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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

inflamação do tracto urinário inferior e/ou hemorragia. Portanto, a proteinúria também <strong>de</strong>ve<br />

ser avaliada em relação às alterações do sedimento urinário que são compatíveis com<br />

inflamação ou hemorragia (Grauer, 2009).<br />

c. Rácio proteína/creatinina urinário<br />

Esta técnica permite a quantificação exacta da perda <strong>de</strong> proteína pela urina. A sua<br />

<strong>de</strong>terminação é aconselhada nos casos em que o teste rápido <strong>de</strong> bioquímica urinária ou o<br />

<strong>de</strong> ASS indiquem proteinúria significativa tendo em conta a DUE e com um exame <strong>de</strong><br />

sedimento urinário normal, ou seja, nos casos em que existe a suspeita <strong>de</strong> proteinúria renal.<br />

Esta quantificação é importante para avaliar a gravida<strong>de</strong> da lesão renal, a resposta ao<br />

tratamento e a progressão da doença (Grauer, 2009).<br />

O gold standard para avaliar a perda <strong>de</strong> proteína na urina consiste na recolha urinária<br />

durante um período <strong>de</strong> 24 horas, medir o seu volume e a concentração <strong>de</strong> proteínas com<br />

precisão, e calcular a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteína perdida (mg <strong>de</strong> proteína na urina/kg) nesse<br />

período <strong>de</strong> tempo. Esta técnica é utilizada apenas no contexto <strong>de</strong> investigação, porque as<br />

instalações que permitem a recolha <strong>de</strong> urina por um período <strong>de</strong> 24 horas normalmente não<br />

estão disponíveis na prática clínica. A medição do rácio UPC é usada na prática veterinária<br />

como uma alternativa para a medição da excreção <strong>de</strong> proteína na urina <strong>de</strong> 24 horas (Elliott<br />

& Brown, 2004). O rácio UPC representa as variações da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteína no volume<br />

<strong>de</strong> urina, por meio da concentração <strong>de</strong> creatinina (Reine & Langston, 2005). Isto porque, a<br />

creatinina é consi<strong>de</strong>rada um bom indicador <strong>de</strong> estimativa da TFG, logo, a concentração<br />

urinária <strong>de</strong> creatinina é proporcional à concentração total <strong>de</strong> soluto na urina. Sendo assim, a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteína perdida po<strong>de</strong> ser quantificada, eliminando-se a interferência do<br />

volume <strong>de</strong> urina (Castro et al., 2008).<br />

Vários estudos <strong>de</strong>monstraram que a excreção normal <strong>de</strong> proteína urinária em gatos é<br />

inferior a 10 – 20 mg/kg/24 horas (Grauer, 2009).<br />

Antes ou durante a <strong>de</strong>terminação do rácio, <strong>de</strong>ve ser realizada uma urianálise completa, pois<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar a presença <strong>de</strong> hematúria ou piúria indicativas <strong>de</strong> proteinúria não-glomerular.<br />

Quando existe evidência <strong>de</strong> inflamação ou hemorragia, a quantificação da proteinúria <strong>de</strong>ve<br />

ser repetida após a terapêutica bem sucedida da doença inflamatória. Esta técnica não <strong>de</strong>ve<br />

ser utilizada com o objectivo <strong>de</strong> diferenciar a proteinúria glomerular da proteinúria associada<br />

à inflamação do tracto urinário inferior ou hemorragia (Grauer, 2009).<br />

Vários estudos dão conta que aproximadamente um terço dos gatos com DRC são<br />

consi<strong>de</strong>rados proteinúricos, segundo os critérios estabelecidos pela IRIS (rácio UPC >0,4)<br />

(Castro et al., 2008).<br />

O rácio UPC <strong>de</strong>ve ser monitorizado <strong>de</strong> modo a acompanhar a resposta ao tratamento<br />

quando estão indicadas intervenções terapêuticas (Lees et al., 2005).<br />

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