambiente foi preparado, pois to<strong>da</strong>s as mesas e cadeiras foram retira<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> sala.<br />

O professor fez uma ro<strong>da</strong> e se apresentou, depois solicitou que um de<br />

ca<strong>da</strong> vez fosse até o meio <strong>da</strong> ro<strong>da</strong> e também se apresentasse.<br />

Durante a oficina foram realiza<strong>da</strong>s várias ativi<strong>da</strong>des como: aquecimento,<br />

ativi<strong>da</strong>de corporal, imitações, ritmos, intensi<strong>da</strong>de, sons, silêncio, instrumentos<br />

musicais, dramatização canta<strong>da</strong>, músicas, contato com o violão.<br />

Era nítido observar o interesse e a alegria em que todos participavam <strong>da</strong>s<br />

ativi<strong>da</strong>des propostas.<br />

Ao serem perguntados sobre o que acharam <strong>da</strong> oficina responderam:<br />

- Eu achei bom, porque, teve música, teve história e eu gostei de <strong>da</strong>nçar a<br />

música <strong>da</strong> princesa – disse Ingrid.<br />

- Eu gostei de tocar o instrumento – falou Welton.<br />

- Eu gostei de tocar violão e de imitar os animais – afirmou Erilane.<br />

Essa ativi<strong>da</strong>de foi bastante significativa, pois as crianças demonstraram já<br />

terem construído conceitos como: silêncio, alto, baixo, rápido, devagar, forte, fraco,<br />

além de já reconhecerem alguns instrumentos musicais. Outro aspecto observado<br />

foi a participação ativa de todos durante a oficina.<br />

- Professor você vem de novo? - perguntou Renilson abraçando o<br />

professor. (desenhos e fotos relaciona<strong>da</strong>s à oficina constam no portifólio, anexo 06)<br />

11


• MÚSICA – MASSA DA MANDIOCA.<br />

Na ro<strong>da</strong>, a professora informou ao grupo que eles iriam conhecer um novo<br />

ritmo.<br />

Ao ouvir a música, Maicon disse:<br />

- É forró – reconhecendo o ritmo.<br />

- Muito bem, e como será que a gente <strong>da</strong>nça esse ritmo? – perguntou a<br />

professora.<br />

- Dança assim – falou Welton colocando a mão na barriga e <strong>da</strong>nçando.<br />

O trabalho com essa música possibilitou que o grupo conhecesse um<br />

pouco <strong>da</strong> cultura nordestina e dos seus costumes.<br />

Conheceram a origem do forró e a contribuição européia na nossa<br />

herança musical, aprenderam as partes <strong>da</strong>s plantas e a importância <strong>da</strong>s raízes na<br />

nossa alimentação enfatizando a mandioca e suas diferentes utili<strong>da</strong>des.<br />

A turma recebeu a visita do grupo 4-A que está trabalhando com as<br />

len<strong>da</strong>s. Eles contaram a len<strong>da</strong>, de origem indígena, <strong>da</strong> mandioca.<br />

Foi também leva<strong>da</strong> para sala a mandioca crua para as crianças<br />

manipularem, depois a mesma foi prepara<strong>da</strong> para degustação, foi um sucesso.<br />

- Mandioca é a raiz <strong>da</strong> planta – Maicon.<br />

- Pode fazer beiju – Nayrane.<br />

- O aipim serve para comer – Ingrid.<br />

- O aipim é gostoso – Gabriel.<br />

- A mandioca fica dentro <strong>da</strong> terra - Erilane.<br />

- O índio gosta de plantar mandioca – Ingrid.<br />

- Tem que cozinhar o aipim para comer – Eduardo.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s várias ativi<strong>da</strong>des relaciona<strong>da</strong>s com a música, resolução<br />

de situação problema, leitura virtual, receita, leitura <strong>da</strong> len<strong>da</strong> <strong>da</strong> mandioca, listas,<br />

apresentação do grupo na festa junina (as ativi<strong>da</strong>des e fotos relaciona<strong>da</strong>s a essa<br />

música constam no portfólio anexo 07).<br />

• MÚSICA – A CASA.<br />

Na ro<strong>da</strong> a professora pediu que as crianças ouvissem a música com<br />

atenção.<br />

- Quem sabe dizer sobre o que a música falava?- perguntou.<br />

- A casa não tinha chão. – disse Renilson.<br />

- A casa tava quebra<strong>da</strong> – falou Ingrid.<br />

- Por quê? – continuou.<br />

- Porque a minha casa também ta assim, cheia de furo e ta partindo<br />

parecendo que vai cair - respondeu.<br />

- Lá não tem penico – Erilane.<br />

- Lá não tinha parede – Gabriel.<br />

- E quem se lembra como a casa <strong>da</strong> música foi feita? – perguntou a<br />

professora.<br />

- Com esmero – disse Ingrid.<br />

- E quem sabe o que é esmero? – continuou.<br />

12


Ninguém soube responder.<br />

- E para saber, o que podemos fazer?<br />

13<br />

- Procurar no dicionário igual aquele dia – lembrou Eduardo.<br />

Descobriram então que esmero quer dizer: cui<strong>da</strong>do especial num serviço.<br />

O trabalho com essa música deu oportuni<strong>da</strong>de de desenvolver uma gama<br />

de ativi<strong>da</strong>des com o grupo. Várias discussões sobre moradia e diferentes formas de<br />

se viver foram contemplados pelas crianças, pesquisas em revistas, recortes,<br />

colagens, confecção de painel, situações problema, formas geométricas, localização<br />

espacial, cômodos de uma casa etc.<br />

Foi realiza<strong>da</strong> a leitura virtual <strong>da</strong> música, valendo salientar que os<br />

compositores/as também eram valorizados/as, escrita espontânea de palavras que<br />

possibilitou perceber avanços significativos níveis de escrita <strong>da</strong>s hipóteses <strong>da</strong>s<br />

crianças.<br />

Com essa música também conheceram a biografia de Vinícius de Moraes,<br />

percebendo a grande contribuição do mesmo na música e na literatura.<br />

As crianças conheceram algumas poesias de Vinícius e aprenderam a<br />

fazer rimas, desenvolvendo a criativi<strong>da</strong>de e brincando com a sonori<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

palavras. (ativi<strong>da</strong>des e fotos relaciona<strong>da</strong>s a essa música constam no anexo 08 do<br />

portifólio).<br />

• MÚSICA – O PATO.<br />

Na ro<strong>da</strong> a professora fez uma revisão de tudo que as crianças já haviam<br />

trabalhado no projeto até aquele momento.<br />

Devido à grande empolgação <strong>da</strong> turma sobre as poesias e músicas de<br />

