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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

4. Etiologia<br />

Sempre que possível a causa da DRC <strong>de</strong>ve ser investigada, embora qualquer processo que<br />

leve a <strong>de</strong>struição do tecido renal possa estar na sua base (Brown, 1998). O tratamento<br />

específico que permite controlar ou eliminar a causa primária não altera as lesões renais<br />

irreversíveis já existentes, mas é importante para abrandar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lesões<br />

renais adicionais (Polzin et al., 2005). Para chegar à causa primária geralmente é realizado<br />

um painel bioquímico sérico, urianálise, urocultura, radiografia abdominal e/ou ecografia<br />

abdominal. Depen<strong>de</strong>ndo do caso po<strong>de</strong> também ser útil a realização <strong>de</strong> biópsia renal ou<br />

punção aspiração por agulha fina (PAAF), principalmente quando apenas um dos rins<br />

parece estar envolvido (Brown, 1998).<br />

Existem inúmeras causas conhecidas <strong>de</strong> DRC em gatos, mas na gran<strong>de</strong> maioria dos casos<br />

esta permanece <strong>de</strong>sconhecida (Brown, 1998). As alterações funcionais e estruturais<br />

verificadas durante as primeiras fases das doenças renais generalizadas progressivas,<br />

permitem i<strong>de</strong>ntificar uma causa específica e localizar a lesão inicial nos glomérulos, túbulos,<br />

interstício ou vasos. No entanto, com o tempo, as alterações <strong>de</strong>strutivas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong><br />

variável (atrofia, inflamação, fibrose e mineralização dos nefrónios) originam semelhanças<br />

funcionais e morfológicas com as alterações patológicas associadas a estas doenças,<br />

tornando o diagnóstico da causa muito mais difícil (Polzin et al., 2005). Estudos revelam que<br />

em 29 a 66% dos casos <strong>de</strong> DRC felina não é possível chegar ao diagnóstico da causa<br />

(Barber, 2004). Esta dificulda<strong>de</strong> pren<strong>de</strong>-se com três fenómenos relacionados com a<br />

evolução da doença: (1) alguns dos componentes dos nefrónios são funcionalmente<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, ou seja, o resultado final <strong>de</strong> uma lesão irreversível em qualquer uma das<br />

suas porções é semelhante, acarretando invariavelmente lesões progressivas e irreversíveis<br />

noutras estruturas, (2) as respostas funcionais e morfológicas dos rins aos diferentes<br />

agentes etiológicos são limitadas, e (3) após a maturação dos nefrónios, que está concluída<br />

aproximadamente ao mês <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, não é possível a produção <strong>de</strong> novos para substituir os<br />

que são <strong>de</strong>struídos <strong>de</strong> forma irreversível (Polzin et al., 2005).<br />

Num estudo efectuado por Minkus e Horauf (1994) em amostras <strong>de</strong> rim obtidas por biópsia<br />

em 47 felinos com azotémia primária renal, 70,4% dos casos apresentavam nefrite tubulointersticial<br />

crónica, glomerulopatia em 14,8%, linfossarcoma em 10,6% dos gatos e<br />

amiloidose em apenas 2,1%. As doenças glomerulares estão relacionadas com vários<br />

processos neoplásicos, metabólicos, inflamatórios e infecciosos (Polzin et al., 2005).<br />

A nefrite intersticial crónica, também <strong>de</strong>nominada nefrite tubulo-intersticial crónica ou fibrose<br />

intersticial crónica, é caracterizada por rins pequenos e firmes <strong>de</strong> superfície irregular à<br />

palpação abdominal e, microscopicamente, por fibrose intersticial extensa acompanhada por<br />

atrofia tubular, nefrocalcinose e glomeruloesclerose. Este é apenas um diagnóstico<br />

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