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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

improvável. Na DRC a perda <strong>de</strong> função renal é irreversível, logo a recuperação nestes casos<br />

refere-se a melhorias das alterações bioquímicas e dos sinais clínicos (Polzin et al., 2005).<br />

Os factores mais importantes no estabelecimento dum prognóstico em animais com DRC<br />

compreen<strong>de</strong>m: (1) o tipo <strong>de</strong> doença renal primária, (2) a gravida<strong>de</strong> e a duração dos sinais<br />

clínicos e complicações da urémia, (3) a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria da função renal<br />

(reversibilida<strong>de</strong>, principalmente das afecções pré-renais, pós-renais e renais adquiridas), (4)<br />

a gravida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>struição funcional renal, (5) a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evolução da doença com ou<br />

sem tratamento, e (6) a ida<strong>de</strong> do paciente (Polzin et al., 2005).<br />

A gravida<strong>de</strong> dos sinais urémicos geralmente é um factor preditivo relativamente bom do<br />

prognóstico a curto prazo. Os animais com DRC estável sem sinais clínicos <strong>de</strong> urémia<br />

geralmente têm um bom prognóstico a curto prazo. Já os gatos com sinais clínicos graves<br />

<strong>de</strong> urémia apresentam um prognóstico reservado a mau. No entanto, é melhor <strong>de</strong>terminar se<br />

a função renal e os sinais clínicos po<strong>de</strong>m melhorar com o tratamento, antes <strong>de</strong> estabelecer<br />

o prognóstico a curto prazo. Se o tratamento produz melhorias, este prognóstico po<strong>de</strong><br />

passar <strong>de</strong> reservado a bom (Polzin et al., 2005).<br />

A gravida<strong>de</strong> das alterações renais <strong>de</strong>terminada pela concentração sérica <strong>de</strong> creatinina, ou<br />

mediante a TFG, proporciona uma forma menos exacta <strong>de</strong> avaliar o prognóstico a curto<br />

prazo do que o estado clínico do paciente. Contudo, este não <strong>de</strong>ve estabelecer-se com base<br />

num único factor. Também uma <strong>de</strong>terminação única da função renal não é fiável<br />

A avaliação da gravida<strong>de</strong> das lesões renais é mais útil na <strong>de</strong>terminação do prognóstico a<br />

longo prazo. Geralmente, a disfunção renal grave associa-se a uma sobrevivência a longo<br />

prazo mais curta e, frequentemente, a uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida inferior. Estes dados baseiamse<br />

num estudo recente realizado em felinos com DRC. Nos gatos sem sinais clínicos<br />

aparentes e com uma concentração sérica <strong>de</strong> creatinina <strong>de</strong> 2,6 mg/dl verificou-se uma<br />

sobrevivência média <strong>de</strong> 397 dias. Nos animais com sinais clínicos atribuídos à DRC e uma<br />

concentração sérica <strong>de</strong> creatinina <strong>de</strong> 5,6 mg/dl, a sobrevivência média foi <strong>de</strong> 313 dias. Os<br />

gatos urémicos com concentração sérica <strong>de</strong> creatinina média <strong>de</strong> 10,3 mg/dl sobreviveram<br />

menos <strong>de</strong> 3 dias (Polzin et al., 2005).<br />

A anemia é um achado hematológico que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> valor prognóstico. Num estudo<br />

retrospectivo, um terço dos casos estáveis <strong>de</strong> DRC estavam anémicos no momento do<br />

diagnóstico inicial e apresentaram menor tempo <strong>de</strong> sobrevivência comparativamente aos<br />

pacientes sem anemia (Elliott, 2000).<br />

Em humanos e em cães está provado que é importante ter em conta os valores <strong>de</strong> pressão<br />

arterial e proteinúria para a <strong>de</strong>terminação do prognóstico, pois são ambos factores <strong>de</strong><br />

progressão da lesão renal, mas em felinos com DRC são ainda necessários mais estudos<br />

(Polzin et al., 2005).<br />

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