Vinícius de Moraes, a professora apresentou a música “O Pato.”<br />

Ao ouvirem a música, rapi<strong>da</strong>mente as crianças começaram a identificar as<br />

rimas <strong>da</strong>s palavras.<br />

- Caneco rimou com marreco – falou Maicon.<br />

- Jenipapo rimou com papo – afirmou Gabriel.<br />

- Cavalo com galo – disse Nayrane.<br />

- Tigela com panela – comentou Ingrid.<br />

Essa música deu margem para desenvolver um trabalho sobre os<br />

diferentes tipos de animais, características físicas, alimentação, cui<strong>da</strong>dos, habitat,<br />

imitações através de mímicas e reproduções de sons dos animais.<br />

Continuaram também a se aprofun<strong>da</strong>rem sobre a vi<strong>da</strong> e obra de Vinícius<br />

de Moraes, dos movimentos musicais em que participou como a bossa nova, dos<br />

seus principais parceiros enfatizando Toquinho e descobriram o grande amor que o<br />

“Poetinha” como é carinhosamente lembrado. tinha pela nossa ci<strong>da</strong>de, chegando até<br />

mesmo morar no bairro de Itapuã.<br />

A professora explicou que Itapuã é um bairro <strong>da</strong> nossa ci<strong>da</strong>de que fica na<br />

orla. Disse também que a origem desse nome é indígena e que significa “pedra que<br />

ronca”, despertando a curiosi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> turma pelo bairro.<br />

Nas pesquisas realiza<strong>da</strong>s sobre o bairro, descobriram uma lin<strong>da</strong> praça<br />

feita em homenagem a Vinícius onde fizeram uma estátua dele em tamanho natural.<br />

- Olha a estátua de Vinícius – mostrou Maicon para os seus colegas.<br />

- Eu queria ver ela de ver<strong>da</strong>de – comentou Ingrid.<br />

- Que boa idéia! – concordou a professora (ativi<strong>da</strong>des e fotos relativas a<br />

essa música constam no anexo 09 do portifólio).


MÚSICA – TARDE EM ITAPUÃ.<br />

Como a turma estava ansiosa em conhecer o bairro de Itapuã a<br />

professora apresentou ao grupo a música feita por Vinícius em homenagem ao<br />

mesmo.<br />

Logo as crianças estavam cantando pelos corredores <strong>da</strong> escola o refrão<br />

<strong>da</strong> música, deixando funcionários encantados com a alegria do grupo a cerca do<br />

projeto desenvolvido na sala.<br />

No dia em que a professora fez a leitura <strong>da</strong> música Maicon ao ouvir falar<br />

do arco-íris disse:<br />

- Eu já vi no céu - disse Maicon.<br />

- E quem sabe como ele aparece? – continuou.<br />

- Ele aparece depois que chove – disse Eduardo.<br />

- Ele aparece de dia – falou Erilane.<br />

- Chove por que Deus man<strong>da</strong> – argumentou Ingrid.<br />

- São Pedro tem a chave do céu – disse Gabriel.<br />

- O céu fica cheio de nuvens – explicou Nayrane.<br />

Depois de ouvir atentamente as hipóteses <strong>da</strong>s crianças a professora falou:<br />

- Aqui na escola tem um grupo que está trabalhando com o projeto sobre<br />

água, que tal pedir uma explicação para eles?<br />

Todos concor<strong>da</strong>ram com a idéia.<br />

No dia combinado, o grupo 05 foi recebido pelo grupo 03. Chegando lá a<br />

professora Rita, juntamente com os seus alunos, explicou como ocorria a chuva,<br />

mostrando como se dá o ciclo <strong>da</strong> água. Depois na área externa convidou as crianças<br />

para participarem de uma experiência onde era possível entender como surgia o<br />

arco-íris no céu.<br />

Para a experiência foi utilizado um espelho, uma bacia com água e a luz<br />

do sol.<br />

A professora então colocou o espelho dentro <strong>da</strong> bacia com água e<br />

posicionou o mesmo para a luz do sol.<br />

Então, como mágica, surgiu um lindo arco-íris refletido na parede.<br />

- Olha gente! Um arco-íris na parede - apontou Gabriel.<br />

To<strong>da</strong>s as crianças correram para tocar o arco-íris.<br />

- Então, quem sabe me dizer o que aconteceu?- perguntou a professora.<br />

- O sol bateu no espelho e ele apareceu – explicou Maicon.<br />

- Muito bem! O reflexo do sol ao bater no espelho dentro <strong>da</strong> água fez<br />

surgir o arco-íris explicou a professora.<br />

Depois <strong>da</strong> experiência, o grupo 05 foi para o pátio onde ca<strong>da</strong> criança<br />

recebeu um pe<strong>da</strong>ço de papel colorido. Lá eles <strong>da</strong>nçaram ao som de várias músicas,<br />

fazendo livremente vários movimentos.<br />

Na sala foi feito um painel que constava:<br />

O que queremos saber?<br />

- Como aparece o arco-íris no céu?<br />

- Por que chove?<br />

O que sabemos:<br />

- Chove por que Deus man<strong>da</strong>.<br />

14


- São Pedro tem a chave do céu.<br />

- O céu fica preto e cheio de nuvem.<br />

O que descobrimos:<br />

-Que o sol esquenta a água – Ingrid.<br />

- A água vira fumaça – Erilane.<br />

- Ela evapora – Maicon.<br />

- Aí a nuvem fica to<strong>da</strong> preta – Gabriel.<br />

- Aí chove – Nayrane.<br />

- Aí o arco-íris aparece igual ao que a pró mostrou – Gabriel.<br />

- O arco-íris é o reflexo do sol na água – Nayrane.<br />

.(ativi<strong>da</strong>des e fotos constam no anexo 10 do portifólio).<br />

• VISITANDO A CASA DA MÚSICA<br />

A professora informou que o grupo também iria conhecer a “Casa <strong>da</strong><br />

