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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

ácido-base a longo prazo e pela excreção do excesso <strong>de</strong> iões hidrogénio (H + ). A situação<br />

mais frequente que <strong>de</strong>ve ser corrigida é o excesso <strong>de</strong> H + nos líquidos corporais. O ácido é<br />

um subproduto do metabolismo e é constantemente produzido. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ácido<br />

produzida varia com a dieta, exercício e funções <strong>de</strong> outros processos fisiológicos (Verlan<strong>de</strong>r,<br />

2009).<br />

Os rins são responsáveis pela excreção efectiva da maior parte do excesso <strong>de</strong> H+,<br />

principalmente a nível do túbulo proximal e no ducto colector. O túbulo proximal é<br />

responsável sobretudo pela secreção da maior parte do ácido, enquanto o ducto colector é o<br />

principal responsável pelo controlo da excreção <strong>de</strong> ácido e pelo pH final da urina. Os<br />

tampões presentes no fluido tubular são importantes na eficiência do processo <strong>de</strong> excreção<br />

ácida. Estes recebem o H + segregado e minimizam a redução do pH no fluido tubular. Os<br />

tampões mais importantes são o bicarbonato e o fosfato (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

Outro dos principais componentes da manutenção do equilíbrio ácido-base é a formação e<br />

excreção renal do ião amónia (NH4 + ). Este tem origem no metabolismo do aminoácido<br />

glutamina a nível das células do túbulo proximal. Este processo é <strong>de</strong>nominado<br />

amoniogénese renal, durante o qual também ocorre formação <strong>de</strong> bicarbonato a partir <strong>de</strong><br />

outros produtos do metabolismo da glutamina. A amoniogénese renal é intensificada pela<br />

acidose e é uma importante resposta renal ao aumento da carga ácida (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

2. Conceitos<br />

Recentemente foi proposto que o termo doença renal <strong>de</strong>ve ser utilizado em <strong>de</strong>trimento do<br />

termo insuficiência renal. Ao usar o termo doença renal e através do estadiamento da<br />

gravida<strong>de</strong> da doença irá facilitar a compreensão, comunicação e aplicação das orientações<br />

<strong>de</strong> maneio <strong>de</strong>stes pacientes (Rou<strong>de</strong>bush et al., 2009).<br />

A doença renal <strong>de</strong>fine-se como a presença <strong>de</strong> alterações funcionais e estruturais em um ou<br />

ambos os rins. É caracterizada pela redução da função renal ou pela presença <strong>de</strong> lesões<br />

renais. Estas lesões po<strong>de</strong>m ser micro ou macroscópicas, <strong>de</strong>tectadas por biópsia renal ou<br />

visualização directa dos rins, exames imagiológicos ou por marcadores <strong>de</strong> função renal<br />

<strong>de</strong>terminados mediante análises sanguíneas e urinárias (Polzin et al., 2005).<br />

O uso dos termos doença renal, falha renal, insuficiência renal, azotémia e urémia como<br />

sinónimos po<strong>de</strong> levar a um diagnóstico errado e tratamento ina<strong>de</strong>quado. Doença renal não<br />

<strong>de</strong>ve utilizar-se como sinónimo <strong>de</strong> insuficiência renal ou urémia. Depen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> parênquima renal afectado e da gravida<strong>de</strong> e duração das lesões, a doença renal po<strong>de</strong><br />

produzir ou não insuficiência renal ou urémia. É importante fazer esta distinção, pois os<br />

tratamentos <strong>de</strong> apoio e sintomático para corrigir os <strong>de</strong>sequilíbrios hidro-electrolítico, ácidobase,<br />

<strong>de</strong> nutrientes e endócrinos nos pacientes com insuficiência renal, normalmente não<br />

são a<strong>de</strong>quados para os pacientes com doença renal sem disfunção renal. A doença renal<br />

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