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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

Outra característica que afecta a capacida<strong>de</strong> e a velocida<strong>de</strong> das moléculas em atravessar a<br />

barreira <strong>de</strong> filtração é a sua carga eléctrica. A forma catiónica (carregada positivamente) é<br />

filtrada mais livremente que a forma neutra, e esta é preferencialmente filtrada em relação à<br />

sua forma aniónica (carregada negativamente). A forma e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação da<br />

molécula também são importantes no processo <strong>de</strong> filtração (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

As alterações da TFG são reguladas por factores sistémicos e intrínsecos. A TFG é mantida<br />

em valores relativamente constantes pelos rins, apesar das variações <strong>de</strong> pressão arterial<br />

sistémica e <strong>de</strong> fluxo sanguíneo renal. Os efeitos renais sobre a pressão sanguínea sistémica<br />

e o volume são regulados, primariamente, por factores humorais, sobretudo pelo sistema<br />

renina-angiotensina-aldosterona (SRAA). A renina é uma hormona produzida por células<br />

especializadas da pare<strong>de</strong> da arteríola aferente, as células mesangiais granulares<br />

extraglomerulares. Quando ocorre diminuição da pressão <strong>de</strong> perfusão renal, mais<br />

comummente causada por hipotensão sistémica, é estimulada a libertação <strong>de</strong> renina que<br />

catalisa a transformação do angiotensinogénio, produzido no fígado, em angiotensina I. Esta<br />

é convertida numa forma mais activa, a angiotensina II, pela enzima <strong>de</strong> conversão da<br />

angiotensina, que se localiza principalmente no endotélio vascular do pulmão, mas também<br />

nos rins e em outros órgãos. A angiotensina II é um potente vasoconstritor que actua<br />

directamente com o objectivo <strong>de</strong> aumentar a pressão sanguínea sistémica e a pressão <strong>de</strong><br />

perfusão renal. Esta promove ainda a secreção da aldosterona pela glândula supra-renal e a<br />

secreção <strong>de</strong> vasopressina (ou hormona antidiurética – ADH) pela hipófise. A aldosterona<br />

aumenta a reabsorção <strong>de</strong> sódio e água no ducto colector enquanto a ADH aumenta a<br />

reabsorção <strong>de</strong> ureia e água. Essa reabsorção culmina no aumento do volume intravascular<br />

que consequentemente melhora a perfusão renal. A correcção da perfusão renal e níveis<br />

plasmáticos elevados <strong>de</strong> angiotensina II suprimem a sua secreção, gerando um mecanismo<br />

<strong>de</strong> retroalimentação negativa que assegura a manutenção da perfusão renal e da TFG<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites fisiológicos. Estes níveis elevados <strong>de</strong> angiotensina II estimulam ainda a<br />

produção e libertação da prostaglandina E2 e da prostaglandina I2 (prostaciclina), que são<br />

duas importantes prostaglandinas renais vasodilatadoras. Esta resposta é um importante<br />

mo<strong>de</strong>lador do SRAA (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

Os factores sistémicos que po<strong>de</strong>m contribuir para as alterações na TFG incluem o controlo<br />

sistémico do volume sanguíneo e do tónus vascular. Muitas hormonas regulam o volume<br />

sanguíneo, para além da aldosterona e da ADH. Uma <strong>de</strong>las é o péptido natriurético atrial,<br />

hormona produzida no átrio cardíaco, que causa natriurese (perda <strong>de</strong> sódio) e diurese<br />

(perda <strong>de</strong> água) reduzindo o volume sanguíneo. Os factores sistémicos que afectam o tónus<br />

dos vasos incluem a ADH e as catecolaminas circulantes que causam vasoconstrição<br />

sistémica e aumento da pressão sanguínea (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

A <strong>de</strong>terminação da TFG baseia-se no conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>puração (ou clearence), isto é, a<br />

velocida<strong>de</strong> com que <strong>de</strong>terminada substância é removida do plasma. O gold standard <strong>de</strong><br />

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