Música’’ situa<strong>da</strong> no mesmo bairro onde estava acontecendo uma exposição sobre a<br />

capoeira.<br />

- Eu sei jogar capoeira – falou Fabrício.<br />

Durante todo trajeto até a chega<strong>da</strong> ao bairro de Itapuã, as crianças não<br />

paravam de comentar o que viam.<br />

- Olha a sereia – falou Erilane ao ver a estátua.<br />

- É Iemanjá – informou Welton aos seus colegas.<br />

- Ela mora no mar – falou Nataliane.<br />

Ao chegarem à praça as crianças correram para tocar na estátua de<br />

Vinícius.<br />

- Ele tem um barrigão - observou Renilson.<br />

- Ele é bonito – afirmou Emile.<br />

- Era aqui que ele contemplava o mar e escrevia suas músicas e poesias -<br />

disse a professora.<br />

As crianças viram também algumas obras feitas por Vinícius como: Garota<br />

de Ipanema e Tarde em Itapuã.<br />

Na Casa <strong>da</strong> Música o grupo assistiu um documentário sobre a capoeira,<br />

tiveram a oportuni<strong>da</strong>de de conhecer a famosa “FOBICA”, primeiro trio elétrico feito<br />

por Dodô e Osmar, conheceram os instrumentos musicais de origem africana<br />

utilizados na capoeira, assistiram e participaram <strong>da</strong> ro<strong>da</strong> de capoeira.<br />

- Eu gostei <strong>da</strong> capoeira – disse Maicon.<br />

- É bom pro corpo, aí a gente não fica molenga – comentou Ingrid.<br />

- Eu gostei <strong>da</strong> sereia e de jogar capoeira – falou Anderson.<br />

- Eu gostei de ver a praia – Liziane.<br />

- Eu gostei <strong>da</strong> estátua de Vinícius – informou Renilson.<br />

Depois <strong>da</strong> ro<strong>da</strong> a professora solicitou que fizessem um desenho sobre a<br />

vivência, (ativi<strong>da</strong>des e fotos relaciona<strong>da</strong>s a essa etapa do projeto constam no<br />

portifólio anexo 11).<br />

• INSTRUMENTOS MUSICAIS<br />

A professora iniciou a ativi<strong>da</strong>de colocando um grande baú no centro <strong>da</strong><br />

ro<strong>da</strong>, depois foi chamando um aluno de ca<strong>da</strong> vez para retirar um instrumento<br />

musical.<br />

15


Ca<strong>da</strong> vez que uma criança retirava o instrumento, à professora solicitava<br />

que tocasse o mesmo para ouvirem o som. Depois que ouviam o som ela dizia o<br />

nome do instrumento.<br />

16<br />

Durante a ativi<strong>da</strong>de eles identificavam se o som emitido era alto ou baixo.<br />

Houve um momento em que ela pediu que os alunos fizessem silêncio e<br />

fechassem os olhos para perceberem os sons externos. Após um tempo a<br />

professora perguntou o que haviam escutado.<br />

- Ouvi outras pessoas na outra sala – Nayrane.<br />

- Ouvi zoa<strong>da</strong> na outra sala – Maicon.<br />

- Ouvi um carro – Diogo.<br />

- O ventilador <strong>da</strong> sala – Maicon.<br />

- Ouvi vários barulhos – Liziane.<br />

Outra ativi<strong>da</strong>de realiza<strong>da</strong> foi quando a professora utilizando um pano,<br />

vendou os olhos de um aluno, depois escolhia outro para falar uma palavra e o que<br />

estava com os olhos fechados tentava através <strong>da</strong> voz, identificar quem estava<br />

falando.<br />

No período em que a turma conhecia os instrumentos musicais, foram<br />

realiza<strong>da</strong>s listas com os nomes dos instrumentos, bingo, jogo <strong>da</strong> memória dos<br />

instrumentos, além de identificar os que eram de sopro, de cor<strong>da</strong> e de percussão.<br />

As crianças também conheceram os instrumentos que foram trazidos<br />

pelos Africanos, Índios e Europeus. Conheceram também aparelhos que emitem<br />

som e a evolução dos mesmos como: radiola, CD, LP, rádios diversos, microsystem,<br />

gravador, DVD, televisão e mp3.<br />

O grupo também confeccionou chocalhos de sucata, reaproveitando<br />

materiais que seriam jogados fora.<br />

A turma estava muito motiva<strong>da</strong> com tudo que estavam aprendendo e<br />

juntamente com a professora resolveram fazer uma exposição para os outros<br />

grupos.<br />

Foi enviado para casa um aviso solicitando instrumentos para a<br />

exposição. Não demorou muito os instrumentos começaram a chegar, funcionários<br />

<strong>da</strong> escola também aju<strong>da</strong>ram trazendo instrumentos e aparelhos que produzem som.<br />

Foram confeccionados convites para os outros grupos.<br />

No dia <strong>da</strong> exposição às crianças receberam os outros grupos explicando<br />

os nomes, os tipos, como funcionavam os instrumentos e os aparelhos.<br />

No final <strong>da</strong> explicação o grupo convi<strong>da</strong>va os outros para <strong>da</strong>nçarem ao som<br />

<strong>da</strong> radiola e de participarem do jogo <strong>da</strong> memória.<br />

A exposição também contou com a apresentação do segurança <strong>da</strong> escola<br />

que tocou o violão e cantou para as crianças.<br />

Depois <strong>da</strong> exposição, às crianças falaram sobre a mesma.<br />

- Eu gostei de tocar os instrumentos de sopro para os outros alunos –<br />

Maicon.<br />

- Eu gostei de tocar tambor – Gabriel.<br />

- Eu gostei de <strong>da</strong>nçar com as outras crianças – Ingrid.<br />

- Eu gostei de tocar violão – Emily.<br />

- Eu gostei de ensinar os meninos a jogar o jogo <strong>da</strong> memória – Erilane.<br />

- Foi bom explicar o que era disco de vinil e a radiola – Renilson.<br />

- Foi bom <strong>da</strong>nçar – Josilene.<br />

- Eu gostei de mostrar o bandolim – Eduardo.


