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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

A hipertensão arterial afecta negativamente o prognóstico a longo prazo (Polzin et al., 2005).<br />

Quando está presente po<strong>de</strong> contribuir para a perda progressiva <strong>de</strong> nefrónios, causando<br />

danos glomerulares irreversíveis através do aumento da pressão intraglomerular e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> glomeruloesclerose (Grauer & Atkins, 2007).<br />

Embora o mecanismo exacto responsável pelo <strong>de</strong>senvolvimento da hipertensão em felinos<br />

ainda seja <strong>de</strong>sconhecido, suspeita-se do envolvimento <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong> cicatrização<br />

capilar glomerular e arteriolar, diminuição da produção <strong>de</strong> prostaglandinas vasodilatadoras<br />

renais, responsivida<strong>de</strong> aumentada aos mecanismos normais <strong>de</strong> pressão e activação do<br />

SRAA, secundária a excreção <strong>de</strong> sódio comprometida e secreção excessiva <strong>de</strong> renina. O<br />

aumento da secreção <strong>de</strong> renina leva à elevação da produção <strong>de</strong> angiotensina II e<br />

aldosterona. Para além do seu efeito vasopressor, a angiotensina II também tem efeito<br />

directo na estimulação do sistema nervoso simpático, aumentando o tónus vascular, que na<br />

DRC provoca vasoconstrição da arteríola eferente contribuindo para a hipertensão<br />

intraglomerular (Grauer & Atkins, 2007).<br />

As consequências são geralmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da magnitu<strong>de</strong> e duração da elevação da<br />

pressão arterial. Estas incluem repercussões a nível ocular, renal, cardiovascular e<br />

neurológico (Cortatellas, 2009b). Po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sopro cardíaco, arritmia<br />

e ritmo <strong>de</strong> galope. No gato, as alterações cardíacas incluem espessamento do septo<br />

interventricular e da pare<strong>de</strong> ventricular livre, redução do diâmetro diastólico ventricular<br />

interno, e dilatação da aorta a nível proximal (Acierno & Labato, 2005).<br />

O diagnóstico e tratamento da hipertensão em felinos com DRC po<strong>de</strong>m impedir o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lesões na retina ou limitar/retardar a progressão das lesões renais e<br />

cardíacas (Grauer & Atkins, 2007). O seu diagnóstico é realizado sobretudo por recurso a<br />

métodos indirectos <strong>de</strong> medição da pressão arterial (Doppler, método oscilométrico). Os<br />

valores <strong>de</strong>vem ser confirmados em duas ou três medições para garantir que o valor da<br />

pressão arterial não é resultado do efeito da “bata branca” (Ford & Mazzaferro, 2006).<br />

A terapia hipertensiva está indicada em animais com repercussões sistémicas provocadas<br />

pela hipertensão, e/ou quando a pressão arterial sistólica se encontra persistentemente<br />

acima <strong>de</strong> 160 mmHg (Corta<strong>de</strong>llas, 2009b).<br />

8.6. Hiperparatiroidismo renal secundário<br />

8.6.1. Incidência e fisiopatologia<br />

O fósforo é um elemento essencial à formação do osso e ao metabolismo energético das<br />

células. Aproximadamente 80 a 90% do fósforo encontra-se nos ossos, 10 a 14% no interior<br />

das células e 1% no espaço extracelular. A homeostase do fósforo é mantida pela absorção<br />

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