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Faculdade de Medicina Veterinária - Hospital Veterinário Montenegro

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Cláudia Freitas Estadiamento da Doença Renal Crónica em Felinos 2010<br />

1.2. Fisiologia renal<br />

O rim <strong>de</strong>sempenha um conjunto <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> extrema importância relacionadas com a<br />

manutenção da homeostase do organismo. Tais funções são possíveis <strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> células que compõem os nefrónios, com funções específicas e capazes <strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r, consoante as necessida<strong>de</strong>s do organismo, a um conjunto intrincado <strong>de</strong> sinais<br />

(Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

Os dois rins recebem cerca <strong>de</strong> 25% do débito cardíaco, filtrando o sangue <strong>de</strong> modo a<br />

excretar resíduos provenientes do metabolismo e reaproveitar substâncias filtradas<br />

necessárias ao organismo, nomeadamente água, <strong>de</strong>terminados electrólitos e proteínas <strong>de</strong><br />

baixo peso molecular. O rim altera o ritmo <strong>de</strong> reabsorção ou secreção <strong>de</strong> água e dos<br />

diversos electrólitos <strong>de</strong> acordo com o excesso ou <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>stas substâncias no<br />

organismo, contribuindo <strong>de</strong>ste modo também para a homeostase ácido-base. Estes órgãos<br />

são também responsáveis pela produção <strong>de</strong> hormonas envolvidas no controlo da pressão<br />

sanguínea e na produção <strong>de</strong> eritrócitos (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

1.2.1. Filtração glomerular<br />

A filtração realiza-se no glomérulo, que consiste numa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> capilares com estrutura<br />

especialmente <strong>de</strong>stinada à retenção <strong>de</strong> elementos celulares e proteínas <strong>de</strong> médio e alto<br />

peso molecular. Este está envolto numa camada <strong>de</strong> células epiteliais <strong>de</strong>nominada cápsula<br />

<strong>de</strong> Bowman. A área entre o glomérulo e a cápsula <strong>de</strong> Bowman é conhecida como espaço <strong>de</strong><br />

Bowman, local que recebe o filtrado glomerular, para ser conduzido ao túbulo proximal. O<br />

filtrado glomerular é o resultado da filtração e possui composição <strong>de</strong> electrólitos e água<br />

aproximadamente idêntica ao plasma (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

A taxa <strong>de</strong> filtração glomerular (TFG) é um dos parâmetros mais importantes <strong>de</strong><br />

funcionalida<strong>de</strong> renal frequentemente avaliada na prática clínica. Esta é expressa em<br />

mililitros <strong>de</strong> filtrado glomerular formado por minuto, por quilograma <strong>de</strong> peso corporal. A TFG<br />

é <strong>de</strong>terminada pela pressão efectiva <strong>de</strong> filtração, pela permeabilida<strong>de</strong> da barreira <strong>de</strong> filtração<br />

e pela área <strong>de</strong> superfície disponível para a filtração. Define-se como o produto entre a<br />

pressão final média <strong>de</strong> filtração e o coeficiente <strong>de</strong> ultrafiltração. A pare<strong>de</strong> capilar glomerular<br />

cria uma barreira às forças que favorecem e se opõem à filtração do sangue. A barreira <strong>de</strong><br />

filtração é selectivamente permeável apresentando características estruturais e químicas<br />

que <strong>de</strong>terminam quais as substâncias que são filtradas e quais são retidas. Todos os<br />

componentes celulares e proteínas plasmáticas que possuem tamanho semelhante ou<br />

superior ao da molécula <strong>de</strong> albumina (raio molecular <strong>de</strong> 4 nm ou superior), são retidos na<br />

corrente sanguínea, enquanto a água e solutos são livremente filtrados (raio molecular <strong>de</strong> 2<br />

nm) (Verlan<strong>de</strong>r, 2009).<br />

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