A exposição foi um sucesso, as crianças demonstraram interesse e<br />

proprie<strong>da</strong>de do que estavam apresentando para os outros grupos. (ativi<strong>da</strong>des e<br />

fotos dessa etapa constam no portifólio, anexo 12).<br />

• MÚSICAS – LENDA DAS SEREIAS E ÁFRICA<br />

A professora iniciou a ro<strong>da</strong> lembrando a visita ao bairro de Itapuã.<br />

Lembrou também <strong>da</strong> estátua <strong>da</strong> sereia que as crianças viram na praia.<br />

Contou então a len<strong>da</strong> <strong>da</strong> Mãe D´água, depois apresentou a música para o<br />

grupo.<br />

Assim que ouviram a música, as crianças começaram a <strong>da</strong>nçar de acordo<br />

com o ritmo <strong>da</strong> mesma.<br />

Depois fizeram a leitura virtual <strong>da</strong> letra <strong>da</strong> música e conheceram alguns<br />

nomes de origem africana <strong>da</strong>dos à protetora <strong>da</strong>s águas.<br />

As crianças ficaram encanta<strong>da</strong>s com a figura <strong>da</strong> sereia, por estarmos na<br />

semana de Arte e Cultura <strong>da</strong> escola foi realiza<strong>da</strong> uma apresentação para os outros<br />

grupos.<br />

Durante a semana recebemos na escola o grupo de <strong>da</strong>nça do MAIS<br />

SOCIAL – ONG relaciona<strong>da</strong> à Prefeitura Municipal, que apresentou o samba de ro<strong>da</strong><br />

para as crianças.<br />

Ca<strong>da</strong> grupo realizou uma apresentação contemplando os projetos<br />

trabalhados. Para finalizar a programação <strong>da</strong> semana, foi realiza<strong>da</strong> a visita do<br />

senegalês Dou Dou, apresentando o Projeto Griô.<br />

Durante a semana que antecedeu a visita, foram realiza<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />

para as crianças receberem o visitante <strong>da</strong> maneira mais natural, para isso era<br />

preciso conhecer um pouco <strong>da</strong> história <strong>da</strong> África e dos seus costumes.<br />

Foi então apresenta<strong>da</strong> ao grupo a música “ÁFRICA”, nela os alunos<br />

conheceram nomes de alguns países Africanos que posteriormente foram<br />

localizados no mapa e no globo terrestre. Eles também tiveram a oportuni<strong>da</strong>de de<br />

pesquisar um pouco sobre o continente Africano utilizando como ferramenta o<br />

computador.<br />

A professora também contou histórias que reportavam a cultura africana<br />

como: As tranças de Bintou, Reizinhos do Congo e Ana e Ana.<br />

No dia <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> de Dou Dou as crianças estavam com grande<br />

expectativa.<br />

Depois que Dou Dou foi embora, as crianças falaram sobre o mesmo:<br />

- Ele falou dos animais que tinham na África, leão, elefante, borboleta,<br />

tigre, gorila – contou Luís Paulo.<br />

- Ele brincou de cabra – cega. – Gabriel.<br />

- Eu gostei de <strong>da</strong>nçar. – Eduardo.<br />

- Eu gostei <strong>da</strong> parte que ele perguntava o nome e cantava e <strong>da</strong>nçava. –<br />

Maicon.<br />

- Eu cantei para ele a música <strong>da</strong> sereia e ele gostou. Eu estava vesti<strong>da</strong> de<br />

princesa africana – Erilane.<br />

- Eu gostei do atabaque – falou Renilson.<br />

(as ativi<strong>da</strong>des e fotos relaciona<strong>da</strong>s a essa etapa do projeto constam no<br />

portifólio, anexo 13).<br />

17


• MÚSICA – PÉ DE NABO<br />

Na ro<strong>da</strong>, a professora apresentou a nova música.<br />

Depois que ouviram a música, a professora explicou que o ritmo <strong>da</strong><br />

mesma era o Lundu, ritmo africano que foi trazido pelos escravos e que deu origem<br />

a MPB.<br />

Foi realiza<strong>da</strong> a interpretação oral <strong>da</strong> música pelas crianças. O trabalho<br />

com a mesma oportunizou trabalhar com quali<strong>da</strong>des e defeitos <strong>da</strong>s pessoas, pois<br />

entenderam através dela que até mesmo um pé de nabo tem algo bom.<br />

Foi realiza<strong>da</strong> uma discussão para que o grupo definisse o que era<br />

quali<strong>da</strong>de e defeito.<br />

Depois de uma breve discussão o grupo chegou à conclusão que defeitos<br />

eram coisas ruins e quali<strong>da</strong>des eram coisas boas.<br />

A professora então pediu que ca<strong>da</strong> criança falasse uma quali<strong>da</strong>de e um<br />

defeito seu.<br />

- Sou carinhoso e abusado – Fabrício.<br />

- Eu divido a minha meren<strong>da</strong>, mas às vezes sou mal criado – Renilson.<br />

