Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro
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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />
Nos felinos com DRC, radiograficamente, os rins ten<strong>de</strong>m a ser pequenos e irregulares com<br />
mineralização <strong>de</strong> tecidos moles (Feeney & Johnston, 2002). O hiperparatiroidismo renal<br />
secundário é uma complicação comum da DRC em gatos e po<strong>de</strong> manifestar-se no<br />
esqueleto com alterações radiográficas visíveis. As mais precoces surgem no crânio e na<br />
mandíbula com presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>smineralização acentuada, ao ponto dos <strong>de</strong>ntes surgirem<br />
mais radiopacos que os ossos do crânio. A calcificação metastática é também uma<br />
consequência <strong>de</strong>sta doença renal. A mineralização é mais proeminente no estômago,<br />
artérias, articulações e rins, apesar da opacida<strong>de</strong> mineral também po<strong>de</strong>r surgir no miocárdio,<br />
pulmões e fígado (Larson, 2009).<br />
7.3.1.2. Urografia <strong>de</strong> excreção<br />
Muitas vezes as radiografias simples oferecem informação insuficiente no que diz respeito a<br />
doenças do tracto urinário superior. Devido a essas limitações a urografia <strong>de</strong> excreção tem<br />
sido um instrumento valioso para a avaliação dos rins e também dos ureteres (Heuter,<br />
2005). Esta técnica avalia a função excretora relativa dos rins e a estrutura do tracto<br />
urinário, e permite a avaliação e distinção entre lesões focais, multifocais e doenças renais<br />
difusas. Para isso utiliza um meio <strong>de</strong> contraste iodado iónico ou não iónico hidrossolúvel,<br />
como o iopamidol ou o iohexol (Seyrek-Intas & Kramer, 2008). A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo<br />
po<strong>de</strong> ser afectada por três factores: a filtração glomerular, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração<br />
renal e o estado <strong>de</strong> hidratação do paciente. A hidratação do paciente é essencial para<br />
garantir a perfusão renal a<strong>de</strong>quada e, portanto, a filtração glomerular renal e a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> concentração. Este exame po<strong>de</strong> ser realizado em animais com ou sem azotémia <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que estejam bem hidratados (Heuter, 2005).<br />
Antes <strong>de</strong> efectuar esta técnica, o animal <strong>de</strong>ve estar em jejum <strong>de</strong> sólidos durante 12 horas, e<br />
<strong>de</strong>vem ser feitos enemas, pelo menos, 2 horas antes do procedimento, para que o tracto<br />
gastrointestinal esteja livre <strong>de</strong> fezes e gás. Previamente ao exame, são realizadas duas<br />
radiografias simples nos planos ventrodorsal e latero-lateral (Larson, 2009). O estudo é<br />
efectuado através da administração <strong>de</strong> bolus endovenosos <strong>de</strong> contraste iodado com um teor<br />
<strong>de</strong> iodo equivalente a 400 – 800 mg iodo/Kg, através <strong>de</strong> um cateter endovenoso, que <strong>de</strong>ve<br />
ser mantido pelo menos 15 a 20 minutos após a administração do contraste, para garantir<br />
uma via aberta caso ocorra hipotensão como resposta ao meio <strong>de</strong> contraste (Heuter, 2005).<br />
Após 5 a 20 segundos (fase <strong>de</strong> nefrograma vascular) da administração, são realizadas<br />
radiografias em projecção ventrodorsal e latero-lateral, e em seguida ao fim <strong>de</strong> 5, 20 e 40<br />
minutos (fase <strong>de</strong> pielograma excretor) da administração do contraste (Seyrek-Intas &<br />
Kramer, 2008). As fases da urografia <strong>de</strong> excreção são <strong>de</strong>nominadas nefrográfica e<br />
pielográfica. O nefrograma é visto como a opacida<strong>de</strong> do parênquima renal funcional,<br />
enquanto o pielograma é a opacida<strong>de</strong> da pélvis renal e ureteres. Cada fase <strong>de</strong>ve ser<br />
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