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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

solutos), a alteração da arquitectura medular e a <strong>de</strong>ficiente resposta à ADH. Esta perda <strong>de</strong><br />

sensibilida<strong>de</strong> renal à ADH po<strong>de</strong> ser resultado <strong>de</strong> um aumento do fluxo tubular distal, que<br />

limita o equilíbrio <strong>de</strong> fluido tubular com o interstício medular hipertónico. Para além <strong>de</strong>ste<br />

aspecto, na urémia, a activida<strong>de</strong> da a<strong>de</strong>nilciclase estimulada pela ADH e a permeabilida<strong>de</strong><br />

da água nos nefrónios distais po<strong>de</strong>m estar alteradas (Polzin et al., 2005).<br />

A polidipsia é uma resposta compensatória à poliúria. Se a ingestão <strong>de</strong> líquidos não<br />

compensa as perdas urinárias, surge a <strong>de</strong>sidratação, <strong>de</strong>vido à incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

concentração da urina. A <strong>de</strong>sidratação como consequência da ina<strong>de</strong>quada ingestão <strong>de</strong><br />

líquidos é um problema comum em gatos com DRC (Polzin et al., 2005).<br />

8.3. Complicações gastrointestinais<br />

As complicações gastrointestinais são os sinais clínicos mais frequentes e evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

urémia. A anorexia e a perda <strong>de</strong> peso são inespecíficas e po<strong>de</strong>m antece<strong>de</strong>r outros sinais.<br />

Nos gatos com DRC o apetite po<strong>de</strong> ser selectivo para certos alimentos e aumentar ou<br />

diminuir ao longo do dia. Os factores que provocam a perda <strong>de</strong> peso e a <strong>de</strong>snutrição<br />

compreen<strong>de</strong>m a anorexia, náuseas, vómitos e a redução consequente na ingestão <strong>de</strong><br />

nutrientes, alterações hormonais e metabólicas e factores catabólicos relacionados com a<br />

urémia, em particular a acidose (Grauer, 2009).<br />

As causas <strong>de</strong> vómito e anorexia incluem: (1) a estimulação da chemoreceptor trigger zone<br />

(CTZ) pelas toxinas urémicas, (2) a diminuição da excreção <strong>de</strong> gastrina, resultando no<br />

aumento da secreção <strong>de</strong> ácido gástrico, e (3) a irritação do tracto gastrointestinal secundária<br />

a vasculite urémica (Grauer, 2009).<br />

O vómito é um sinal frequente mas inconstante <strong>de</strong> urémia. A sua intensida<strong>de</strong> relaciona-se<br />

directamente com a gravida<strong>de</strong> da azotémia. Como a gastrite urémica po<strong>de</strong> ser ulcerativa,<br />

por vezes ocorre hematemese. Estima-se que um quarto a um terço dos felinos com sinais<br />

clínicos <strong>de</strong> urémia apresenta vómito. Este po<strong>de</strong> alterar a polidipsia compensatória,<br />

aumentando o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação e exacerbação da azotémia pré-renal e dos sinais<br />

clínicos <strong>de</strong> urémia (Polzin et al., 2005).<br />

A gastropatia urémica caracteriza-se microscopicamente por atrofia glandular, e<strong>de</strong>ma da<br />

lâmina própria, infiltração <strong>de</strong> mastócitos, fibroplasia, mineralização e arterite submucosa. As<br />

concentrações altas <strong>de</strong> gastrina foram relacionadas com o <strong>de</strong>senvolvimento da gastropatia<br />

urémica. A gastrina induz a secreção ácida gástrica directamente ao estimular os receptores<br />

localizados nas células parietais gástricas e aumentando a libertação <strong>de</strong> histamina pelos<br />

mastócitos da mucosa gástrica. O aumento da libertação <strong>de</strong> histamina também po<strong>de</strong><br />

estimular a ulceração gastrointestinal e a necrose isquémica da mucosa através <strong>de</strong> um<br />

mecanismo vascular que se caracteriza por dilatação das vénulas e capilares pequenos,<br />

aumento da permeabilida<strong>de</strong> endotelial e trombose intravascular. Como mais <strong>de</strong> 40% da<br />

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