- Eu obedeço, mas eu minto de vez em quando – Anderson.<br />

- Sou inteligente, mas eu desobedeço às vezes – Nayrane.<br />

- Eu divido meu lanche e meus brinquedos, mas eu sou preguiçoso –<br />

Maicon.<br />

Depois de listar algumas quali<strong>da</strong>des e defeitos a professora propôs que o<br />

grupo fizesse uma enquete com os funcionários <strong>da</strong> escola.<br />

Então saíram pela escola fazendo a pesquisa e explicando o objetivo aos<br />

funcionários.<br />

Quando o grupo estava com os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> enquete em mãos, a professora<br />

compartilhou na ro<strong>da</strong> o resultado <strong>da</strong> mesma.<br />

Foi muito interessante observar a atenção de todos durante a leitura <strong>da</strong>s<br />

pesquisas, muitas vezes as crianças riam ao ouvir o defeito de algum funcionário.<br />

- A pró Jussara é bagunceira? – perguntou admira<strong>da</strong> Nataliane.<br />

Após a leitura foi realiza<strong>da</strong> a contagem dos defeitos e quali<strong>da</strong>des que mais<br />

apareceram, e foram representados em dois gráficos e colocados na área externa<br />

<strong>da</strong> escola para que todos <strong>da</strong> escola pudessem se conhecer melhor.<br />

Foi interessante ver o quanto esta enquete mexeu com os sentimentos de<br />

todos, pois era fácil encontrar os funcionários conversando uns com os outros<br />

falando dos seus defeitos e quali<strong>da</strong>des.<br />

A curiosi<strong>da</strong>de para verem o resultado <strong>da</strong> enquete e o impacto que causou<br />

ao saberem o resultado foi muito bom.<br />

O trabalho com o gráfico possibilitou trabalhar conteúdos como: contagem,<br />

quanti<strong>da</strong>de, mais, menos, grande, pequeno. (ativi<strong>da</strong>des e fotos relaciona<strong>da</strong>s a essa<br />

música constam no portifólio, anexo 14).<br />

• VISITA DO BLOCO AFRO MALÊ DEBALÊ<br />

18


Na rodinha, a professora lembrou a visita de Dou Dou revisando tudo que<br />

haviam aprendido sobre a África. Depois, informou que iríamos receber a visita do<br />

grupo de <strong>da</strong>nça <strong>da</strong>s crianças do MALÊ DEBALÊ.<br />

Durante a semana que antecedeu a visita <strong>da</strong>s crianças do MALÊ foi<br />

trabalhado com o grupo a história do bloco, a valorização <strong>da</strong> cultura africana e<br />

19<br />

dos<br />

seus povos.<br />

A turma ficou empolga<strong>da</strong> e pediu para cantar e <strong>da</strong>nçar para o grupo do<br />

Malê.<br />

Decidiram então que iriam cantar a música África e Pé de Nabo para os<br />

visitantes.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s artes, pesquisas e ensaios abor<strong>da</strong>ndo a cultura africana.<br />

No dia o grupo estava ansioso com a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s crianças, a escola foi<br />

arruma<strong>da</strong> com textos, artes e desenhos sobre o bloco afro.<br />

O Malê tem a sua sede no bairro de Itapuã onde residem um grupo de<br />

descendentes dos Malês.( ativi<strong>da</strong>des e fotos dessa música constam no portfólio,<br />

anexo 15).<br />

• SEMANA DA CRIANÇA<br />

Durante a semana <strong>da</strong> criança foram realiza<strong>da</strong>s várias ativi<strong>da</strong>des<br />

significativas.<br />

O grupo foi convi<strong>da</strong>do para participar <strong>da</strong> Homenagem ao dia <strong>da</strong>s crianças<br />

realiza<strong>da</strong> pelo Projeto Vivendo Melhor, do Programa Maior I<strong>da</strong>de do MAIS SOCIAL,<br />

fazendo parte <strong>da</strong> programação <strong>da</strong> mesma.<br />

Todos ficaram encantados com a desinibição e a apresentação do grupo.<br />

Durante a semana, participaram de um passeio ao Parque <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de onde<br />

foram convi<strong>da</strong><strong>da</strong>s para se apresentarem para as crianças <strong>da</strong>s outras escolas. Mais<br />

uma vez, o grupo fez muito sucesso. Algumas dessas apresentações foram<br />

grava<strong>da</strong>s e estão em um DVD no anexo 16 do portifólio juntamente com fotos e<br />

ativi<strong>da</strong>des.<br />

3.O. CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

O Centro Municipal de <strong>Educação</strong> Vovô Zezinho, foi inaugurado em 16 de<br />

abril de 1989, pela Prefeitura Municipal do Salvador, com objetivo de atender a<br />

comuni<strong>da</strong>de que ali se instalava provenientes <strong>da</strong>s invasões “Cai Duro e União<br />

Paraíso”. Ela encontra-se situa<strong>da</strong> na Rua Direta do Comércio, s/n – Arenoso,<br />

SSA/BA, um bairro periférico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Este estabelecimento de ensino destina-se<br />

unicamente a <strong>Educação</strong> Infantil em tempo integral, atendendo preferencialmente<br />

crianças <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de local, distribuí<strong>da</strong>s em sete turmas.<br />

Ele tem como compromisso político educacional melhorar as condições<br />

educacionais de 150 crianças <strong>da</strong> população de 0 (zero) a 5(cinco) anos de uma<br />

comuni<strong>da</strong>de muito carente, que possui estrutura precária em relação a<br />

abastecimento de água, rede de esgoto, além do pouco acesso aos bens culturais e<br />

aos serviços básicos de saúde e lazer.<br />

O CMEI Vovô Zezinho tem como compromisso, contribuir na construção<br />

<strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de étnico/racial e de gênero, e no desenvolvimento cognitivo social e<br />

emocional desses atores sociais através de uma prática educativa que respeite a


digni<strong>da</strong>de, as diferenças e o direito de todos e to<strong>da</strong>s que utilizam ou prestam serviço<br />

à escola. Por isso trabalhar com este projeto será bastante significativo, pois, iremos<br />

perpassar através <strong>da</strong>s diferentes áreas de conhecimento utilizando a música como<br />

eixo norteador, respeitando a individuali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criança, a diversi<strong>da</strong>de e o contexto<br />

em que está inseri<strong>da</strong>.<br />

20<br />

A linguagem musical tem sido aponta<strong>da</strong> como uma <strong>da</strong>s áreas de<br />

conhecimentos mais importantes a serem trabalha<strong>da</strong>s na <strong>Educação</strong> Infantil, ao lado<br />

