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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

do animal. Os riscos associados à subnutrição proteica <strong>de</strong>vem ser equilibrados com os<br />

riscos associados ao aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compostos nitrogenados no sangue<br />

(Buffington et al., 2004).<br />

Os felinos necessitam <strong>de</strong> altos níveis <strong>de</strong> arginina e taurina, pois estes sintetizam apenas<br />

uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> taurina e não po<strong>de</strong>m utilizar a glicina para a conjugação <strong>de</strong><br />

ácidos biliares se existe restrição <strong>de</strong> taurina. Assim, uma fonte animal <strong>de</strong> taurina é<br />

necessária na dieta <strong>de</strong>stes pacientes (Schenck & Chew, 2010).<br />

9.1.2. Electrólitos e minerais<br />

A hipertensão sanguínea é consequência grave e comum no gato que sofre <strong>de</strong> DRC. A<br />

redução gradual do sal na dieta é recomendada como a primeira linha <strong>de</strong> tratamento da<br />

hipertensão arterial (Grauer, 2009). Existem dados que indicam que esta restrição po<strong>de</strong><br />

também ser útil para limitar a progressão das lesões renais. No entanto, actualmente não<br />

existem estudos a favor ou contra a limitação da ingestão <strong>de</strong> sódio em gatos com DRC. Isto<br />

porque, as evidências existentes da associação da ingestão <strong>de</strong> sódio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> hipertensão arterial foram estabelecidas utilizando outros mo<strong>de</strong>los animais e humanos<br />

(Polzin et al., 2000). Esta dieta <strong>de</strong>ve ser introduzida muito gradualmente para evitar efeitos<br />

adversos (Buffington et al., 2004).<br />

A hiperfosfatémia tem sido encontrada em cerca <strong>de</strong> 60% dos gatos com DRC e tem sido<br />

correlacionada com a progressão da doença renal (Surgess, 2008). Estudos realizados<br />

comprovam que a redução do teor <strong>de</strong> fósforo inibe a mineralização do rim, a fibrose e a<br />

infiltração <strong>de</strong> células do sistema monocuclear, e também o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

hiperparatiroidismo renal secundário. Assim, uma dieta com teor reduzido <strong>de</strong> fósforo ajuda a<br />

retardar o <strong>de</strong>senvolvimento da DRC (Buffington et al., 2004). Dado que as proteínas são a<br />

fonte principal <strong>de</strong> fósforo na dieta, a sua limitação no alimento promove também a redução<br />

do teor <strong>de</strong>ste mineral (Polzin et al., 2005). Se a hiperfosfatémia persistir, <strong>de</strong>ve pon<strong>de</strong>rar-se a<br />

utilização <strong>de</strong> quelantes intestinais <strong>de</strong> fósforo, com o objectivo <strong>de</strong> manter os níveis séricos<br />

<strong>de</strong>ste mineral entre 1,0 – 2,0 mmol/l (Surgess, 2008).<br />

Num estudo realizado em gatos com DRC espontânea estável com o objectivo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminar o efeito das dietas restritas em fósforo e proteína, com ou sem associação <strong>de</strong><br />

quelantes intestinais <strong>de</strong> fósforo, sobre a sobrevivência, verificou-se que nos 29 felinos que<br />

aceitaram a dieta, ocorreu uma redução da concentração plasmática <strong>de</strong> fósforo e <strong>de</strong> ureia e<br />

os níveis plasmáticos <strong>de</strong> PTH permaneceram normais. Esta dieta também foi associada a<br />

um maior tempo <strong>de</strong> sobrevivência, 633 dias contra 264 dias nos animais que não aceitaram<br />

a dieta renal. Estes dados sugerem que uma dieta alimentar formulada especificamente<br />

para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s dos felinos com DRC, juntamente com quelantes intestinais<br />

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