25.04.2013 Views

Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

contendo inibidores das proteases, ou congelada nas primeiras duas horas, sendo<br />

transportada para o laboratório no estado congelado. O uso <strong>de</strong> inibidores das proteases<br />

po<strong>de</strong> facilitar o transporte sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> congelar a amostra (Elliott & Brown, 2004).<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do método adoptado, este <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>vidamente validado para a<br />

utilização em cães e gatos (Elliott & Brown, 2004).<br />

Em <strong>Medicina</strong> Humana está em investigação clínica a <strong>de</strong>terminação dos níveis plasmáticos<br />

do Fibroblast Growth Factor-23 (FGF-23), que parece sofrer elevação com o agravamento<br />

da doença renal e o <strong>de</strong>senvolvimento do hiperparatiroidismo (Ferreira, 2008).<br />

8.7. Acidose metabólica<br />

A acidose metabólica é uma manifestação comum da DRC em gatos, afectando 60 a 80%<br />

dos pacientes (Polzin et al., 2000). Surge principalmente em animais no estadio IV e está<br />

associada à progressão da doença (Corta<strong>de</strong>llas, 2009b). Num estudo retrospectivo em<br />

felinos com DRC cerca <strong>de</strong> 80% apresentou acidose metabólica, através da <strong>de</strong>terminação do<br />

pH do sangue venoso e da concentração <strong>de</strong> bicarbonato (Lulich et al., 1992). A prevalência<br />

num recente estudo em 59 gatos com DRC espontânea foi <strong>de</strong> 52,6% em gatos no estadio<br />

IV, 15% nos pacientes no estadio III da doença, e 0% em gatos nos estadios I e II (Elliott et<br />

al., 2003).<br />

Os rins mantêm o equilíbrio ácido-base através <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong> reabsorção tubular<br />

renal <strong>de</strong> bicarbonato filtrado e excreção <strong>de</strong> protões como a amónia. A excreção renal <strong>de</strong><br />

protões efectivamente regenera o bicarbonato perdido através do tracto gastrointestinal,<br />

urinário ou respiratório (Polzin et al., 2000). Quando a função renal se <strong>de</strong>teriora, a excreção<br />

<strong>de</strong> H + mantém-se por aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amónia excretada pelos nefrónios que<br />

permanecem funcionais. No entanto, a um <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong> disfunção renal, per<strong>de</strong>-se a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> excreção <strong>de</strong> H + por limitação da amoniogénese renal e surge a acidose<br />

metabólica (Polzin et al., 2005). Os resultados <strong>de</strong> alguns estudos sugerem que as<br />

compensações acima mencionadas po<strong>de</strong>m não ocorrer em gatos. A alta incidência <strong>de</strong><br />

acidose metabólica nestes animais sugere que po<strong>de</strong>m apresentar um risco acrescido <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver acidose exactamente <strong>de</strong>vido a esta limitação (Polzin et al., 2000). A alteração<br />

da reabsorção tubular renal do bicarbonato filtrado também po<strong>de</strong> contribuir para a acidose<br />

(Polzin et al., 2005).<br />

O consumo <strong>de</strong> bicarbonato e a retenção <strong>de</strong> cloro provocam uma acidose hiperclorémica<br />

(hiato aniónico normal). Quando a retenção <strong>de</strong> fósforo e ácidos orgânicos (ácido úrico, ácido<br />

hipúrico, ácido láctico) é suficiente, produz-se uma acidose com um hiato aniónico alto<br />

(Polzin et al., 2005).<br />

A acidose metabólica crónica po<strong>de</strong> favorecer vários efeitos clínicos adversos como anorexia,<br />

náuseas, vómitos, letargia, <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>, atrofia muscular, perda <strong>de</strong> peso e <strong>de</strong>snutrição. O<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!