<strong>da</strong> linguagem oral e escrita, do movimento, <strong>da</strong>s artes visuais, <strong>da</strong> matemática e <strong>da</strong>s<br />

ciências humanas e naturais.<br />

O projeto vem sendo desenvolvido com 18 crianças na faixa etária de 05<br />

anos.<br />

4.O. JUSTIFICATIVA<br />

Durante o ano de 2007 foi observado que o repertório musical <strong>da</strong>s<br />

crianças <strong>da</strong> nossa escola era bastante restrito e com grande apelo sexual. Sempre<br />

que eram estimula<strong>da</strong>s para cantar, logo começavam a entoar o pagode do<br />

momento, acompanha<strong>da</strong> de um vocabulário inadequado para a i<strong>da</strong>de e coreografias<br />

extremamente erotiza<strong>da</strong>s, porém entendíamos que isso era reflexo do meio e do seu<br />

contexto social. A partir <strong>da</strong>í surgiu o desejo de proporcionar a estas crianças o<br />

contato com outros ritmos e estilos musicais já que a música e a <strong>da</strong>nça eram de<br />

grande interesse delas e o nosso país é rico em musicali<strong>da</strong>de.<br />

Vários estudos confirmam a importância que a música tem para o bem<br />

estar do bebê desde quando ele é ain<strong>da</strong> um feto e está no ventre <strong>da</strong> mãe. A música<br />

traz tranqüili<strong>da</strong>de para a mãe e para o bebê, introduzindo-o na sensibilização aos<br />

sons, desde muito cedo.<br />

A presença <strong>da</strong> música na vi<strong>da</strong> dos seres humanos é incontestável. Ela<br />

tem acompanhado a história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, ao longo dos tempos, exercendo as<br />

mais diferentes funções. Está presente em to<strong>da</strong>s as regiões do globo, em to<strong>da</strong>s<br />

as culturas, em to<strong>da</strong>s as épocas: ou seja, a música é uma linguagem universal,<br />

que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço.<br />

Não dá para imaginar um mundo sem som. E, se pararmos para<br />

analisar, quase todos os sons que ouvimos durante o nosso dia são como<br />

instrumentos musicais tocando alguma melodia: os pingos de uma torneira, os<br />

trovões, a chuva, as cigarras cantando lá fora, as on<strong>da</strong>s do mar explodindo na<br />

praia e tantos outros.<br />

A educação musical está fazendo parte <strong>da</strong> educação <strong>da</strong>s crianças desde a<br />

educação infantil, pela importância que a música traz não só como entretenimento,<br />

mas no auxílio do aprendizado <strong>da</strong> fala, como o de aprender a ouvir e na<br />

coordenação motora. A música tem ain<strong>da</strong>, o dom de aproximar as pessoas; a<br />

criança que vive em contato com a música, aprende a conviver melhor com as<br />

outras crianças e estabelece um meio de se comunicar muito mais harmonioso do<br />

que aquela que é priva<strong>da</strong> <strong>da</strong> música; em contra parti<strong>da</strong>, quando aprende a tocar<br />

algum instrumento, também aprende a ficar sozinha, sem se sentir solitária ou<br />

carente de atenção.


Outro fator importante é que a música é pura matemática e certamente<br />

aqueles que a estu<strong>da</strong>m desenvolvem maior capaci<strong>da</strong>de de aprendizado nessa<br />

matéria. Ëlia Fernandes defende que “uma criança que tenha uma boa educação<br />

musical será um ótimo aluno nas diversas áreas como: matemática, português e<br />

nas áreas que requerem mais criativi<strong>da</strong>de”. Portanto, potencializa a<br />

aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, <strong>da</strong> 21<br />

memória, do espaço e do raciocínio abstrato.<br />

Além desses motivos, a importância de propiciar as crianças o contato<br />

com a história <strong>da</strong> mesma e um repertório de quali<strong>da</strong>de, partindo do pressuposto do<br />

papel fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> língua materna para a ampliação do repertório lingüístico e a<br />

aquisição do conhecimento do meio físico e sócio-cultural a que se inserem o<br />

contexto <strong>da</strong>s músicas populares brasileiras, é de grande relevância trabalhar com<br />

esse tema. A música expressa diferentes emoções e estado de ânimo,<br />

acompanhando as mais diversas situações, ouvir uma melodia, aprender uma<br />

canção são ativi<strong>da</strong>des que despertam e desenvolvem a linguagem oral e escrita, e<br />

estimulam o gosto pela ativi<strong>da</strong>de musical.<br />

5.O. RESULTADOS OBTIDOS<br />

Apesar do projeto está em desenvolvimento os resultados obtidos já são<br />

muitos.<br />

O grupo compartilha os conhecimentos adquiridos, seu repertório musical<br />

foi ampliado, assim como seu vocabulário, além <strong>da</strong> valorização <strong>da</strong> nossa herança<br />

musical, tendo a maioria dos objetivos já alcançados. Outro fator relevante<br />

observado nas avaliações parciais realiza<strong>da</strong>s é que o mesmo está oportunizando o<br />

exercício de práticas de leitura e escrita, possibilitando o letramento e a conseqüente<br />

aquisição <strong>da</strong> base alfabética <strong>da</strong>s crianças. Durante o período diagnóstico, quando foi<br />

feita a primeira lista para avaliar o nível de escrita, tinha na sala, 11 crianças no<br />

nível pré – silábico, 05 no nível silábico e 02 no nível silábico – alfabético. Em<br />

setembro, to<strong>da</strong>s apresentaram avanços salvo Liziane e Jakson que evadiram devido<br />

a problemas familiares ficando 01 no nível de transição do pré – silábico para o<br />

silábico, 05 no nível silábico quantitativo, 03 no nível silábico qualitativo, 06 no nível<br />

silábico – alfabético e 01 no nível alfabético.<br />

Isso prova que uma escola de educação infantil precisa ser mais do que<br />

um lugar agradável, onde se brinca. Ela deve ser um espaço estimulante, educativo,<br />

seguro e afetivo, oferecendo um cotidiano rico, diversificado e investigativo.<br />

