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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

9.1. Tratamento nutricional<br />

As alterações dietéticas apresentam um papel fulcral no tratamento <strong>de</strong> felinos com DRC<br />

(Polzin et al., 2005).<br />

A composição da dieta é importante na manutenção da homeostase <strong>de</strong>stes animais,<br />

ajudando a melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e a aumentar o tempo <strong>de</strong> sobrevivência. Estas<br />

alterações dietéticas po<strong>de</strong>m evitar a progressão da doença (Elliott & Elliott, 2008).<br />

Na DRC as funções <strong>de</strong> excreção, regulação e biossíntese <strong>de</strong>sempenhadas pelos rins estão<br />

prejudicadas, e a modificação da dieta po<strong>de</strong> atenuar o impacto <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>stas limitações<br />

funcionais. Os principais objectivos da dieta são então melhorar os sinais clínicos existentes,<br />

diminuir o trabalho renal, minimizar <strong>de</strong>sequilíbrios nutricionais e limitar a progressão das<br />

lesões renais (Polzin et al., 2000).<br />

O tratamento dietético <strong>de</strong>ve englobar uma redução do teor <strong>de</strong> proteínas, fósforo e sódio,<br />

suplementação com anti-oxidantes e vitaminas, aumento dos teores <strong>de</strong> potássio e energia,<br />

mantendo um efeito neutro sobre o equilíbrio ácido-base. Está <strong>de</strong>scrita também a adição <strong>de</strong><br />

fibra para melhorar a excreção dos produtos nitrogenados, resultantes do catabolismo<br />

proteico, por via gastrointestinal (Polzin et al., 2000).<br />

9.1.1. Proteína<br />

A restrição proteica na dieta tem sido associada a efeitos benéficos nos gatos com DRC,<br />

nomeadamente no aumento do tempo <strong>de</strong> sobrevivência do animal (Elliott et al., 2000). Por<br />

este facto, a redução na ingestão <strong>de</strong> proteína tem sido, ao longo dos anos, a base do<br />

tratamento nutricional <strong>de</strong>stes pacientes (Alen et al., 2000).<br />

O excesso <strong>de</strong> proteína veiculado pela dieta é catabolizado formando ureia e outros<br />

compostos azotados que são excretados pelo rim. Com a progressiva perda da função renal<br />

estas substâncias vão-se acumulando no organismo, gerando azotémia e urémia que<br />

agravam ainda mais o estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do animal (Alen et al., 2000).<br />

Está aconselhada uma redução proteica mo<strong>de</strong>rada, mas esta restrição como uma simples<br />

mudança na dieta não parece oferecer protecção contra a progressão da doença renal em<br />

gatos com DRC avançada (Schenck & Chew, 2010). Esta dieta diminui a proteinúria, a lesão<br />

glomerular e a perda progressiva da função renal (Surgess, 2008).<br />

A quantida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> proteína nas dietas <strong>de</strong> animais com DRC ainda não foi estabelecida,<br />

no entanto, é recomendado por alguns autores que a ingestão <strong>de</strong> proteína <strong>de</strong>ve ser restrita<br />

a cerca <strong>de</strong> 20% do total <strong>de</strong> calorias da dieta dos felinos com DRC (Surgess, 2008). Quando<br />

se opta por este tipo <strong>de</strong> dieta, <strong>de</strong>ve evitar-se uma restrição proteica exagerada que possa<br />

gerar subnutrição proteica. Torna-se assim imprescindível monitorizar a dieta durante o<br />

tempo <strong>de</strong> implementação e a<strong>de</strong>quá-la, sempre que necessário, às necessida<strong>de</strong>s nutricionais<br />

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