Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro
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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />
avançada, mas geralmente encontra-se <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> referência nos gatos com<br />
doença ligeira a mo<strong>de</strong>rada (DiBartola, 2009).<br />
7.2.1.5. Potássio<br />
Os iões potássio (K + ) são importantes na regulação do processo <strong>de</strong> excitação das<br />
membranas plasmáticas. A sua concentração plasmática é rigorosamente regulada. A nível<br />
renal ocorre reabsorção da carga filtrada pelo túbulo proximal, e a excreção através do<br />
túbulo contornado distal é rigorosamente regulada por um mecanismo sensível à<br />
aldosterona. Na DRC os nefrónios que permanecem funcionais adaptam-se <strong>de</strong> forma a<br />
manter a secreção <strong>de</strong> K + , assegurando a sua homeostase. Nos animais com DRC a<br />
progressão da doença renal e o aumento da taxa <strong>de</strong> fluido tubular po<strong>de</strong>m levar à perda<br />
excessiva <strong>de</strong> K + na urina. Além disso, a excreção <strong>de</strong> K + através do cólon também está<br />
aumentada. Ao interpretar a concentração plasmática <strong>de</strong> K + nestes pacientes, é importante<br />
reconhecer que as suas flutuações também po<strong>de</strong>m ocorrer como resultado do seu<br />
movimento entre os fluidos intra e extracelular (Elliott & Brown, 2004), pois, o potássio<br />
intracelular correspon<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 95% do potássio total do organismo, tornando difícil a<br />
avaliação do balanço <strong>de</strong>ste ião com base apenas na sua concentração sérica. Cerca <strong>de</strong> 20<br />
a 30% dos gatos com DRC <strong>de</strong>senvolvem hipocalémia (DiBartola, 2009).<br />
7.2.1.6. Bicarbonato e Dióxido <strong>de</strong> carbono<br />
A <strong>de</strong>terminação da concentração <strong>de</strong> ião bicarbonato (HCO3 - ) ou <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono (CO2)<br />
total é importante na avaliação do paciente azotémico. A acidose metabólica po<strong>de</strong> ocorrer<br />
em animais com azotémia severa, particularmente em pacientes com agudização da DRC. A<br />
medição <strong>de</strong>stes parâmetros ácido-base na prática clínica po<strong>de</strong> facilitar o diagnóstico das<br />
alterações metabólicas e tornar a sua terapêutica mais eficiente. A avaliação <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>ve<br />
ser realizada imediatamente após a colheita da amostra, <strong>de</strong> forma a minimizar as alterações<br />
significativas que ocorrem no pH e na pressão parcial <strong>de</strong> CO2. A colheita do sangue <strong>de</strong>ve<br />
ser realizada 6 a 8 horas após a refeição para evitar a alcalinização que ocorre com a<br />
ingestão <strong>de</strong> alimentos. Para minimizar as interferências externas nos resultados, a amostra<br />
<strong>de</strong>ve ser recolhida da veia jugular no animal calmo. O valor <strong>de</strong> pH ten<strong>de</strong> a ser mais baixo<br />
quando a amostra é colhida da veia cefálica <strong>de</strong>vido a estase venosa (Elliott & Brown, 2004).<br />
A interpretação dos resultados obtidos é relativamente simples <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o paciente não<br />
possua problemas respiratórios. A acidose metabólica é caracterizada por uma reduzida<br />
concentração <strong>de</strong> bicarbonato juntamente com um pH baixo do sangue venoso. A<br />
concentração <strong>de</strong> bicarbonato muitas vezes apenas se aproxima do limite inferior do intervalo<br />
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