6.O. AVALIAÇÃO<br />

A avaliação é um fator importante durante todo o desenvolvimento do<br />

projeto, pois é ela que nos <strong>da</strong>rá subsídios para verificar se as nossas ações estão<br />

realmente atingindo os objetivos do mesmo, ou se é preciso mu<strong>da</strong>r algo para<br />

melhorar ou redirecioná-lo.<br />

Segundo os RCNEIS (1998), objetivos, em educação, devem ser direções<br />

e não pontos de chega<strong>da</strong>. E esses objetivos devem estar sempre muito claros na<br />

cabeça do/a professor/a, para que este/a alimente e organize o processo de<br />

raciocínio <strong>da</strong> criança através de encaminhamentos coerentes.<br />

Esses encaminhamentos consistem na oportunização de situações onde<br />

as crianças vivenciem experiências significativas com as diferentes linguagens que


as circun<strong>da</strong>m, através de atos de fala, leitura e escrita, expressão corporal e<br />

musical, onde a prática viva dessas linguagens sejam plenas de conteúdo e de<br />

sentido.<br />

Durante ca<strong>da</strong> etapa foram feitas pequenas revisões e in<strong>da</strong>gações sobre o<br />

que haviam aprendido até aquele momento, ca<strong>da</strong> fala e comentário a respeito do<br />

projeto era logo anotado no caderno de registro <strong>da</strong> professora ou no papel mais<br />

22<br />

próximo.<br />

A observação e o registro eram feitos diariamente, além de selecionar as<br />

ativi<strong>da</strong>des que iram compor o portifólio do grupo. Outro fator muito importante foi<br />

revisar com a turma o que já havíamos trabalhado em ca<strong>da</strong> etapa, pois acredito que<br />

a ampliação dos conhecimentos se dá através <strong>da</strong> construção de novas relações.<br />

Durante todo o projeto surgem in<strong>da</strong>gações e idéias, com a turma sempre<br />

participativa. Vale ressaltar que ele é trabalhado de forma interdisciplinar,<br />

repensando a aprendizagem como um movimento indissociável entre as áreas de<br />

conhecimento, múltiplas formas de linguagens que as crianças são capazes de<br />

utilizar ao relacionar-se com o mundo na tentativa de compreendê-lo.<br />

Antes do recesso junino a professora perguntou ao grupo o que eles<br />

haviam mais gostado de fazer durante o projeto:<br />

-A música <strong>da</strong> tapioca, por que <strong>da</strong>nça forró - disse Maicon.<br />

-De se apresentar na outra escola a música Lindo Balão Azul – falou<br />

Nayrane.<br />

-Eu gostei <strong>da</strong> aula do professor Gustavo – afirmou Erilane.<br />

-Eu gostei mais <strong>da</strong> música <strong>da</strong> Emília – comentou Nataliane.<br />

-Eu gostei de aprender o reggae Anjo do Céu – Eduardo.<br />

-Foi bom tocar violão – Renilson.<br />

-Eu também gostei! – concordou Stephanie.<br />

-Eu gostei de <strong>da</strong>nçar forró – Ingrid.<br />

-Eu tô gostando, pois a gente aprende músicas que a gente não sabia –<br />

Erilane.<br />

-E a gente canta pra mamãe - Ingrid.<br />

-Por que as outras músicas falavam besteiras – Nayrane.<br />

-E agora a gente aprende músicas boas – Maicon.<br />

-Eu nunca vou esquecer essas músicas – Gabriel.<br />

A avaliação foi ótima, pois ficou claro o quanto o grupo tinha aprendido<br />

durante o primeiro semestre.<br />

A empolgação ao contar o que mais gostaram, o quanto era bom está<br />

conhecendo novas músicas e ritmos. Foi constatado também que o desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> autonomia, <strong>da</strong> linguagem oral e do vocabulário foram extremamente<br />

significativos, principalmente em alunos que eram mais tímidos e retraídos como<br />

Stephanie e Josilene.<br />

A coordenação motora foi outro ponto bastante trabalhado, pois foram<br />

explorados movimentos com o corpo, imitações, coreografias, e encenações<br />

favorecendo a psicomotrici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s crianças de uma forma prazerosa e suave.<br />

As ativi<strong>da</strong>des corporais contribuíram em muito na evolução do desenho<br />

<strong>da</strong>s crianças fazendo se sentirem mais seguras ao segurarem e manejarem lápis,<br />

pincéis, hidrocor etc.<br />

O mundo letrado foi tomando conta <strong>da</strong> sala de aula, pois as crianças<br />

faziam a leitura virtual <strong>da</strong>s letras <strong>da</strong>s músicas, viam as mesmas expostas nas<br />

paredes, faziam listas escrevendo palavras que continham nas mesmas do jeito que


sabiam, possibilitando assim avaliar os avanços na escrita e promover um ambiente<br />

de letramento.<br />

Na área <strong>da</strong> matemática foram realizados jogos, brincadeiras, contagens,<br />

situações problemas tudo envolvido com as músicas trabalha<strong>da</strong>s, ativi<strong>da</strong>des essas<br />

que estimularam o raciocínio lógico matemático e apropriação de conceitos como<br />

laterali<strong>da</strong>de, orientação espacial entre outros.<br />

A turma aprendeu a trabalhar em grupo, respeitar as diferenças e<br />

principalmente serem mais cooperativos uns com os outros e isso é motivo<br />

23<br />

de<br />

grande alegria.<br />

Agora, mesmo o projeto em an<strong>da</strong>mento, foi realiza<strong>da</strong> outra avaliação com<br />

o grupo e novos avanços foram registrados principalmente no desenvolvimento dos<br />

