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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

sobrevivência do paciente, e a redução da incidência <strong>de</strong> retinopatia hipertensiva e<br />

encefalopatia (Rou<strong>de</strong>bush et al., 2009).<br />

Os agentes anti-hipertensivos que têm sido utilizados em felinos englobam: diuréticos<br />

(furosemida e espironolactona), inibidores da enzima <strong>de</strong> conversão da angiotensina (como o<br />

enalapril e o benazepril), beta-bloqueadores (propranolol e atenolol) e bloqueadores dos<br />

canais <strong>de</strong> cálcio (como o diltiazem e a amlodipina) (Grauer & Atkins, 2007).<br />

Actualmente os anti-hipertensivos <strong>de</strong> eleição em gatos são os bloqueadores dos canais <strong>de</strong><br />

cálcio (BCC’s), que actuam por interferência no influxo <strong>de</strong> cálcio necessário para a<br />

contracção do músculo liso e contracção vascular. Estes não parecem agravar a doença<br />

renal em pacientes hipertensos e são consi<strong>de</strong>rados seguros em gatos. A amlodipina é um<br />

BCC e apresenta várias vantagens que tornam o seu uso amplamente recomendado nestes<br />

pacientes, como a administração diária única, efeito gradual e relativo baixo custo (Acierno<br />

& Labato, 2005). Seria <strong>de</strong> esperar com esta terapêutica o agravamento da hipertensão<br />

glomerular e da proteinúria <strong>de</strong>vido à dilatação da arteríola aferente, mas não ocorre em<br />

felinos hipertensos provavelmente <strong>de</strong>vido a uma diminuição profunda na pressão arterial<br />

que po<strong>de</strong> rondar os 50 mmHg (Syme, 2009). Pelo contrário, o controlo da pressão arterial<br />

com amlodipina em felinos hipertensos tem sido associado a uma redução significativa da<br />

proteinúria, que está relacionada com o aumento da sobrevivência <strong>de</strong>stes pacientes<br />

(Rou<strong>de</strong>bush et al., 2009). A dose recomendada é <strong>de</strong> 0,1 a 0,25 mg/kg (Elliott & Brown,<br />

2004). Se necessário, esta dose po<strong>de</strong> ser duplicada. Em gatos com DRC, a amlodipina<br />

normalmente reduz a pressão arterial sistólica cerca <strong>de</strong> 30 a 50 mmHg nos primeiros 1 a 2<br />

meses <strong>de</strong> tratamento (Polzin, 2009c).<br />

Os inibidores da enzima <strong>de</strong> conversão da angiotensina (IECA’s) actuam por bloqueio da<br />

conversão da angiotensina I em angiotensina II, o que promove a vasodilatação, diminuição<br />

da libertação <strong>de</strong> aldosterona e consequente redução da reabsorção <strong>de</strong> sódio, o que<br />

contraria a expansão do volume intravascular levando à redução da pressão arterial. No<br />

entanto, os IECA’s são menos eficazes no tratamento da hipertensão em felinos. Estudos<br />

têm <strong>de</strong>monstrado que a resposta real é <strong>de</strong>masiado baixa para serem utilizados como<br />

agentes anti-hipertensivos únicos em gatos (Acierno & Labato, 2005). Estes <strong>de</strong>vem ser<br />

adicionados posteriormente à terapêutica se o agente anti-hipertensivo inicial não for<br />

suficiente para o controlo da pressão arterial (Grauer & Atkins, 2007). É possível que esta<br />

combinação confira um efeito renoprotector aditivo ou sinérgico, para além do controlo da<br />

pressão sanguínea (Grauer, 2009).<br />

Durante a terapêutica com estes agentes, os pacientes com DRC <strong>de</strong>vem ser controlados<br />

laboratorialmente, pois existe o risco <strong>de</strong> ocorrer ligeiro agravamento da azotémia (Acierno &<br />

Labato, 2005).<br />

Estudos têm <strong>de</strong>monstrado que os IECA’s são particularmente úteis na redução da pressão<br />

glomerular e da proteinúria <strong>de</strong>vido aos seus efeitos renoprotectores em gatos com DRC<br />

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