níveis de escrita.<br />

- M.P.B. quer dizer música, popular, brasileira – Gabriel.<br />

- Aprendi que existem ritmos diferentes – Erilane.<br />

- Que o reggae veio <strong>da</strong> África – Nataliane.<br />

- Aprendi que tem instrumento de percussão – Erilane.<br />

- Que o atabaque é de percussão – Renilson.<br />

- O pau-de-chuva é dos índios – Anderson.<br />

- Os negros trouxeram o berimbau, os índios o pau-de-chuva e os<br />

europeus trouxeram violão, piano e guitarra – Maicon.<br />

- O violino também foi trazido pelos europeus – Ingrid.<br />

- A gente viu o samba de ro<strong>da</strong> – Nataliane.<br />

- Eu conheci vários cantores: Vínicius de Moraes e Guilherme Arantes –<br />

Fabrício.<br />

- E Dodô e Osmar, Marisa Monte e Armandinho – Ingrid.<br />

- Nós fomos a Itapuã – Anderson.<br />

- A gente viu a praia de Itapuã e a sereia – Nayrane.<br />

- Eu vi o primeiro trio elétrico – Emile.<br />

- A gente viu o filme <strong>da</strong> capoeira – Renilson.<br />

- A gente aprendeu como aparece o arco-íris – Ingrid.<br />

- Que é o reflexo do sol na água – Gabriel.<br />

- A gente aprendeu que na África tem floresta – Maicon.<br />

- E que tem uma estátua com rosto de homem e corpo de leão – Gabriel.<br />

- É a esfinge – Maicon.<br />

- Eu ensino as nossas músicas para mamãe – Nataliane.<br />

Segundo César Cool, quando avaliamos as aprendizagens realiza<strong>da</strong>s por<br />

nossos alunos, também estamos avaliando, queiramos ou não, o ensino que<br />

ministramos.<br />

O projeto também contribuiu para o meu crescimento profissional, pois<br />

desde o primeiro momento foi necessário pesquisas e estudos a cerca do tema que<br />

seria trabalhado com o grupo. Muitos convites estão sendo feitos para que a turma<br />

se apresente e com isso o trabalho está sendo divulgado para outras escolas,<br />

mostrando que com a música podemos ir além <strong>da</strong> memorização e confecção de<br />

bandinhas de sucata.<br />

Com certeza esse projeto pode ser colocado em prática em outras escolas<br />

e servir de inspiração para o desenvolvimento de outros voltados para o tema.<br />

As ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s nesse projeto são dinâmicas, favorecendo a<br />

participação e o envolvimento <strong>da</strong> turma.<br />

Concluo esse relato lembrando que muito ain<strong>da</strong> tem que ser feito, pois o<br />

projeto está em an<strong>da</strong>mento com previsão de término em dezembro. No entanto,


perceber o quanto as crianças estão motiva<strong>da</strong>s e engaja<strong>da</strong>s e o quanto aprenderam<br />

com o mesmo nos dá a certeza que estamos no caminho certo.<br />

Foi percebido, vivido e demonstrado com este projeto, que, por meio <strong>da</strong><br />

música, a educação se realiza de maneira mais tranqüila e prazerosa, levando a<br />

criança a compreender a importância <strong>da</strong>s relações, <strong>da</strong> socialização, vivenciando o<br />

respeito ao próximo, desenvolvendo a autonomia e o senso crítico. Compreendem o<br />

raciocínio lógico matemático, a necessi<strong>da</strong>de de perceber e respeitar os limites,<br />

fazendo crescer o senso rítmico no aprimorar dos movimentos, construindo a dicção,<br />

24<br />

a linguagem, a comunicação, enfim, a integralização <strong>da</strong> criança.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BEYER, Esther. A Cognição musical na criança pré-escolar: perspectivas de<br />

mapeamento de etapas e processos, in anais do5 Encontro Anual <strong>da</strong> Associação<br />

Brasileira de <strong>Educação</strong> Musical. Londrina, PR, 1996.<br />

COOL, César; MÁRTIN, Elena; MAURI, Teresa; MIRAS, Mariana; ONRUBIA,<br />

Javier; SOLÉ, Isabel; ZABALA, Antoni. O construtivismo na sala de aula –<br />

Editora Ática, Série Fun<strong>da</strong>mentos 5ª edição, São Paulo, 1998.<br />

DIOUF, Sylvane A. As tranças de Bintou/ilustrações de Shane W. Evans. São<br />

Paulo: Cosac Naify, 2004.<br />

1- <strong>Educação</strong> Infantil. 2.Criança em I<strong>da</strong>de Pré-escolar 1.Título;<br />

A música e as crianças.<br />

FUKS, Rosa. Transitorie<strong>da</strong>de e permanência na prática; musical escolar.<br />

Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> Musical. ,1993.<br />

GODOY, Célia. Ana e Ana; ilustrações Fé. - São Paulo: DCL, 2003.<br />

Guia do bebê.uol.com.Br / bba3 / a música e as crianças.<br />

SANTOS, Adriana Rodrigues. Monografia – “A importância <strong>da</strong> Arte na <strong>Educação</strong><br />

Infantil”<br />

MORA, Domingos. Do Gesto Musical, Gerador de Identi<strong>da</strong>de Cultural, Catalizador<br />

<strong>da</strong> expressão.<br />

PEREIRA, Edimilson de Almei<strong>da</strong>. Os reizinhos de Congo / Edimilson de Almei<strong>da</strong><br />

Pereira ; ilustrações Graça Lima. – São Paulo : Paulinas, 2004.-( Coleção árvore<br />

falante).<br />

Proposta Pe<strong>da</strong>gógica <strong>da</strong> Escola creche Vovô Zezinho.


RCNS – Referencial Curricular Nacional Para a <strong>Educação</strong> Infantil/ <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Educação</strong> e do Desporto, Secretaria de <strong>Educação</strong> Fun<strong>da</strong>mental.<br />

Brasília;MEC/SEF,1998.<br />

TERRAS DA BEIRA– Texto – Dar Músicas às Crianças.

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